Jáder de Andrade foi uma das mais impressionantes
personagens políticas de Pernambuco entre 1900 e 1930, e no mês de abril fez 121
anos de seu nascimento. Fez carreira jornalística, política e empresarial em
Timbaúba, onde fundou e editou um dos jornais mais longevos do interior do
Brasil, A Serra, que circulou entre 1912 e 1930, além de ter se ligado
fortemente à história do Diário de Pernambuco.
Nasceu em Goiana, em 21 de abril de 1886, três anos antes da proclamação da república e já aos cinco anos foi morar em Timbaúba. Estudou no Ginásio Pernambucano e por volta dos 15 anos seguiu para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, curso interrompido por problemas de saúde, segundo notícias de jornais da época. De volta a Timbaúba, sempre esteve envolvido com a imprensa e a promoção de atividades culturais e literárias, enquanto debutava na política e na indústria. Entre 1910 e 1913, foi presidente do Clube Serradores, desenvolvendo atividades artísticas e literárias, eleito vereador, construiu uma tecelagem, o Cine Teatro Recreios Benjamin e fundou A Serra. Em 1914, começou a sua história com o Diário de Pernambuco.
Em 1912, Pernambuco passou por momentos de muita agitação na eleição para governador, onde o general Dantas Barreto tentava derrubar o domínio que o conselheiro Rosa e Silva exercia sobre o estado desde a proclamação da república. Em Timbaúba, Jáder de Andrade liderou o apoio regional ao partido de Dantas Barreto, conduzindo os meetings, organizando as passeatas e representando a região nas reuniões que ocorriam na capital. Rosa e Silva ganhou a eleição, muito apertada, mas Dantas Barreto não reconheceu os resultados, tomando o poder no estado em dezembro de 1911.
Um efeito colateral deu-se com o Diário de Pernambuco, cujo dono era até então, o conselheiro Rosa e Silva. O jornal foi empastelado e passou quase um ano sem circular, voltando a ser editado em 1914, sob novos donos, comprado que foi pelo coronel Carlos Lira, de Timbaúba. Lira pôs o Diário sob a chefia de seu filho, Carlos Lira Filho e de Jáder de Andrade, em um momento delicado para o restabelecimento da circulação e da normalidade da atividade do jornal. No Diário, escreveu editoriais e poemas, que eram ilustrados por Joaquim Cardoso, o futuro engenheiro calculista de Brasília, então em início de carreira. Sob a batuta de Jáder e a colaboração de Cardoso, deu-se início à publicação de caricaturas políticas na imprensa pernambucana.
Em 1912, Pernambuco passou por momentos de muita agitação na eleição para governador, onde o general Dantas Barreto tentava derrubar o domínio que o conselheiro Rosa e Silva exercia sobre o estado desde a proclamação da república. Em Timbaúba, Jáder de Andrade liderou o apoio regional ao partido de Dantas Barreto, conduzindo os meetings, organizando as passeatas e representando a região nas reuniões que ocorriam na capital. Rosa e Silva ganhou a eleição, muito apertada, mas Dantas Barreto não reconheceu os resultados, tomando o poder no estado em dezembro de 1911.
Um efeito colateral deu-se com o Diário de Pernambuco, cujo dono era até então, o conselheiro Rosa e Silva. O jornal foi empastelado e passou quase um ano sem circular, voltando a ser editado em 1914, sob novos donos, comprado que foi pelo coronel Carlos Lira, de Timbaúba. Lira pôs o Diário sob a chefia de seu filho, Carlos Lira Filho e de Jáder de Andrade, em um momento delicado para o restabelecimento da circulação e da normalidade da atividade do jornal. No Diário, escreveu editoriais e poemas, que eram ilustrados por Joaquim Cardoso, o futuro engenheiro calculista de Brasília, então em início de carreira. Sob a batuta de Jáder e a colaboração de Cardoso, deu-se início à publicação de caricaturas políticas na imprensa pernambucana.
Os negócios e a política levaram Jáder de volta a Timbaúba. Foi eleito prefeito do município em 1919, deputado federal em 1922 e senador estadual em 1923 (até 1930, Pernambuco tinha duas casas legislativas, a exemplo do governo federal). Em 1926, Jáder foi nomeado secretário de agricultura do governador Estácio Coimbra, cargo que exerceu até a Revolução de 1930. A sequência de cargos políticos, entretanto, nunca o afastaram de sua principal paixão, o jornalismo. Esteve sempre à frente d’A Serra e nos dias difíceis que se seguiram à derrubada de Estácio Coimbra, sua história cruzou novamente com a do Diário de Pernambuco.
O novo governo de Carlos de Lima Cavalcanti substituiu pela força dezenas de grupos políticos pelo interior de Pernambuco. Em Timbaúba, o governo local foi derrubado em cenas de bastante violência e Jáder de Andrade foi obrigado a estabelecer-se em Recife. A redação d’A Serra, em circulação desde 1913, foi fechada e o jornal parou definitivamente de circular.
Em junho de 1931, Francisco de Assis Chateaubriand criou os Diários Associados e, reconhecendo as injustiças que se cometiam contra Jáder de Andrade, prestou-lhe um reconhecimento pessoal, fazendo-o o primeiro presidente dos Diários em Pernambuco. Aos infortúnios políticos somou-se a perda dos pais, debilitando e agravando a sua saúde pessoal. Foi internado em agosto no hospital Português, convalesceu em fazenda de amigos em Floresta dos Leões (Carpina). Retornou ao Recife, onde ficou em casa de um parente e amigo na rua da Hora, mas não mais se recuperou, falecendo no dia 1º de outubro de 1931, aos 45 anos.
O novo governo de Carlos de Lima Cavalcanti substituiu pela força dezenas de grupos políticos pelo interior de Pernambuco. Em Timbaúba, o governo local foi derrubado em cenas de bastante violência e Jáder de Andrade foi obrigado a estabelecer-se em Recife. A redação d’A Serra, em circulação desde 1913, foi fechada e o jornal parou definitivamente de circular.
Em junho de 1931, Francisco de Assis Chateaubriand criou os Diários Associados e, reconhecendo as injustiças que se cometiam contra Jáder de Andrade, prestou-lhe um reconhecimento pessoal, fazendo-o o primeiro presidente dos Diários em Pernambuco. Aos infortúnios políticos somou-se a perda dos pais, debilitando e agravando a sua saúde pessoal. Foi internado em agosto no hospital Português, convalesceu em fazenda de amigos em Floresta dos Leões (Carpina). Retornou ao Recife, onde ficou em casa de um parente e amigo na rua da Hora, mas não mais se recuperou, falecendo no dia 1º de outubro de 1931, aos 45 anos.
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--- Por Cláudio Roberto de Souza, professor e historiador timbaubense radicado em Paulista, PE. Ele escreveu este texto especialmente para a revista TIMBAÚBA EM FOCO, parceira de PASSARELA CULTURAL. Ele afirma que “a figura de Jáder é sempre impressionante e a sua memória pouco estudada. Mas, com iniciativas como a da Funjader, Fundação Jáder de Andrade, e o trabalho da JK Publicidade e Propaganda Ltda., novas gerações podem ser inspiradas. É nesse espírito que fiz este texto. ”
--- Por Cláudio Roberto de Souza, professor e historiador timbaubense radicado em Paulista, PE. Ele escreveu este texto especialmente para a revista TIMBAÚBA EM FOCO, parceira de PASSARELA CULTURAL. Ele afirma que “a figura de Jáder é sempre impressionante e a sua memória pouco estudada. Mas, com iniciativas como a da Funjader, Fundação Jáder de Andrade, e o trabalho da JK Publicidade e Propaganda Ltda., novas gerações podem ser inspiradas. É nesse espírito que fiz este texto. ”
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2 comentários:
Caro Daslan: Fazendo algumas pesquisas sobre a família Lyra, descobri o seguinte; Dona Maria Jose Lyra de Andrade (antes Maria José da Silva Pereira de Lyra), mãe do grande Jáder de Andrade, era irmã do Cel. Carlos Benigno Pereira de Lyra, sendo, por conseguinte, o JÁDER sobrinho do grande benfeitor de sua São José da Lage. Mais um dado para as histórias de Timbaúba e sua querida terra natal.
Um grande abraço.
Jeová Barboza de Lira Cavalcanti
CURIOSIDADE: A Senhora Maria José Lyra de Andrade (em solteira: Maria José da Silva Pereira de Lyra), era irmã do Cel. Carlos Benigno Pereira de Lyra, portanto, sendo o Jáder de Andrade sobrinho deste grande Timbaubense, que migrou para São José da Lage (AL), em 1892, instalando-se na Fazenda Serra Grande. O Cel Carlos Lyra, ao lado de Delmiro Gouveia e Gustavo Paiva formaram o trio de pioneiros da industrialização do Estado das Alagoas. Interessante é isto: Carlos Benigno Pereira de Lyra nasceu em Timbaúba - PERNAMBUCO. O Delmiro Gouveia nasceu na Fazenda Boa Vista, em Ipu no CEARÁ, e Gustavo Paiva, na cidade da Paraíba do Norte (hoje João Pessoa), no Estado da PARAÍBA.
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