>>>>>>>> Encontramos na revista
Informador de Timbaúba, de 1937, uma foto e um soneto do grande e pouco conhecido
poeta.
Esdras Leonam Alves de Farias nasceu
na cidade do Recife, na rua das Flores, em 20 de novembro de 1889. Foi
funcionário público, poeta, jornalista e tradutor. Escreveu poemas, sonetos,
crônicas e artigos em diversos jornais e revistas pernambucanos (de 1910 a
1954), além de exercer, em alguns desses periódicos, a função de diretor, proprietário
e redator. Este Esdras muitos conhecem por sua trajetória intelectual.
Entretanto, pouco se sabe sobre o homem Esdras. Isso, talvez, se deva a sua
timidez: “Por índole ou pelo meio em que
vivia, tornei-me um homem de natureza tímida, isolado, um pessimista sem ser um
desiludido”.
Ainda menino trabalhou arduamente em um
engenho de banguê. Morou no bairro de Beberibe, na cidade do Recife. Construiu
sua intelectualidade com a força de vontade e o desejo de ser alguém. Foi um
autodidata: “sedento de leituras
instrutivas, lia folhinhas de porta, almanaques, livros emprestados, filados, o
que me aparecia de literatura tão complexa e desordenada.” Seu perfil pessoal nos foi revelado por meio
de seus trabalhos literários, além de outros a ele dedicados ou em depoimentos
de quem o conheceu.
A Parábola da Ilusão
de ser feliz. E, pretensioso, assim
de outro não sei com tanta obstinação
e em entusiasmo fosse igual a mim.
Talvez principalmente pelo fim,
nesse fascínio do meu coração
- Adiante, moço! – E até 20 anos vim
conduzindo a esperança pela mão.
Depois, nada mais sei. Segui sozinho.
Desdenha, o coração, se ainda hoje o chamo
diante de outras miragens do caminho.
É que o meu coração, segundo
creio,
não sabe mais como se diz – eu amo
E nem, também, como se diz -
odeio.
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