Daslan Melo Lima
Em dezembro de 1987, escrevi uma
crônica chamada Feliz Deserto, onde digo:
“Bom seria que a eterna mensagem cristã do Natal não ficasse restrita
só a um mês. Bom seria se pudéssemos viver sob um clima de fraternidade durante
todos os dias do ano. Neste dezembro, se fores capaz de captar meu estado de
espírito, haverás de me dar a mão e de pés descalços irmos passar o dia de Natal em
uma rua de poucas e pobres casas de Camaragibe, cuja única riqueza é ter um
nome simples e lindo: Rua Feliz Deserto. /// Haveremos de descobrir que naquela
vida pobre e simples da Feliz Deserto talvez esteja o verdadeiro espírito do Natal. Se não fores capaz de captar o meu
estado interior, não te culparei por ficares aqui nesta festa descaracterizada
que a sociedade de consumo fez do Natal. Isto aqui é um deserto e eu te desejo
simplesmente Feliz Natal. Eu vou para aquela rua reencontrar a essência do Natal.
Deseje-me Feliz Deserto.”
Vinte e cinco anos depois, a Rua
Feliz Deserto está calçada e hoje não é mais motivo de inspiração para mim. Vinte e cinco anos depois, não
preciso ir para lugar algum para reencontrar a essência do Natal, pois o homem que sou está o tempo todo ao lado da criança que um dia eu fui.
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