Daslan Melo Lima
No dia 18 deste dezembro de 2012, um ano que logo mais fará parte de um
tempo que se foi, tive a imensa satisfação de reencontrar uma pessoa que faz
parte das minhas mais gratas recordações, minha ex-professora Josenira de
Albuquerque Silva, a Nirinha, Miss São José da Laje 1965. O fato aconteceu durante um evento cultural no Palácio Marechal Floriano Peixoto, em Maceió.
No dia 24/02/2008, a Sessão Nostalgia foi dedicada a ela. O texto
continua online em PASSARELA CULTURAL,
mas nesta noite do antepenúltimo dia de 2012, em nome do nosso reencontro
mágico, estou reeditando a matéria, ciente de que fecho com chave de ouro as
Sessões Nostalgia de 2012. A todos os admiradores e a todas as admiradoras
deste espaço, FELIZ ANO NOVO todos os dias de 2013.
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SESSÃO NOSTALGIA - JOSENIRA DE ALBUQUERQUE SILVA, MISS SÃO JOSÉ DA LAJE 1965
Por Daslan Melo
Lima
Permitam-me falar hoje de uma mulher
linda que foi Miss. Suas fotos não saíram nas grandes revistas da época, O Cuzeiro, Manchete e Fatos
& Fotos. Sua fama não ultrapassou as fronteiras do Estado onde
nasceu, mas marcou toda uma geração da cidade onde ela e eu nascemos : São José
da Laje, Alagoas. E tem mais: ela foi minha professora. Seu nome: Josenira de Albuquerque Silva,
Miss São José da Laje 1965.
Ano de 1964, Ginásio São José. Quando a nova professora entrou na
sala para dar aula, um silêncio imenso tomou conta do ambiente. Ela era linda,
simpática , elegante e extrovertida. No início, era complicado prestar atenção
ao que ensinava, pois sua beleza tirava a atenção de todos. Naquele ano, ela
coordenou um belo espetáculo para o desfile escolar do dia 7 de Setembro.
Meninas do Grupo Escolar Carlos Lyra se apresentaram nas ruas vestindo trajes
típicos dos Estados brasileiros. Antes do desfile, Josenira posou para a foto
acima, ao lado das garotas. Ela é a jovem sorridente que está na frente de uma
vidraça quebrada.
Professores do Ginásio São José. Da esquerda para a direita: Maninho, Antônio Aquilino, Marcos Pino, Josenira de Albuquerque Silva, Amaury Vasconcelos de Andrade e Francisco de Assis Pereira.
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Estamos agora em 1965. No dia 12 de junho,
no Jaraguá Tênis Clube, em Maceió, quatro jovens lindas disputaram o título de
Miss Alagoas. Entre elas, estava Nirinha, como era carinhosamente chamada. As
outras aspirantes ao título máximo da beleza alagoana eram Mary Grace Oiticica Bandeira (Miss Iate Clube Pajuçara, primeira
colocada ), Maria Conceição de
Alencastro (Miss Jaraguá
Tênis Clube, segundo lugar ) e Maria
José Gomes ( Miss Rio Largo).
Nirinha deu um show de simpatia e comunicação, foi aplaudidíssima na entrevista
e voltou para São José da Laje com o terceiro lugar.
Vou deixar um pouco a minha professora de
lado para falar de Mary Grace
Oiticica Bandeira, Miss Alagoas 1965. Causou surpresa a sua não inclusão
entre as oito finalistas do Miss Brasil 1965. Para a grega Kiriaki Tsopei, Miss Universo
1964, presente no Maracanãzinho, a moça mais bela era Miss Alagoas, depois Maria Raquel Helena de Andrade (Miss Guanabara, eleita Miss Brasil) e
adiante Marilena de Oliveira
Lima, Miss Mato Grosso, a preferida do público, que acabou em quarto lugar
e foi o motivo da maior vaia da história do Maracanãzinho. Meses depois, quatro
louras chegaram a se apresentar no programa "Você faz o Show", do Fernando Castelão, na TV Jornal
do Commercio, Recife : Alda
Maria Simonetti Maia, Miss
Pernambuco 1965; Maria Raquel
Helena de Andrade, Miss
Gunabara e Miss Brasil 1965; Solange
Dutra Novelli, Rainha do IV Centenário do Rio de Janeiro, e Mary Grace Oiticica Bandeira, Miss Alagoas
1965.Vocês adivinharam qual delas colheu os maiores aplausos ? A
loura das Alagoas, Mary Grace. Mas isso será assunto para uma outra Sessão Nostalgia.
Em 1965, o sonho de toda garota bonita era
desfilar na passarela em forma de ferradura do Maracanãzinho, para um público
estimado em 25 mil pessoas; ser coroada Miss Brasil, dar autógrafos e sair nas
capas das revistas O
Cruzeiro, Manchete e Fatos
& Fotos. Elas não ambicionavam fazer do título um trampolim
para uma carreira de modelo ou atriz. No máximo, durante o reinado, posavam
para os comercias das empresas patrocinadoras do concurso e depois retomavam
sua vida pacata de antes. Sem dúvida , para as jovens de origem mais modesta,
havia o sonho de ascensão social através de um casamento com um rapaz
rico, afinal, era 1965 e estávamos na metade dos românticos anos 60. E quase
todas as garotas sabiam de cor a letra da música Canção das Misses,
de Lourival Faissal,
gravada por Ellen de Lima.
Os estados brasileiros se apresentam
nesta festa de alegria e esplendor.
Jovens misses seus estados representam
seus costumes, seus encantos, seu valor.
Em desfile, nossa terra, nossa gente,
pela glória do auriverde em céu de anil.
Sempre unidos, leste, oeste, norte , sul,
Aposentada, feliz e realizada, Nirinha mora hoje em Maceió e
continua irradiando carisma e simpatia. Sua presença era ansiosamente aguardada
no dia 05 de janeiro, em São José da Laje, onde ela receberia o cobiçado troféu
"Guerreiro Lajense". Um desencontro de informações, no
entanto, adiou a homenagem, pois Nirinha tinha viajado dias antes à Bélgica.
Há 43
anos, a minha autoestima e a de todos os meus conterrâneos foi lá para o alto
por conta da notoriedade de Josenira
de Albuquerque Silva, minha professora Miss. E como um título de Miss é
para toda a vida, nossa autoestima continua, quarenta e três anos depois.
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2 comentários:
QUATRO COMENTÁRIOS ORIGINALMENTE POSTADOS NA PRIMEIRA EDIÇÃO DESTA SESSÃO NOSTALGIA
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1) - Zé Maria disse...
Realmente, a Nirinha é e merece tudo que você relata, talvez muito mais, não por eu ser seu amigo, não por ser seu ex-aluno, não por ser seu admirador, mas pela pessoa super maravilhosa e atenciosa que ela foi, é, e com certeza continuará sendo
25 de fevereiro de 2008 04:19
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2) - presscomun disse...
Daslan, fiquei emocionada ao ler teu texto sobre Nirinha, minha prima. Ainda hoje, é uma mulher linda, que nos encanta a cada sorriso que nos concede. Bom, sobretudo, saber que a Laje tem memória e uma história que cabe, a todos nós, escrever cada pedacinho. Obrigada pelo momento de agora com essa leitura. Parabéns.
4 de março de 2008 09:09
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3) - Ninhos das Cobras disse...
Daslan, eu até entendo sua admiração por Josenira, o alter-ego de muitos lagenses. Mas além da suposta beleza, ela era simpática, comunicativa, daí o sucesso.
Por sinal, Josenira é um dos personagens do livro "SALMO & ZELMA", cuja ação se passa 80% em São José da Lage, de antes da cheia de 1969. Personagens ilustres estão neste livro de autoria do também lagense Joaquim Alves.
16 de setembro de 2008 06:22
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4) - Evanildo disse...
Minha gente fiquei emocionado de ler na net, comentários de uma pessoa como Josenira, que não tive ainda o prazer de conhecer, sou Lajense com muito orgulho e agora mais ainda; nasci em 1965 e estudei no Carlos Lyra e no Ginásio São José, fico feliz da Laje ter pessoas por quem temos orgulho, parabéns Nirinha, já sou seu fã. Deus lhe proteja!
14 de abril de 2009 18:55
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Daslan,
parabéns pela singela mas bela homenagem a sua pofessora miss. Não tive esse privilégio, pois não tive uma professora miss. Mas se tivesse, cultivaria ela com o mesmo esmero que vc dedica a ex-professora e eterna miss Nirinha.
Feliz 2013 para vc e a todos os que postam mensagens neste notável espaço cultural, de amizade e de recordações.
Muciolo Ferreira - jornalsita do Recife
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