Foi numa tarde cinzenta, na minha alagoana São José da Laje, que cheguei ao casarão do Sítio Limão, a fim de entregar a Vera Estela um par de calçados que meu pai tinha consertado. Deitada numa rede, minha colega do Ginásio São José cantava "Vai", um bolero de Anísio Silva.
Pelas noites que já
passei,
noites tristes, noites
sem fim;
pelas lágrimas que
derramei,
por estares longe de
mim;
pelos dias de
desenganos,
que ao teu lado tanto
sofri;
pelas horas e pelos
anos, que eu passei pensando
em ti...
Depois de vários anos, estivemos lado a lado, em janeiro, onde conversamos sobre os mistérios da vida e da morte. Enquanto isso, o vento e os anjos invisíveis cantavam em silêncio o trecho final da canção:
Vai, leva esta
tristeza,
leva esta saudade
e a desilusão.
Vai, vai minha
querida,
leva a minha vida e o meu coração.
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Para ouvir a música, clique https://www.youtube.com/watch?v=DG1-VDGKs3cDaslan Melo Lima, maio em Timbaúba, PE
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REFLEXÃO
"Nada suscita tanta melancolia como a ideia de não conhecer todos os seres que teríamos podido amar, que vamos morrer antes de termos podido encontrá-los."
- Carlos Fuentes (1928-2012), ensaísta e escritor mexicano.
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