Daslan Melo Lima
Era abril de 1973. O Cruzeiro, a revista
mais lida do País, circulava na terceira semana com uma capa inusitada, a imagem
das pernas de Maria da Glória Carvalho. No recheio, vinte e oito páginas dedicadas
à retrospectiva das mulheres que tinham sido eleitas Miss Brasil, de 1954 a 1972.
Em seguida, sete páginas focalizando como estavam as 7 misses mais famosas e outras
quatro sobre as mudanças no concurso, que a partir daquele ano trocava de
cenário, do Maracanãzinho, Rio de Janeiro, para o Ginásio de Esportes de
Brasília.
Marta Rocha, Miss
Bahia, Miss Brasil e vice-Miss Universo 1954 - Marta era casada com Ronaldo
Xavier de Lima, tinha três filhos e não se negava em se envolver com festas beneficentes cujas rendas eram destinadas para a APAE e ABBR.
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Terezinha Morango,
Miss Amazonas, Miss Brasil e vice-Miss Universo 1957 - Esposa do industrial Alberto
Pittigliani, dois filhos, era legionária da ABBR.
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Adalgisa Colombo (1940-2013),
Miss Distrito Federal (Rio de Janeiro), Miss Brasil e vice-Miss Universo 1958 - Casada com Jackson Flores, tinha
um filho e trabalhava para uma campanha publicitária que ia lançar em New York e Califórnia os novos modelos de maiôs Catalina.
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Ieda Maria Vargas, Miss Rio
Grande do Sul, Miss Brasil e Miss Universo 1963 - Esposa de José Carlos
Athanásio, Ieda estava grávida e não quis mostrar a barriga, motivo pelo qual a
matéria publicou a imagem da gaúcha vestida de noiva.
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Martha Vasconcellos, Miss Bahia,
Miss Brasil e Miss Universo 1968 - Casada com o engenheiro Reinaldo Loureiro, a
baiana exibia feliz sua segunda gravidez e dirigia em Salvador um moderno centro
de beleza que tinha o nome de Sr. & Sra.
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Maria da Glória Carvalho, Miss
Guanabara, terceiro lugar no Miss Brasil e Miss Beleza Internacional 1968 -
Estava passeando em Kingston, Jamaica.
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Lúcia Peterle, Miss Guanabara, vice-Miss Brasil e Miss Mundo 1971 - Era aluna do quinto ano de Medicina e fazia estágios em diversos hospitais cariocas.
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O Cruzeiro - Ano XLV - Número 16 - 18 de abril de 1973 |
O Cruzeiro fazia parte de uma cadeia
nacional de órgãos de comunicação, a Diários e Emissoras Associados, principal patrocinador
do concurso Miss Brasil.
Quarenta e oito anos depois, de vez em quando flagro o
adolescente que fui olhando saudoso para as bancas de revistas, procurando em vão O Cruzeiro e suas concorrentes, Manchete e Fatos & Fotos, ícones de um tempo
que se foi, para sempre se foi.
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Um comentário:
Daslan,
a capa daquele exemplar de O Cruzeiro é emblemática porque não era a toa que Maria da Glória Carvalho tinha uma das melhores plásticas entre todas as misses que até então tinham representado o Brasil nos concursos internacionais.
Muciolo Ferreira
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