Você já sentiu alguma vez aquela sensação
de que foi apenas espectador do momento?
De que se calou e teve receio de continuar, enquanto uma voz silenciosa pedia para
interagir com a situação? Tenho certeza,
leitor, leitora, que suas respostas foram sim. As minhas também, dezenas de
vezes.
Por não termos sido parte ativa do cenário,
um calafrio percorre nossos corpos e nossas almas. Não ouvimos a voz que gritava
em silêncio dentro de nós.
E hoje, quando uma sombra invisível passa
perguntando pelo tempo que se foi, tentamos ressuscitar sons e cores do passado,
mas não conseguimos e nos apegamos a recordações que só fazem aumentar nossas emoções
inacabadas.
O título desta crônica é a tradução de
uma citação do poeta romano Ovídio (43 a.C.- c. 18 d.C.), Nec quae praeterit hora redire potest, enquanto a ilustração é uma
pintura de André Kohn, pintor russo contemporâneo. Os caminhos dos dois nunca
se cruzaram, mas há uma relação estreita na arte de ambos. Na pintura de André
Kohn, figuras caminham embaixo da chuva, vivendo o momento, não esperam pela
estiagem. Ovídio canta a hora que passou e que não volta mais, jamais, nunca
mais.
*****
REFLEXÃO
REFLEXÃO
"A vida não tem mais do que duas portas: uma de entrar, pelo nascimento; outra de sair, pela morte."
- Rui Barbosa (1849-1923), escritor, orador e político baiano.
*****
Nenhum comentário:
Postar um comentário