>>>>> Ele partiu
no dia 19 de agosto da forma como pedia em suas orações
Manoel Alves Soares, filho primogênito
de uma família humilde com oito irmãos, nasceu em Condado, em 29 de setembro de
1929. Desde muito cedo trabalhou para ajudar no sustento da casa. Em dezembro
de 1941, aos doze anos de idade, mudou-se para Timbaúba em busca de emprego e
logo começou a trabalhar na mercearia de Antônio Tavares. Em 1949, esta
mercearia transformou-se na Padaria Vitória. Foi o seu início no mercado de
panificação, onde chegou a ser sócio em 1957.
No período em que trabalhou na mercearia,
conheceu a afilhada de Antônio Tavares, Miriam Alves, com a qual casou-se em 30
de janeiro de 1951, constituindo uma bela família com nove filhos: Marineide,
Marinalva, Marineuza, Marcílio, Marilene, Maurício, Marluce, Mariluce e Manoel.
O quarto filho da união, Marcílio, faleceu aos dez meses de vida.
Em meados de 1963, ao sair da sociedade
na Padaria Vitória, recebeu um convite para entrar em uma indústria de
calçados, convite negado, pois já reconhecia sua grande habilidade com
panificação. Então, aos 23 de fevereiro de 1964, após vinte e dois anos de
muito trabalho, iniciou seu próprio negócio, a Padaria Aurora, a mais antiga
padaria em funcionamento em Timbaúba, hoje com cinquenta e três anos de
atividade.
Membro atuante em diversas entidades de
diversos setores, como o Rotary Club, Banda 1º de Novembro, CDL e Timbaúba
Tênis Club, entre outros, nunca teve nenhum envolvimento político, mas sempre
foi solidário com o próximo e sempre colaborou com diversas causas sociais. Jeito
sério e de poucas palavras, às vezes espantava as pessoas, mas quando o
conheciam encontravam um contador de histórias, um comediante e um grande sábio.
Gostava de passear ao som de Nelson Gonçalves e contar histórias dos locais
visitados. Era fã discreto do Sport Club do Recife. Em seu cardápio nunca
poderia faltar comidas de milho e frutos do mar. Amante dos antigos carnavais
de Timbaúba. Nos momentos de descanso adorava um bom filme de Mazzaropi, o que
lhe provocava boas gargalhadas.
Católico, devoto de Nossa Senhora de
Fátima, sempre colocava em suas orações um pedido: “Que eu, em minha velhice, nunca venha a dar trabalho às pessoas”. Homem
íntegro, honrado e honesto, ainda estava trabalhando quando, em 19 de agosto de
2017, ao sair para buscar mercadorias para a padaria, Deus o chamou, deixando
esposa, oito filhos, vinte e três netos, vinte e dois bisnetos, muita sabedoria
e muitos ensinamentos. Os seus oitenta e sete anos de vida nunca serão esquecidos por sua
família, pelas centenas de pessoas a quem ajudou e por toda comunidade
timbaubense.
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Texto com base nas informações da família.
Esta matéria foi publicada na revista TIMBAÚBA EM
FOCO, edição 77, setembro/2017, à venda na Banca de Revistas do centro da
cidade.
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