Página de Comportamento da revista TIMBAÚBA EM FOCO, abril/2018, edição 84
>>>> Orfã
aos 12, viúva aos 33, quatro filhas, ela está chegando aos 70 anos de idade como
exemplo de perseverança e fé em Deus
A boa forma de Marinêz Barreto e o
sorriso sempre estampado no rosto não denunciam as lutas que o destino colocou
em seu caminho. Natural de Aroeiras, PB,
onde nasceu em 10/09/1948, sexta filha de uma prole de dez, a menina veio morar
com os pais em Timbaúba, aos 12 anos de idade. Perdeu a mãe em seguida e enfrentou
o desafio de cuidar dos irmãos menores. Casou aos 21, com Severino Bezerra de
Oliveira, natural de Nazaré da Mata, dez anos mais velho, numa cerimônia
oficializada pelo célebre Monsenhor Marques da Fonseca. Ficou viúva aos 33, com
mais um desafio: criar e educar as quatro filhas, Vânia, Virgínia, Valéria e
Viviane, de treze, onze, nove e três anos, respectivamente.
Viúva ainda jovem, não lhe faltaram
pretendentes. Rejeitou todos. “Não tive
coragem de dar um padrasto para minhas filhas. Poderia não dar certo. Eis o
conselho que eu daria hoje a uma jovem viúva: casando é bom, não casando é
melhor. Eu escolhi a melhor parte, priorizei os cuidados com as minhas filhas,
que já me deram cinco netos, cinco netas e um bisneto. Não me arrependo de nada
na vida”. Com a morte do esposo, ficou à frente da Mercearia Oliveira. Cinco
anos depois, como estava cansativo conciliar a administração da empresa com a
educação das garotas, Mercedes alugou o ponto do negócio, localizado numa
esquina das imediações do Ginásio Municipal.
A propósito da fé que sempre norteou
sua caminhada, ela fala com segurança: “Sou
devota de Nossa Senhora de Fátima. Faço parte da Renovação Carismática. Vou às
missas dominicais, confesso e comungo. Enfrentei um problema de saúde há pouco
tempo, mas quando fui buscar os resultados dos exames, Deus me deu a certeza
que tinha saído tudo bem. O médico ficou
admirado. Eu tinha assistido a um programa religioso pela televisão e quando
ouvi a citação do Salmo 33, sabia que se referia a mim. Este infeliz gritou
comigo e foi atendido, diz o texto bíblico.“
Pingue-pongue com Marinêz Barreto
Música: Canteiros, na interpretação de Fagner, meu cantor favorito.
Cantora:
Clara Nunes.
Comida: Pirão de carne de boi.
Bebida: Água.
Sobremesa: Bolo de noiva.
Uma saudade: Saudade da tranquilidade de outrora. Criar minhas filhas como criei nos anos
oitenta, seria hoje mais complicado. Estudaram em educandários particulares. Namoravam
em casa. Eu sempre estava ao lado delas nas festas.
Livro: A Bíblia.
Programas de TV: Raul Gil e os religiosos.
Viver é... Confiar
em Deus e não dar espaço à tristeza.
Morrer é... Morrer é um ganho. Um cristão não teme a luta.
Ao encerramos nossa entrevista,
perguntamos a Marinêz Barreto o que foi que a vida lhe ensinou. Com os brilhando,
afirmou: “Amadurei muito cedo, mas em
algumas ocasiões sinto falta de um colo de mãe, e choro, mas logo me refaço.
Meu choro não é de tristeza, é um choro para lavar a alma, um choro de cura.”
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