>>>>> Ele acompanhou com atenção todas as
Copas do Mundo, desde a campanha em que o Brasil se sagrou Campeão do Mundo.
Manoel Joaquim de Araújo, o Mané
Barbeiro, aposentado, 85 anos a completar no dia 16 de agosto, nasceu na
Fazenda Caldeirão, povoado de Manoel de Matos, em Itabaiana, PB. Andou descalço até aos 12 anos de idade,
quando foi picado por um escorpião e passou a usar chinelos. Aos 16 anos,
ganhou seu primeiro par de botas e não sabia como calçar meias, achando que uma
seria para o pé direito e outra para o esquerdo. Chegou a fazer um curso de
telegrafista e desempenhou tal função como contratado por breve período na
estação ferroviária. Aos 18 anos de idade, morou no Rio de Janeiro e São Paulo.
Na capital paulista, exerceu a função de serviços gerais do Conde Francisco
Matarazzo, na Av. Paulista.
Começou a vida profissional de barbeiro
em 23/12/1963, no Salão Le Fígaro, do Mestre Emídio, vizinho da Igreja Matriz.
Detalhe: o nome Le Fígaro foi ideia do jornalista Jáder de Andrade. O ponto comercial mudou-se para o atual
endereço, na Praça João Pessoa, em 1981. Ao todo, trabalhou 45 anos como
barbeiro e só se aposentou por conta da visão. Operou-se de catarata e está bem.
Tem orgulho de ter tido como clientes personalidades que marcaram época em
Timbaúba, a exemplo de Monsenhor Marques da Fonseca, Prof. José Mendes da
Silva, Sebastião Romildo do Vale e Dr. Irajá D’Almeida Lins. “Ninguém oferece a cara e o cabelo para
qualquer um”, declara. Viúvo de Maria da Soledade Araújo, que lhe deu
quatro filhos (Vanda, Vera, Vilma, Maria José, José Antônio e Luiz Claudio),
leva hoje uma vida tranquila no bairro da Vila da Cohab, onde relembrou para a
TIMBAÚBA EM FOCO suas memórias da Copa do Mundo.
As
transmissões das primeiras Copas do Mundo paravam a cidade. Não havia
televisão. Todo mundo ouvia através do rádio. Depois, quando a televisão chegou
à Timbaúba, era uma festa, mas só os ricos possuíam um aparelho. As calçadas
ficavam repletas de curiosos, os “televizinhos”, assistindo aos jogos nas
calçadas.
Lembro de todos os ídolos
brasileiros que marcaram época nas Copas do Mundo. Por ordem alfabética, se eu
tivesse de escalar os titulares e reservas de todos os tempos, minha lista seria
esta: Ademir da Guia, Belini, Carlos Alberto Torres, De Sordi, Djalma Santos,
Falcão, Gilmar, Garrincha, Gerson, Julinho Botelho, Jairzinho, Jair da Rosa Pinto,
Nilton Santos, Pelé, Rivelino, Rivaldo, Sócrates, Tostão, Vavá, Zé Maria,
Zagalo e Zico. A mais decepcionante
Copa do Mundo foi a de 1966, na Inglaterra, pior do que os sete gols sofridos
diante da Alemanha em 2014. Quando morei em São Paulo, tive a oportunidade
de conferir as atuações de Djalma Santos, Gilmar, Ademir da Guia, Didi e Julinho
Botelho.
Espero que o Brasil vença a Copa do Mundo deste ano. Será o
presente do destino para os meus 85 anos de idade.
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Daslan Melo Lima
Página de COMPORTAMENTO da revista TIMBAÚBA EM FOCO, junho/2018
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