Daslan Melo Lima
O calendário propaga ao lado
do vento
que hoje um gentleman estaria celebrando contigo
quarenta e três anos de casamento,
Bodas de Azeviche.
Fotos em branco e preto ganham cores
recordando
momentos de ilusões e desilusões,
detalhes da caminhada de todo passageiro
pelo
planeta Terra.
Mas o que dizer desta brisa
que canta ao teu redor?
Ouve a
canção,
amiga minha,
ouve.
Mergulha neste encanto.
Mesmo que uma lágrima caia,
há mais sabedoria neste canto.
Maria Helena,
A noiva daquele julho de 1975
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Na terça-feira, 10 de julho, fez quarenta anos que Maria Helena Leal Lopes casou com o médico otorrino Jairo da Costa Pinto Filho, falecido em 27/12/2001, uma personalidade humanitária que chegou a dirigir um hospital carioca. A cerimônia aconteceu na Capela do Palácio Guanabara, no dia 10 de julho de 1975, seis anos depois de Maria Helena ter aparecido nas capas das maiores revistas brasileiras da época, na condição de forte candidata ao título de Miss Guanabara.
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Fotos: Álbum de Família-Maria Helena Leal
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Maria Helena,
Um ícone dos anos sessenta
Revista O Cruzeiro, 24/04/1969
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No dia 21 de junho de 1969,
enquanto trinta e duas candidatas desfilavam na passarela do Maracanãzinho disputando o
título de Miss Guanabara, milhares de pessoas lamentavam o fato de ali não
estar desfilando Maria Helena Leal Lopes, Miss Telefônica Atlético
Clube. Nascida no dia 15/09/1951, Maria Helena não tinha ainda 18 anos
completos, idade mínima exigida para concorrer ao título. Uma determinação do
Juizado de Menores, uma semana antes, proibiu sua participação no certame.
Maria Helena na capa da Manchete
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Maria Helena Leal Lopes foi a primeira jovem a se inscrever no Miss Guanabara 1969, e logo passou a ser apontada como a grande favorita. Quando a revista O Cruzeiro divulgou suas fotos como primeira candidata ao Miss Gunabara, a reportagem afirmava que ela tinha 18 anos. No mês seguinte, alguém denunciou que ela era menor de idade. Comentou-se na época que a denúncia poderia ter partido de um ex-namorado.
O Presidente do Telefônica Atlético Clube foi notificado que deveria provar sua idade no prazo de vinte e quatro horas. Seus advogados recorreram, pois jamais poderiam provar que ela tinha 18 anos. Apresentaram um documento dos seus pais com firma reconhecida, autorizando sua participação. A coisa serenou e Maria Helena deu continuidade aos preparativos visando a disputa do Miss Guanabara. Seu pai precisou resolver uns negócios pessoais nos Estados Unidos e viajou certo da vitória da filha.
Faltando apenas uma semana, o Juizado de Menores fez prevalecer a proibição legal. Sorridente e sem mágoas, ela compareceu ao Maracanãzinho para incentivar suas companheiras. Quando o público percebeu sua presença, os aplausos foram calorosos. Tirou fotos nos estúdios das revistas ao lado da vencedora, Mara do Carvalho Ferro, representante do São Cristóvão Imperial.
Como seus sonhos de participar do Miss Guanabara 1969 foram frustrados, Maria Helena não teve dúvida de transferi-los para o ano seguinte. Em 1970, no Pavilhão de São Cristóvão, uma vez que o Maracanãzinho tinha sofrido um incêndio, lá estava Maria Helena, disputando o Miss Guanabara, representando o Telefônica Atlético Clube. Perdeu para Eliane Fialho Thompson, Miss Floresta Country Clube, eleita depois Miss Brasil e uma das semifinalistas (top 15) do Miss Universo 1970.
Por ironia do destino, Vera Fischer, Miss Santa Catarina, não tinha 18 anos completos quando foi eleita Miss Brasil 1969. Seu registro de nascimento foi adulterado, conforme confessou anos depois.
O Presidente do Telefônica Atlético Clube foi notificado que deveria provar sua idade no prazo de vinte e quatro horas. Seus advogados recorreram, pois jamais poderiam provar que ela tinha 18 anos. Apresentaram um documento dos seus pais com firma reconhecida, autorizando sua participação. A coisa serenou e Maria Helena deu continuidade aos preparativos visando a disputa do Miss Guanabara. Seu pai precisou resolver uns negócios pessoais nos Estados Unidos e viajou certo da vitória da filha.
Faltando apenas uma semana, o Juizado de Menores fez prevalecer a proibição legal. Sorridente e sem mágoas, ela compareceu ao Maracanãzinho para incentivar suas companheiras. Quando o público percebeu sua presença, os aplausos foram calorosos.
Maria Helena, capa da O Cruzeiro
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Por ironia do destino, Vera Fischer, Miss Santa Catarina, não tinha 18 anos completos quando foi eleita Miss Brasil 1969. Seu registro de nascimento foi adulterado, conforme confessou anos depois.
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Minha amiga Maria Helena Leal assim comentou quando postei no seu Facebook a crônica "Bodas de Azeviche, uma canção para Maria Helena Leal": "Só você, amigo Daslan, meu eterno poeta. Muito obrigada pela sua sensibilidade e espiritualidade de conversar com os anjos invisíveis, e eles terem permissão de me visitarem, mesmo que seja para me darem um grande abraço. Muito obrigada, querido." Enquanto Agnes Lealt, sua única filha, escreveu: "Ahhh, Adorei ser Azeviche, adoro essa palavra! Palavras lindas e certeiras, aliás, como sempre."
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Fez três anos no dia 20 de fevereiro, que conheci pessoalmente Maria Helena, num restaurante de Copacabana, Rio de Janeiro. Cheguei com Muciolo Ferreira, jornalista pernambucano, meia hora antes ao local combinado. A Vice-Miss Guanabara 1969 chegou acompanhada da filha Agnes Lealt. Abracei aquela mulher sorridente, brincalhona, e pedi que me beliscasse para eu ter certeza de que não estava sonhando. Durante umas quatro horas, Maria Helena falou sobre amores, desamores, sonhos, ilusões, desilusões... Momentos mágicos que guardarei para sempre.
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Abaixo, com os respectivos links, a relação das secções Sessão Nostalgia dedicadas a Maria Helena Leal.
02 de março de 2008
SESSÃO NOSTALGIA – Maria Helena Leal Lopes, vice-Miss Guanabara 1970,
SESSÃO NOSTALGIA – Maria Helena Leal Lopes, vice-Miss Guanabara 1970,
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13 de março de 2010
SESSÃO NOSTALGIA – A história de Maria Helena Leal Lopes, vice-Miss Guanabara 1970,
http://passarelacultural.blogspot.com.br/2010/03/sessao-nostalgia_13.html
SESSÃO NOSTALGIA – A história de Maria Helena Leal Lopes, vice-Miss Guanabara 1970,
http://passarelacultural.blogspot.com.br/2010/03/sessao-nostalgia_13.html
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16 de outubro de 2010
SESSÃO NOSTALGIA - Concurso Miss Guanabara 1970,
SESSÃO NOSTALGIA - Concurso Miss Guanabara 1970,
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03 de março de 2012
SESSÃO NOSTALGIA – Maria Helena, vice-Miss Guanabara 1970, a beleza permanece na alegria de viver,
http://passarelacultural.blogspot.com.br/2012/03/sessao-nostalgia.htmliver
SESSÃO NOSTALGIA - Uma tarde com Maria Helena Leal Lopes, Vice-Miss Guanabara 1970
http://passarelacultural.blogspot.com/2015/02/sessao-nostalgia_28.htmlSESSÃO NOSTALGIA – Maria Helena, vice-Miss Guanabara 1970, a beleza permanece na alegria de viver,
http://passarelacultural.blogspot.com.br/2012/03/sessao-nostalgia.htmliver
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28 de fevereiro de 2015SESSÃO NOSTALGIA - Uma tarde com Maria Helena Leal Lopes, Vice-Miss Guanabara 1970
15 comentários:
Maria Helena, fora uma candidata sem sorte, apesar de linda. Em 69 não pode concorrer pela idade, provavelmente teria sido eleita; em 70, Eliane Tompson fora imbatível. Assim é a vida,
sempre nos traindo.
Abraços,
Daslan.
Não tinha que ser, João Botafogo.
"Se Maria Helena tivesse disputado o Miss Brasil 1969, o mito Vera Fischer não teria existido", disse-me um dia o nosso amigo Muciolo Ferreira.
Nada acontece em vão. Se Maria Helena tivesse sido eleita Miss Brasil 1969, talvez não houvesse essa canção.
Uma semana abençoada para todos os leitores e leitoras de PASSARELA CULTURAL.
Daslan Melo Lima
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Comentário de Agnes Lealt, filha de Maria Helena Leal, via Facebook:
***** Os “e Ses” da vida... vai saber... eu provavelmente também não estaria aqui. *****
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Eu amo essa nostalgia escrita com tão bom gosto e carinho,amo Maria Helena do fundo do meu coraçāo
OBRIGADO DASLAM
Mulher linda, e mais linda ficou com a maturidade.
Maria Helena não se deslumbrou com os holofotes e o glamour.
Esposa de um grande médico, investiu na atividade profissional de educadora física e se tornou mãe da encantadora Agnes.
Maria Helena, uma Miss digna de todas as homenagens.
J., um admirador do Rio de Janeiro
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Comentário de Rogerio Cesar Pinto, do Rio de Janeiro, via Facebook
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Maria Helena Leal é uma daquelas estrelas raras...
Um cometa de luz fulgurante que cruza o espaço deixando um rastro de beleza e luminosidade por onde passa...
Muito mais do que seu sobrinho, sempre fui seu grande admirador desde a infância...
Da União com Tio Jairo nasceu a Agnes... Uma mulher maravilhosa que herdou a beleza luminosa da mãe e a grandiosidade do pai...
Maria Helena Leal merece todas as nossas eternas homenagens...
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Comentário de Maria Helena Leal, via WhatSapp
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Mais uma vez, você me surpreendeu!
Pensei que o dia 10 tivesse esgotado os meus momentos de emoção e surpresa com aquele belo poema postado no Facebook, homenageando os meus 43 anos de casamento. QUE NADA !!!!
Você transborda emoção, carinho, amor, sensibilidade... E para que todos saibam, você também é meu "terapeuta" em alguns momentos onde me sinto frágil.
Como é bom existir este tal de WhatSapp! Kkkkkkkk.
Por tudo isso, mais uma vez, minha gratidão.
Obrigada, meu grande amigo.
Beijos.
Te amo!
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Texto do áudio de Rogerio Cesar Pinto, postado no WhatSapp de Maria Helena, repassado por esta para o editor do blog.
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Minha tia, minha musa, cometa que deixa por onde passa um ar de luminosidade. Essa foi tua característica mais marcante. Eu não abuso, meu amor, nem eu, nem Daslan, nem todos aqueles que de alguma maneira te prestam uma homenagem ou te reverenciam. Nada é tão justo, tão digno, tão certo, quanto isso. Nós apenas externamos sentimentos que transbordam de uma forma muito verdadeira, muito espontânea.
Você é uma mulher muito amada, Helena, sempre foi por mim, seu sobrinho, fã e admirador; desde que comecei a andar, que tu te lembras disso perfeitamente, quando íamos visitar meu avô. E que eu ficava atrás de você o tempo todo, querendo estar com você, próximo de você. E você com a maior paciência: "Rogerinho, espera aí que a titia tem que se arrumar, que titia tem que sair." E eu ficava com ciúme, porque minha tia era só minha, não podia ser de mais ninguém.
Isso é muito bom, muito bom quem tem uma mulher como você para chamar de musa.
Eu que te agradeço, meu amor.
Obrigado por ser minha tia.
Te amo.
Daslan, só hoje (terça-feira,17) abri meu computador, acessei seu blog e me deparei com mais uma relíquia de crônica/documentário sobre a musa de minha adolescência, este ícone e ser humano iluminado que tive o privilégio de conhecer nesta vida. É para guardar a sete chaves.
Agradeço a Deus por ter me concedido em vida a alegria de conhecê-la e viver momentos de pura magia tornando real um sonho iniciado com as capas e reportagens das revistas e dos jornais nacionais.
Beijos, abraços na Maria Helena, na filha Agnes, ao Daslan e a todos os amigos e fãs da eterna Miss Telefônica Atlético Clube 1969/70.
Muciolo Ferreira
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Comentário de Maria Helena Leal, via WhatSapp
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Nosssaaaa !!! QUE SAUDADE DO MUCIOLO !!!
Já pensou, Daslan, que se não fosse esta criatura abençoada nós não teríamos nos conhecido?
Os anjos não andam só. Ele é um homem-jovem, SEMPRE rindo, alegre, feliz, brincando, se permitindo ser feliz.
Veja como sou uma pessoa "literalmente privilegiada" em ter vocês como amigos.
Obrigada, Meu Senhor!
AMO VOCÊS!
Muito obrigada, amigo MUCIOLO, por todo seu carinho.
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Comentário de Agnes Lealt, via Facebook
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Acabei de ver os comentários atualizados no blog!
Todas as homenagens mais do que justas: uma vez Maria Helena Leal, pra sempre Maria Helena Leal.
Parabéns Daslan por tanto cuidado e carinho ao contar as histórias dessas mulheres maravilhosas!!!
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E-mail recebido de Rogerio Cesar Pinto, sobrinho de Maria Helena Leal
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Ao Grande Poeta
Daslan, meu Amigo...
Sei que posso considerar você um grande amigo, pois a sua extrema sensibilidade despertou em mim um sentimento de amizade profunda...
Existem pessoas que nascem predestinados a serem tão especial que as palavras não conseguem traduzir ou expressar a grandiosidade de sua luz...
Você é uma dessas raríssimas pessoas...
Gostaria que soubesse que o meu carinho, respeito e admiração por você são incomensuráveis...
Somos admiradores da mesma mulher...
Maria Helena Leal não é apenas uma Diva que atravessou o tempo mantendo sua luz fulgurante...
É uma Grande Mulher, Mãe, Amiga e Companheira...
Ela é um cometa transitando pelo Universo infinito, deixando um rastro de luz fulgurante por onde passa...
E nós dois sabemos disso...
Portanto, meu Amigo Poeta, eu e você sabemos reconhecer um diamante raro quando encontramos um...
Você nasceu iluminando...
Desejo que o Grande Arquiteto do Universo abençoe abundantemente a sua vida e a sua caminhada...
É uma honra ser seu amigo...
Muito obrigado...
Receba um Tríplice e Fraterno Abraço...
Rogerio Cesar Pinto
Rio de Janeiro, 18 de julho de 2018
Meu pai tinha revistas com Maria Helena Leal na capa. Minha mãe não sentia ciúme, pois adorava concurso de misses e tinha recebido convite para disputar o título de Miss Guanabara quando era solteira.
Guardei as revistas até hoje.
Gabi França / Petrópolis
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Comentário de Maria José Fernandes, via WhatSapp
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Passou o tempo, mas ficaram em mim muitas recordações interessantes.
Eu fui a esse lindo casamento, tocou Villa Lobos fantástico! Quando a Maria Helena entrou linda, naquele vestido prata da Hermínia, grande estilista do crochê, deslizando na passarela imaginária dos meus sonhos de menina, começou a rodar um filme em minha cabeça, e como as peças se encaixavam!
“Maria José não corra! Moça elegante não corre nunca!” Cresci escutando essa frase da minha mãe, baiana elegante por natureza. Acompanhei a história da miss que não pode concorrer, uma pena, era tão linda. Via as revistas importantes e lá estava a beldade. Gostava de vê-la nos bailes de carnaval, sempre com aquele sorriso iluminado. Imaginava seu mundo, devia ser mágico ser miss, linda e famosa.
Quando menos espero aquele bochicho, a miss Telefônica era nossa vizinha. Ia vê-la de perto, aí a minha vida é que ficou incrível, ver aquela beldade.
Não tardou minha mãe me chamou à janela e disse: “Venha ver, observe a miss e repare. Moça elegante não corre nem com chão quente!" dizia ela. Era verdade. Ela parecia deslizar numa passarela imaginária, era encantador seu andar.
Passamos de vizinhas a amigas e eu estava lá ouvindo Villa Lobos em seu casamento. Tudo mágico.
É com muita alegria que vivo hoje nossa grande amizade de algumas décadas. Ainda há o sorriso iluminado, a voz macia, os olhos delineados com rigor do tempo de miss. Segue deslizando na passarela imaginária, porque moça elegante não corre, nem que o tempo passe.
Parabéns Lena querida!
Maria José Fernandes
Rio de Janeiro
Tive a oportunidade de vê-la em desfile, no Maracanãzinho, acompanhando o meu pai (Ubirahy Caldeira) que, acredito, tenha sido quem a lançou nestes concursos.
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