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terça-feira, 15 de janeiro de 2019

DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - Tulio Feliciano e o samba


>>>>> Filho do poeta João Feliciano e de Alga Marina, Tulio nasceu em Timbaúba em 28/02/1947, e tornou-se um dos profissionais mais requisitados pelos sambistas.


          Nascido em Timbaúba, passou a infância no Recife da década de 1950, e, no início dos anos 1970, circulou pela Europa. Na família de Tulio, todo mundo tinha que estudar música. Fazia parte da formação intelectual, como aprender português ou alguma língua estrangeira.  
         Em pleno verão carioca de 1978, arranjou um bico de fotógrafo, uma das tantas atividades que fazia para se manter. Após uma bem-sucedida temporada com Dominguinhos no Projeto Seis e Meia, Nara Leão resolveu estender a parceria, lançando um novo espetáculo. Logo, Tulio estava dirigindo o MPB 4 e o Quarteto em Cy no espetáculo Cobra de Vidro, mais um campeão de bilheteria. Artistas como Elizeth Cardoso, Marlene, Cauby Peixoto e Emílio Santiago foram ajudando a encorpar seu currículo. Mas o grande salto para transformá-lo em referência do samba veio com um show em homenagem a Silas de Oliveira, autor de “Os cinco bailes da história do Rio.” No palco, juntou Dona Ivone Lara e o recém-estourado Fundo de Quintal para contar "Os cinco bailes da história de Silas", o que o levou a figurar em todas as listas de melhores do ano.
          Mas, apesar de estar sempre cercado de nomes estrelados, Tulio nunca se deixou enfeitiçar pelo glamour. “Trabalhar com arte é muito bom, mas cansa, causa estresse.” Há cerca de dois anos, sofreu uma depressão profunda e foi aconselhado pelos médicos a tirar um período sabático. “Eu não estava gostando de nada do que fazia, não sentia entusiasmo”, revela. Foi quando seus irmãos sugeriram que voltasse para o Recife.
          Livre da depressão, Tulio segue sua vida dividido entre o Recife e o Rio de Janeiro. “Aqui, o dia dura muito, consigo fazer um monte de coisas. No Rio, eu acordo e já é de noite”, brinca. Claro que a ligação estreita com o samba, vez por outra, acaba provocando cobranças dos conterrâneos. “Não precisam nem se preocupar. O frevo, para mim, é uma coisa celestial. Está acima de tudo. Vassourinhas, Fogão, Madeira que cupim não rói, tudo isso faz parte do meu repertório sentimental”, avisa.
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Por Cleodon Coelho, jornalista e produtor da TV Globo. Matéria condensada da revista CONTINENTE, outubro/2017. Foto: Léo Caldas. Agradecimentos: Ana Carolina França, sobrinha de Tulio Feliciano.
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Destaque da página de História da revista TIMBAÚBA EM FOCO, dezembro/2018.
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