PIPAS AO VENTO
Apresso-me em fotografar o show proporcionado pelas pipas e pelo vento. Minha vontade é comprar todas ao vendedor e sair semeando beleza pela praia.
"Há mercado de trabalho para quem lida com pipas?" Pergunto em silêncio ao mar. Ele responde o que eu gostaria de escutar: "Sim, enquanto houver o vento e alguém cultivando a criança que um dia foi, em atitude ou pensamento."
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POESIA, RAINHA AZUL DO MAR
"Azul é o céu! / Azul é o mar! / Azul é a rainha que nós vamos coroar!" Assim gritava a torcida do cordão azul nos pastoris da minha infância alagoana em São José da Laje. O cordão azul quase sempre vencia e eu sonhava com o dia de conhecer o mar, o que só aconteceu aos quinze anos de idade.
"Azul é o céu! / Azul é o mar! / Azul é a rainha que nós vamos coroar!" O vento trás vozes de um tempo que se foi. O coral aumenta. O menino que um dia eu fui pega uma coroa invisível e corre para o mar, a fim de coroar a Poesia, Rainha Azul do Mar.
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ALENTO
O coqueiro nunca quis se afastar do mar. Agarrou-se à terra para o céu alcançar. Ficaram as marcas do vento. E esta canção de alento.
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POR AMOR
Tão próximo do mar para amar o mar, para no mar amar, para amar um mar.
Tão próximo do mar para do vento escutar que jamais seremos amados com a mesma intensidade do mar.
Tão próximo do mar para amar um mar, para no mar amar, para amar o mar. .
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ETERNIDADE
Enquanto os pescadores aguardam em suas embarcações a hora de ir ao alto mar, faço uma pausa para a foto e busco viver com o vento a poesia do momento. Lembro-me de alguns versos de Rimbaud e declamo em silêncio: "Ela foi encontrada! Quem? A eternidade. É o mar misturado ao sol."
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PRINCESA DO MAR
Quando ela, acompanhada do amado, chegou, o vento suspirou e o mar avançou. Uma noite para recordar. Eu, Elizabeth Muniz Falcão e Joaquim Francisco. Ela tem no currículo os títulos de Miss Macaparana, Top 10 no Miss Pernambuco 2012; Top 15 no Miss Terra Brasil 2013; Musa da Mata Norte e Vice-Musa do Galo da Madrugada 2014. Merece mais: ser aclamada Princesa do Mar, diante dos aplausos do vento e do avanço do mar.
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Crônicas de Daslan Melo Lima
Pitimbu, litoral paraibano, janeiro de 2019
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