Aquela noite na minha alagoana São José da
Laje tinha um gosto diferente e mágico de festa. Na rua Dr. Emílio de Maia,
hoje rua Prefeito Antônio Ferreira, meninos e meninas da minha faixa etária
brincavam e cantavam cantigas de roda.
Eu fui no Tororó
beber água não achei,
Achei a bela Morena
Que no Tororó deixei.
Aproveita minha gente
Que uma noite não é nada.
Se não dormir agora,
Dormirá de madrugada...
Se por um lado uma força misteriosa pedia
para que eu entrasse na roda, outra pedia para que fosse participar da reunião
da Cruzada Eucarística Infantil e em seguida mergulhar nos mistérios da vida e
da morte na Igreja Matriz de São José. Não entrei na roda, também não descobri
os mistérios da vida e da morte. Faz anos que pintei este quadro em tinta
guache, tentando administrar velhas emoções inacabadas.
Hoje, quando o menino introvertido que
um dia eu fui está ao lado de amigos celebrando a vida, a vontade é de cantar alto,
muito alto, estas singelas estrofes:
Aproveita minha gente
Que uma noite não é nada.
Se não dormir agora,
Dormirá de madrugada.
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Daslan Melo Lima - Memórias de São José da Laje, a cidade alagoana onde nasci
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