Ainda faltava mais de um mês para a eleição
da Miss Brasil 1957, mas o Brasil inteiro já corria para as bancas de revistas
em busca da O Cruzeiro. Mesmo que não houvesse chamadas nas capas sobre
misses, sabia-se que em suas páginas poderiam estar desfilando garotas que sonhavam com o título de Miss Brasil e com a fama que tinham Martha Rocha, Miss Bahia, vencedora de 1954; Emília Corrêa Lima,
Miss Ceará, vitoriosa em 1955; e Maria José Cardoso, Miss Rio Grande do Sul,
vencedora em 1956.
Na capa da revista O Cruzeiro de 18/05/1957,
ano XXIX, número 31, estava a atriz mexicana Ana Luis
Peluffo, mas nada de alusão às misses, mas ao folhear a famosa publicação, os
leitores encontravam duas páginas sob o título A 15 de junho, no Maracanãzinho (Rio): Noite de Long Beach , com texto de Mauro Regis e fotos de Indalécio
Wanderley, Antônio Ronek, Badaró Braga e Rubens Américo.
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Detalhe: Na matéria,
abaixo reproduzida, há um lapso, citando Maria José Cardoso como vencedora do Miss Brasil em 1955, quando o correto seria 1956; e Sandra Hervé como candidata a Miss Rio Grande do Sul em 1956, quando o certo seria 1957. No entanto, digitei o texto tal como aparece na citada O Cruzeiro.
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Na eleição de Miss Distrito
Federal, uma “avant-première” das candidatas a Miss Brasil, reproduzindo o
colorido das festas de Miss Universo.
Maria José Cardoso, em
1955, foi sucessivamente Miss Clube do Comércio, Miss Porto Alegre, Miss Rio
Grande do Sul e Miss Brasil. Sandra Hervé, em 1956, foi Miss Clube do Comércio,
Miss Porto Alegre, e, no momento em que escrevíamos esta reportagem era uma
das mais fortes candidatas a Miss Rio Grande do Sul. Ninguém se admire,
portanto, se for novamente uma gaúcha a detentora do título máximo da beleza
feminina nacional. Nos Pampas, o concurso promovido pelos Diários Associados
conquistou, este ano, um êxito jamais alcançado, reunindo representantes dos grandes
clubes e dos principais municípios. Em Minas Gerais, o sucesso não foi menor.
No Estado do Rio, em São Paulo, em Pernambuco, no Ceará, em Goiás, no Brasil
todo, a sociedade mobilizou-se para selecionar as suas mais belas jovens.
Na fila de cima, da esquerda para a direita, candidatas ao Miss Distrito Federal 1957: M. de Lourdes (Clube da Aeronáutica); Cléia Pietro (Associação Vila Isabel); e Shirley Velasco (Associação Portuguesa). Abaixo, na mesma ordem, Olyani Braga (Clube Municipal); Norma Leitão (Escola de Belas Artes); e Wanilda Melo (AABB). ***** A jovem de maiô na ilustração anterior é Nelice Pereira, Miss Clube Leblon.
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Na foto maior, Sandra Hervê, Miss Porto Alegre. Na imagem menor, Maria Dorotéia Antunes Neto, Miss Juiz de Fora. |
No
Distrito Federal, diretórios acadêmicos e clubes da zona norte e da zona sul
aderiram entusiasticamente à mais importante promoção do ano. E, agora, o
concurso de Miss Brasil 1957 aproxima-se dos seus momentos mais sensacionais.
Até o fim desta semana, todas as misses estaduais serão eleitas. E, a 15 de
junho, comparecerão ao Ginásio Gilberto Cardoso (Maracanãzinho), no Rio, para
fazer uma “avant-première” do desfile do dia 22, no Quitandinha, em Petrópolis.
Essa “avant-première” terá seu ponto alto na eleição de Miss Distrito Federal.
O carioca verá, no Maracanãzinho, uma autêntica “Noite de Long Beach”.
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Naquele 1957, o título de Miss Distrito
Federal foi conquistado por Eloísa Oliveira de Menezes, do Clube Caiçaras, e o de Miss Brasil por Terezinha Morango, Miss Amazonas, que não
apareceram na reportagem. Sandrá Hervé foi
eleita Miss Rio Grande do Sul e ficou em terceiro lugar no Miss Brasil,
enquanto Maria Dorotéia Antunes, campeã em Minas Gerais, obteve o segundo.
Tantos anos depois, o calendário atual
dos concursos de beleza mudou completamente. O Miss Brasil 2015 está agendado
para o dia 19 do próximo mês, enquanto o
Miss Universo deverá acontecer no dia 20 de dezembro. Milhares de pessoas já
não correm para as bancas de revistas em busca de publicações com notícias
sobre misses. O Cruzeiro faz parte de um tempo que se foi, quando maio era o
mês das mães, das noivas e também das misses.
Ainda bem que temos a Internet com missólogos interagindo nas redes sociais
e sites especializados com generosas reportagens ilustradas
sobre concursos de beleza. Centenas de
jovens sonhadoras ainda aspiram o título
de Miss Brasil. Milhares de pessoas
continuam apaixonadas por Misses. Por isso vivo a repetir que paixões são
paixões, simplesmente paixões, não se explicam.
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