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SEJA BEM-VINDO ! SEJA BEM-VINDA! VOCÊ ESTÁ NO BLOG PASSARELA CULTURAL, cujas postagens, na maioria das vezes, são postadas aos sábados e domingos. Nossa trajetória começou em 02/07/2004, com o nome de Timbaconexão, como coluna sociocultural do extinto site de entretenimento Timbafest. Em 12/10/2007, Timbaconexão migrou para blog com o nome de PASSARELA CULTURAL, quando teve início a contagem de visitas. ***** Editor: DASLAN MELO LIMA - Timbaúba, Pernambuco, Brasil. ***** Contatos : (81) 9-9612.0904 (Tim / WhatsApp). E-mail: daslanlima@gmail.com

sábado, 29 de março de 2014

DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO

                             
UM CARNAVAL PARA RECORDAR


Glamour, misticismo e frevo deram as mãos no Morcego na Folia, reeditando o sucesso do bloco que marcou época na história de Timbaúba. A diretoria da agremiação carnavalesca já agendou a próxima saída: 15 de fevereiro de 2015. ***** Imagnes: Janayna Jussara/Facebook.
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MEMÓRIA TIMBAUBENSE


Em pé, da esquerda para a direita: Fernando Walter, Adalberto, José Mario Guerra, Adelair, Alfredo Campos, Adelúcia Pereira de Melo (Delminha), Ivan Pedrosa e "Mocinha" (apelido do outro Ivan). Agachados, na mesma ordem, Esdras, Carlos Alberto (Bel) e Lusivan Suna. ***** Esta foto foi feita durante uma festa na Liga Lítero Atlética, no ano de 1967. O dinheiro arrecadado com o evento foi revertido para uma excursão no final do ano ao Rio de Janeiro, Brasilia e Belo Horizonte. ***** Imagem: Timbaúba em número fatos e fotos/Facebook.
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NOVIDADE GOURMET
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SESSÃO NOSTALGIA – Virpi Miettinen, Vice-Miss Universo 1965: "O melhor tempo é agora"

Daslan Melo Lima


     Entre as minhas namoradas impossíveis, inacessíveis, verdadeiras paixões platônicas da adolescência, consta o nome de uma loura finlandesa chamada Virpi Liisa Miettinen, cujo rosto descobri nas páginas das revistas O Cruzeiro, Manchete e Fatos & Fotos naquele distante 1965, ano em que  ela  foi Miss Finlândia, vice-Miss Europa,  segunda colocada no concurso Miss Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro e Vice-Miss Universo.  No ano seguinte, também disputou o título de Miss Escandinávia e ficou em terceiro lugar. Recentemente, pesquisando na Internet, descobri o rumo que o destino deu à sua vida.


MISS EUROPA 1965 - Da esquerda para a direita, Alicia Borrás, Miss Espanha, quarto lugar; Virpi Miettinen, Miss Finlândia, segundo lugar; Juliana Herm, Miss Alemanha, primeiro lugar; Elly Koot, da Holanda, Miss Europa 1964; Ingrid Norman, Miss Suécia, terceira colocada; e Yvonne Hanne Ekman, Miss Dinamarca, quinto lugar. ***** Imagem: Pageantopolis.
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MISS INTERNACIONAL DO IV CENTENÁRIO DO RIO DE JANEIRO - Em 1965, ano do IV Centenário do Rio de Janeiro, o Maracanãzinho foi palco do concurso que elegeu a Miss Internacional do IV Centenário. O certame contou com a participação de 21 concorrentes que vieram de várias partes do mundo para o evento, antes de seguirem para Miami Beach, onde foi realizado o Miss Universo. 
A grande noite da beleza aconteceu numa quarta-feira, 30 de junho, dias antes da eleição de Miss Brasil, realizada no sábado, 03 de julho, no mesmo Maracanãzinho. 
Na foto acima, as cinco finalistas. Da esquerda para a direita: Miss Alemanha, Ingrid Bethke, terceiro lugar; Miss Estados Unidos, Sue Ann Downey, primeiro; Miss Finlândia, Virpi Miettinen, segundo; Miss Grécia, Aspa Theologitou, quarto; e Miss Israel, Aliza Sadeh, quinto lugar.  
***** Imagem: Fatos & Fotos.
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MISS UNIVERSO 1965 - Da esquerda para a direita, Virpi Mietntien, segundo lugar; Sue Ann Downey, Miss Estados Unidos, terceira colocada; Apassara Hongsakula, Miss Taillândia, primeiro lugar; Ingrid Norrman, Miss Suécia, quarta colocada; e Anja Christina Maria Schuit, Miss Holanda, terceiro lugar. ***** Foto: Manchete.
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MISS ESCANDINÁVIA 1966 - Norway  Elsa Brun, Miss Noruega, eleita Miss Europa 1966, ladeada pelas duas representantes da Finlândia, Eija Häkkinen (à esquerda), segundo lugar, e Virpi Miettinen, terceira colocada. ***** Imagem: Pageantopolis.
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Virpi na Seura, 13/09/1974, nove anos após ter sido eleita a segunda mulher mais bela do Universo. Uma das várias capas que a revista fez em sua homenagem.
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Virpi Miettinen, a beleza madura da Miss Finlândia 1965  ao lado de uma das suas obras - Foto: Juha Peramaki.

     
     Virpi Miettinen, nasceu em 10/04/1946, em Porvoo, terra natal do poeta Johan Ludvig Runeberg (1804-1877), autor de um poema que se tornou o hino nacional da Finlândia, Nossa Terra (Maamme), que diz:


Nossa terra, Finlândia, nossa pátria, 
ecoa alto, oh nome valoroso! 
Não há vale ou colina que chegue aos céus,
nem lago que chegue à costa lavada pelas ondas, 
que seja mais adorado
que nossa terra do Norte, 
amada terra de antepassados.  

Um dia tua flor vai amadurecer,
para então desabrochar. 
E tua esperança e teu gáudio
nosso amor levará às distâncias.
E um dia, terra-mãe, tua canção
será ainda mais enaltecida.

      Porvoo é a segunda cidade mais antiga da Finlândia, um belo lugar de quase 50 mil habitantes que atrai visitantes de todo o mundo, a 50 km de distância de Helsínque. 
          Virpi deu o primeiro passo para a fama em 1963, aos 16 anos de idade, quando uma vendedora de uma loja de roupas pediu para ela exibir um casaco num desfile promovido pela  Cruz Vermelha. Dois anos depois, sua mãe permitiu que ela aceitasse o convite de Sanelma Vuorre (1919-2009), diretora de uma escola de manequins, para participar do Miss Finlândia. Virpi tornou-se modelo internacional, casou, descasou, tornou-se dependente química devido ao uso prolongado de medicamentos para não engordar, passou por dificuldades financeiras  e superou um câncer de mama.
  
           Somos levados a crer, na maioria das vezes, que as mulheres lindas não sofrem e que um título de beleza só contribui para uma existência de glamour, fama e felicidade, um verdadeiro conto de fadas. Engano. A adversidade atinge a todos nós, passageiros da Terra, ainda um planeta de provas e expiações. Mas voltando para minha deusa, ela conseguiu, felizmente, reverter seus problemas, levando hoje uma vida tranquila,  dedicando-se à pintura e ao seu trabalho de evangelização como membro da Igreja Luterana. Disse ela no ano passado:  

“Eu tenho paz no meu coração. Eu me sinto competente para fazer o trabalho de Deus. Eu vi coisas  sobrenaturais acontecerem. Deus criou um homem que está vindo para mim, mas eu não o encontrei. Agora, quando eu fiz 67 anos, já não tem tanto significado também. Aprendi a viver comigo muito bem. O melhor tempo é agora.  Não me arrependo de nada na vida. Toda a triste fase da minha vida se transformou em vitória. Eu não olho para baixo. Além disso, a maior parte da minha vida foi boa. Meu sonho é um dia  alugar uma bela casa na Itália e pintar na Toscana.”

Virpi Miettinen, um ícone dos anos sessenta - Foto: Kari Laakso
      Esta Sessão Nostalgia chega ao fim e outras virão nas próximas semanas, se o Arquiteto do Universo permitir. Final de mais um sábado em Timbaúba, Pernambuco, nordeste do Brasil, quase meia-noite do antepenúltimo dia do mês de São José, um mês que logo mais será parte de um passado. Vejo as imagens antigas e atuais de Virpi Miettinen e faço uma pausa para agradecer a Deus  por Ele ter colocado a Vice-Miss Universo 1965 entre as deusas dos sonhos do adolescente que um dia eu fui.
     
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sábado, 22 de março de 2014

DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - Aurinha e Seu Rocha, quando as diferenças são meros detalhes

Daslan Melo Lima


      Numa bela casa na zona oeste da cidade, em meio a plantas, objetos de arte e recordações, um casal folheia um velho álbum de fotografias em preto e branco. O olhar se detém numa imagem marcada pela ação implacável do tempo, a do seu casamento, realizado em 11/07/1963, e as emoções inundam de nostalgia a tarde timbaubense. 


      Ela é Áurea Pedrosa de Vasconcelos Rocha, Aurinha, nascida em Timbaúba, no dia 06/03/1938, professora aposentada. Ele é José Rocha de Oliveira Irmão, Seu Rocha, nascido no Engenho Ribeirão, na localidade de Araticuns,  Vicência-PE, no dia 10/05/1938, comerciante aposentado. Ele foi proprietário durante quinze anos de uma casa comercial que marcou época, o Bar Tricolor. Ela, graduada em Historia, lecionou durante quase trinta anos na Escola Jornalista Jáder de Andrade. O casal teve cinco filhos: Melquisedec (falecido com 11 dias de nascido), Kênia, Kelmer, Kilma e Karine.  

Aurinha, Seu Rocha e familiares após a Missa em Ação de Graças pelos 50 anos de vida conjugal. 

       Simples e tranquilo, Seu Rocha revela o segredo para um casamento longo e feliz: “Ser paciente e aceitar a esposa do que jeito que ela é”. Bem humorada e  vaidosa, Aurinha  conta o seu: “Um dos cônjuges tem que ser diferente do outro. A  mulher não deve se entregar ao homem antes do casamento”.
      Aurinha adora os filmes da trilogia Sissi, protagonizada por Romy Schneider (1938-1982); a cor azul; Elvis Presley (1935-1977) e o Sport Club do Recife. Seu Rocha  gosta muito de programas jornalísticos; a cor branca  e o Santa Cruz Futebol Clube. As pequenas diferenças entre as coisas que apreciam são meros detalhes diante das qualidades que os unem. 


Em excelente forma e criativos, ele e ela passam longas horas executando trabalhos manuais decorativos com plantas e flores. 

A árvore genalógica da familia, concepção artística de Kênia Rocha, abaixo, ladeada pelos pais e a filha Thaís Travassos


      Católicos fervorosos, ligados ao neocatecumenato, consideram A Bibilia o melhor livro do mundo e ressaltam que todos deveriam por em prática este ensinamento: “Amar ao próximo como a si mesmo.”  Afirma ele:  “A  vida é tudo e a morte é a continuação da vida”, afirma ele. “Viver é bom e a morte apenas  uma passagem”, conclui ela.
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EM PAUTA


2ª CONVENÇÃO DE QUADRINHOS DE TIMBAÚBA - Dia 29, das 09h às 12h e das 14h às 21h - Dia 30, das 09h às 19h ***** Local: Biblioteca Municipal Aderbal Jurema,  Av. Dantas Barreto, Timbaubinha. ***** Entrada franca. 
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UM CARNAVAL PARA RECORDAR
Alex Apolinário, Gato Verão de Timbaúba 1999, agachado, no centro da foto, e outros integrantes da familia Apolinário, no camarote da Hidraupeças, no Galo da Madrugada.
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ROTEIRO POÉTICO DE TIMBAÚBA
A PÉROLA DA DR. ALCEBÍADES - Uma pérola da arquitetura resiste ao tempo na Rua Dr. Alcebíades, onde outrora havia lindos e singelos casarões que foram "engolidos" pela especulação imobiliária. Sem grades na porta e na janela, sem garagem, sem muro alto, a casa remete a um tempo mais lento, mais romântico, mais poético. Guardando as devidas proporções, por causa do intenso movimento do trânsito, sinto-me na Rua Dr. Alcebíades como se estivesse numa capital. Um olhar para está pérola, no entanto, o stress espanta, e me leva para um tempo cada dia mais distante. - Daslan Melo Lima

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SESSÃO NOSTALGIA - BELLINI, ADALGISA COLOMBO E ANA MARIA, LEMBRANÇAS DE 1958

Daslan Melo Lima




     Ao lado, capa da revista O Cruzeiro, de 12/07/1958, com Bellini (1930-2014), campeão mundial de futebol,   e Adalgisa Colombo (1940-2013), Miss Distrito Federal, Miss Brasil e vice-Miss Universo 1958. Esta edição destaca a vitória da seleção brasileira, campeã mundial de futebol, e um encontro que os diretores da revista promoveram entre os  campeões do mundo e as misses Distrito Federal e Bahia, Ana Maria Carvalho.  
        Gosto muito de folhear revistas antigas. Nelas encontro momentos de glória e de drama vividos por celebridades que marcaram época no Brasil e no mundo. A leitura faz com que eu enxergue certos acontecimentos sob outra perspectiva. O meu momento de hoje, de paz ou de inquietação, amanhã será passado, e me conscientizo que tenho de administrar com sabedoria o momento presente. 


      Na tarde deste quarto sábado de março de 2014, a terceira do outono, mergulho no exemplar desta revista para reencontrar Hideraldo Luís Bellini , no auge de sua carreira, como capitão da Seleção Brasileira de Futebol, vivendo as emoções da conquista do primeiro título mundial. Paulista de Itapira, onde nasceu em 07/06/1930, Bellini morreu na última quinta-feira, 20, devido a problemas de saúde decorrentes de Alzhmeir.



      Sempre admirei aquela foto de Bellini levantando a Taça Jules Rimet, tanto que ela faz parte do banner que ilustra o cabeçalho de PASSARELA CULTURAL, ao lado de outras imagens símbolos que me são caras: 
Torre Eiffel (glamour, moda); 
Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, no filme Casablanca  (cinema, artes, romance); 
A baiana Maria Olívia Rebouças Cavalcanti, Miss Brasil e quinta colocada no Miss Universo 1962, minha miss inesquecível (charme, beleza); 
Bellini com a taça Jules Rimet (futebol, esportes, foco, determinação); Tocadores de pífanos (regionalismo, nordeste brasileiro); 
Igreja Matriz de São José, de São José  da Laje, AL, minha terra natal (sentimentalismo, poesia) .

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     Na sequência, nostálgicas imagens reproduzidas da referida  O Cruzeiro. Detalhe: a revista cita o nome de Bellini com um "l" apenas.    

João Ramos do Nascimento, o Dondinho (1917 –1996), pai de Pelé, e Adalgisa Colombo  aguardando a chegada dos campeões do mundo à redação de O Cruzeiro.

A legenda da página dupla dizia o seguinte: Ele sorriu do elevador, o porte elegante no amassado uniforme de viagem. Não parecia um jogador de futebol. Tinha até jeito de galã de cinema. Na mão, o “Oscar” de sua última criação: um filme a cores, todo rodado na Suécia, com um elenco de onze “astros”. Adalgisa Colombo se aproximou dele e lhe deu demorado beijo: o beijo que o Brasil reservara ao grande capitão. Miss Brasil lhe disse, depois, o que sessenta milhões de brasileiros gostariam de dizer-lhe: que o País inteiro se sentia grande dentro da grandeza de seus filhos vitoriosos. Hilderaldo Belini sorriu como garoto feliz diante da vitrina de brinquedos. E respondeu com os votos de todo o País: os herois de Estocolmo esperam que ela traga de Long Beach novo tútulo mundial para o Brasil. Tudo isso aconteceu na redação da revista O Cruzeiro, onde a beleza da mulher se encontrou com o talento do futebol brasileiro.
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Exemplares de O Cruzeiro sendo autografados pelo zagueiro campeão. 

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Abraço de Ana Maria Carvalho, Miss Bahia 1958. Detalhe: A baiana é hoje a senhora Ana Maria Sá, esposa de Ângelo Calmon de Sá,  ex-dono do Banco Econômico e  ministro da Indústria e Comércio durante o governo do presidente Ernesto Geisel (1907-1996).

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Bellini, Ana Maria e Adalgisa Colombo.

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      Um trecho da revista misturava romantismo e poesia. Vale a pena conferir.
O grande capitão Hideraldo Belini  virou guarda-noturno da taça. Com uma ternura que tem muito do primeiro amor.
Desde que recebeu a Taça do Mundo, o capitão Hideraldo Bellini quase se transformou em guarda-noturno. Não a deixa um só instante. Nem para dormir. Assim foi durante a viagem. Assim foi na redação de O Cruzeiro. Nem os abraços de Adalgisa Colombo, nem as carícias de tantas misses bonitas que o rodeavam, fizeram sombra à mais bonita  (para o grande capitão) das rainhas: a rainha mundial de futebol, esculpida em ouro. Entre um abraço e um autógrafo, Hideraldo  Belini voltava os olhos para a Taça Jules Rimet com a ternura de enamorado, com a meiguice do primeiro amor. 
Como simbolo da seleção vencedora, que ainda materializa os ideais olímpicos, Hideraldo Belini vê  na taça uma entidade superior, que se trata com desvelo e quase veneração.  Não é o culto pagão de um símbolo. É mais que isso. É o respeito aos valores humanos que ela representa. 
Disse Luiz de Camões que o pastor Jacó serviu sete anos por amor de Raquel. Pois a nossa seleção serviu quatro vezes sete. Belini tem razão no seu imenso amor. Um imenso e glorioso amor. Até 1962, ninguém tem direito de estragar-lhe  a lua de mel. O grande capitão parece ter na face um aviso de amigo: “não perturbem”.

Da esquerda para a direita,  Pelé chora no ombro do goleiro Gilmar  (1930-2013)   e é consolado por Didi (1928-2001); o grande capitão e a cobiçada taça; a alegria no vestiário, com Djalma Santos (1929-2013)  carregando Pelé no colo e o massagista Mário Américo (1912-1990) dando vivas ao Brasil.
     
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Bellini em 1997, ao lado da célebre fotografia. Imagem: Ormuzd Alves/Folhapress
            Conforme li nos jornais, depois do falecimento de Bellini, uma cirurgia de cerca de três horas foi realizada no Hospital das Clínicas para retirar o cérebro do ex-jogador para estudos. A  viúva, Giselda Bellini, disse que tomou a decisão para tentar ajudar a medicina a esclarecer o  Alzheimer, doença comum a ex-jogadores e que também complicou o estado de saúde do capitão da seleção brasileira.  O objetivo é ajudar a esclarecer se o problema neurólogico foi causado por possíveis danos das cabeçadas na bola durante a carreira como jogador. "O doutor Ricardo Nitrini perguntou se a família doaria o cérebro para que fosse feito um estudo, porque muitos atletas de vários esportes apresentam esse problema ou algo similar", disse a viúva. "É claro que se é para ajudar as pessoas a evitar essa doença no futuro, concordamos totalmente com a iniciativa", afirmou Giselda.
          O corpo de Bellini foi velado no salão nobre do estádio do Morumbi, em São Paulo, SP,  e depois seguiu para a Câmara Municipal de Itapira, a 170 km da capital, onde foi enterrado às 11 horas deste sábado.
       No dia 13/08/2011, focalizei nesta secção o encontro de Bellini, na redação de O Cruzeiro, com as misses Distrito Fedeal e Bahia 1958,  http://passarelacultural.blogspot.com.br/2011/08/sessao-nostalgia-seccao-em-construcao.html . Nos últimos dias, a matéria esteve entre as cinco postagens de PASSARELA CULTURAL mais acessadas, conforme ranking do GOOGLE.

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          Ao sair do Túnel do Tempo, fecho a revista O Cruzeiro com a sensação de que, através da leitura de suas reportagens,  vivi com intensidade aquele 1958, quando o mundo era outro mundo, mais lento, mais romântico, mais poético e menos competitivo; quando no Brasil, Copa do Mundo e Misses empatavam  na preferência do público; quando a extinta  revista O Cruzeiro circulava  com tiragens semanais em torno de 500.000 exemplares.          
             Fecho  a revista O Cruzeiro certo de que, a qualquer instante,  as histórias de glórias e dramas de um tempo que se foi poderão me ajudar a ver os acontecimentos atuais sob outra perspectiva, ajudando-me a administrar com sabedoria as circunstâncias passageiras do momento. 


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sábado, 15 de março de 2014

SESSÃO NOSTALGIA - Ana Lúcia Caldas de Souza, Miss Pernambuco 1980: “Ser Miss é viver um conto de fadas"

Por Daslan Melo Lima



      Uma morena chamada Ana Lúcia Caldas de Souza, nascida no Recife, em 25/05/1962, filha de Fernando Neves de Souza e Maria Lúcia Caldas de Souza, irmã de Mônica, Fernanda e Maria Claudia, foi eleita Miss Pernambuco 1980, representando o Clube Internacional do Recife. Divorciada, mãe de Anne Elizabeth e Luciana, e avó de Thiago, Maria Letícia e Gabriel, Ana Lúcia Caldas de Souza hoje é paisagista e mora em Candeias, Jaboatão dos Guararapes, PE.
        Eu estava naquela noite de 31 de maio de 1980, no Clube Português do Recife, palco da festa que elegeu a Miss Pernambuco 1980.  O evento contou com a participação de trinta jovens e teve como atrações musicais os cantores Ronnie Von e Elba Ramalho. Eu estava lá, sem imaginar que trinta e quatro anos depois haveria esta coisa fantástica chamada Internet, que eu seria editor de um blog, e que a vencedora me concederia esta entrevista exclusiva, ilustrada com imagens do seu acervo.

O TOP 3 DO MISS PE 1980 - Maria Eimar da Conceição, Miss BNB Clube, segundo lugar; Ana Lúcia Caldas de Souza, Miss Clube Internacional do Recife, primeiro; e Silvana Maria Ferreira Gomes, Miss Sport Club do Recife, terceiro lugar.  


Ginásio Presidente Médici, Brasília, Distrito Federal, 07/06/1980 - Eveline Schröeter, Miss Rio de Janeiro, eleita Miss Brasil, e três das cinco semifinalistas, Ana Lúcia Caldas de Souza, Miss Pernambuco; Sheyla Maria Chady, Miss Pará; e Mônica Tanus Paixão, Miss Minas Gerais. ***** Imagem: revista Fatos & Fotos.
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PASSARELA CULTURAL - Quem você considerava a mais forte candidata ao título de Miss Pernambuco 1980?
ANA LÚCIA CALDAS DE SOUZA - Maria Izamiris Albuquerque, representante da cidade de Bonito, quarta colocada.
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PC - Quem você considerava a mais forte candidata ao título de Miss Brasil 1980?
ALCS - Loiane Rogéria Aiache, Miss Brasília, terceira colocada.
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PC – Você sentiu alguma forma de preconceito por ser uma concorrente do nordeste?
ALCSPor parte das minhas colegas de concurso e do público de Brasília, não senti nenhuma forma de preconceito, mas não posso dizer o mesmo da coordenação. Eu fui a segunda colocada. Isso foi dito por uma fonte confiável e confirmado depois pelos membros da comissão julgadora, mas o envelope com a decisão do júri foi trocado, não era o mesmo que estava nas mãos do apresentador Paulo Max.
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PC - Você tem contato com alguma ex-colega de passarela?
ALCS – Sim. Depois do concurso, eu e Loiane Aiache ficamos muito amigas, tenho um carinho muito grande por ela e estamos sempre nos falando. A outra é Márcia Meneses Mello, Miss Sergipe. Também sou amiga das minhas duas antecessoras, Ângela Agra Galvão, Miss PE 1978, e Anne Elizabeth Brasileiro, Miss PE 1979. Ângela Agra sempre foi minha inspiração para disputar o concurso, sempre admirei sua beleza e sempre que podemos estamos juntas. O nome da minha filha mais velha foi uma homenagem a Anne Elizabeth. Tenho muita admiração por ela, nossa amizade vai além do tempo e da distância.
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PC - Você acompanha os noticiários sobre os atuais concursos de Misses?
ALCS - Antes sim, agora não.
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PC - Qual a maior experiência de ter participado do concurso?
ALCS - A experiência do novo.  Eu era muito nova e muito tímida. Com o concurso fiquei mais comunicativa. O título me trouxe grandes emoções, muito aprendizado, inúmeras alegrias e maravilhosas amizades, além de proporcionar muitas viagens, acrescentando com isso mais cultura e experiência de vida. Ser miss é como viver um conto de fadas.
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PC - O que mudou em sua vida depois do título de Miss?
ALCS - Durante o período de 1980 a 1983, recebi vários convites para fotos em revistas; festas importantes,  como as da Ilha Porchat, em Santos, Hotel Copacabana Palace, no Rio; convite   para sair de destaque na Escola de Samba Beija Flor e muitos outros. Pude também disputar  vários títulos internacionais e ganhar alguns. Enfim, uma experiência única. E o mais importante de todas as experiências: saber que a beleza tem que ser total, corpo e alma. Uma mulher bonita não é aquela de quem se elogiam as pernas ou os braços, mas aquela cuja inteira aparência é de tal beleza que não deixa possibilidades para admirar as partes isoladas.
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PC - Você incentivaria uma neta ou outra garota da família para participar de um concurso de Miss?
ALCS - Se elas tivessem esse propósito, daria força, sim. Sinceramente, não gosto quando escuto algumas misses revelando que preferem esquecer que foram misses. Acho um pouco de hipocrisia, afinal, quando eram misses, adoraram ser admiradas, fotografadas, paparicadas e tal... E depois que passa o tempo, detestam?
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PC - Seus pais incentivaram você a ser Miss?
ALCS - Não, meu pai foi contra, mas depois liderou minha torcida e levou muitas pessoas para torcer por mim no Miss Brasil.  Já minha mãe me apoiou em tudo, foi minha companheira e amiga, acompanhando-me sempre a todos os eventos.
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PC - Quem são suas misses inesquecíveis?
ALCSPor ordem em que foram eleitas: Ieda Maria Vargas, Miss Brasil e Universo 1963; Martha Vasconcellos, Miss Brasil e Miss Universo 1968; Ângela Agra, Miss PE 1978; Anne Elizabeth, Miss PE 1979; e Loiane Aiache, Miss Brasília 1980. 
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PC - Um motivo de arrependimento.
ALCS - Não tenho arrependimentos, pois todos os meus erros me serviram como crescimento.
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PC - Um motivo de orgulho.
ALCS - Minhas filhas, meus netos e minha família. 
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PC - Em sua opinião, qual o diferencial, ou seja, qual a mudança maior nos concursos de Misses de 1980 para 2014?
ALCS - Hoje o que vejo e me deixa um pouco triste é que as meninas não querem ser misses, querem ser modelos. Ser miss para mim é bem diferente de ser modelo. Não sou a favor de candidatas com "cara de boneca fabricada em série”, com intervenções plásticas em excesso e silicone. A verdadeira beleza está na naturalidade do belo.

PING-PONG COM ANA LÚCIA CALDAS DE SOUZA

Comida preferida: Salmão com alcaparras e camarão de todas as maneiras
Bebida: Vinho prosecco italiano e uma cervejinha bem gelada na praia
Sobremesa: Delicia de abacaxi e torta de limão
Cor: Branco e amarelo
Hobby: Plantas 
Esporte: Caminhadas e Yoga. 
Clube esportivo: Clube Náutico Capibaribe
Um jogador de futebol: Kaká, como exemplo de comportamento.  
Um programa de TV: Encontro, com Fátima Bernardes; Globo Repórter; e Bem Estar, entre outros.   
Uma canção: Muito difícil escolher uma única música, pois a música é como trilha sonora na minha vida, mas vou escolher duas que adoro, She (Charles Aznavour) e Let me try again (Frank Sinatra)
Um frevo: O Hino do Elefante de Olinda, de Clídio Nigro e Clóvis Vieira. “Ao som dos clarins de momo, / o povo aclama com todo ardor. / O elefante exaltando as suas tradições   / e também seu esplendor. /// Olinda, este meu canto / foi inspirado em teu louvor. / Entre confetes, serpentinas, venho te oferecer / com alegria o meu amor. ///  Olinda! Quero cantar a ti esta canção. / Teus coqueirais, o teu sol, o teu mar / faz vibrar meu coração. / De amor a sonhar, minha Olinda sem igual / Salve o teu carnaval !”

Paisagista de muito talento, Ana Lúcia está de viagem marcada para a França. No próximo mês, em Paris, ela participará de um congresso internacional sobre sua atividade profissional. 

CantoresFrank Sinatra, Bryan Adams, Jason Mraz, Celine Dion, Paula Fernandes e Djavan. 
Atores e atrizes: George Clooney, Richard Gere, Jennifer Aniston, Julia Roberts, Antonio Fagundes e Giovanna Antonelli. 
Homem elegante: Frederik André, o príncipe da Dinamarca. 
Mulher elegante: Maria Lúcia Caldas de Souza, minha mãe, principalmente no saber viver. 
Homem bonito: George Clooney. 
Mulher bonita: Giovanna Antonelli.   
Uma saudade: Meu neto Thiaguinho 
Um ponto turístico de Pernambuco: Praia do Paiva, com suas piscinas naturais, em Jaboatão dos Guararapes, e o Marco Zero, no Recife Antigo
Dia ou noite? Dia
Samba ou frevo? Frevo
O país dos seus sonhos: Grécia, com certeza
Animal de estimação: Amo todos os animais, mas atualmente só tenho cachorros


Ana Lúcia durante viagem à Itália, nas fotos acima, e em Curitiba, abaixo.



Sonho de consumo: Viajar muito. Conheço nove países da Europa, oito da América do Sul e o Brasil inteiro
Se você fosse Presidente da República, o que faria para reverter o que desagrada a sociedade? É tão difícil falar sobre o que mudar no Brasil... Tantas coisas para mudar... Saúde, habitação, segurança, corrupção... Acho que teríamos que começar um novo Brasil. Mas a reforma no Código Penal seria o começo, com leis mais rígidas.   
        
ANA LÚCIA CALDAS DE SOUZA, 
UMA CHORONA ESPIRITUALISTA

Religião: Sou católica, pela minha vida de fé, e espiritualista, por essência
Santos de devoção: Madre Vasconcelos, Santa Terezinha das Rosas, Santa Clara, São Bento e os anjos São Miguel, São Rafael e São Gabriel
Superstição: Nenhuma
Um filme: Nosso Lar, PS. I Love You, As Mães de Chico, Doce Novembro... 
Um livro: Adoro ler. Entre os muitos bons livros que já li, escolho dois que me ajudaram a evoluir como pessoa: Ninguém é de Ninguém e Nada é por Acaso, ambos de Zibia Gasparetto
Um escritor: Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Chico Xavier. 
Livro de Cabeceira: Minutos de Sabedoria, de Carlos Torres Pastorino,  e O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec. 
Viver é... Uma bela oportunidade que Deus nos dá para sermos felizes. 
Envelhecer é... Uma arte. Saber envelhecer é o mesmo que produzir uma obra de arte no dia a dia.  
Morrer é... Apenas não ser visto. Morrer é a curva da estrada e não o final dela. 
Uma frase: Chico Xavier tinha em cima da sua cama uma placa escrita “ISSO TAMBÉM PASSA” . Perguntaram a ele o porquê e ele disse que era para se lembrar que quando estivesse passando por momentos ruins, poder lembrar de que eles iriam embora e que ele teria que passar por aquilo por algum motivo. Mas essa placa também era para lembrá-lo que quando estivesse muito feliz, que não deixasse tudo para trás, porque esses momentos também iriam passar e momentos difíceis viriam de novo. E é exatamente disso do que a vida é feita: MOMENTOS! Momentos os quais temos que passar, sendo bons ou não, para o nosso próprio aprendizado, por algum motivo. Nunca me esqueço do mais importante: NADA É POR ACASO! Absolutamente nada. Por isso me preocupo em fazer a minha parte da melhor forma possível.  






Ana Lúcia gosta de se envolver em campanhas assistenciais, tais como fornecer alimentos para animais abandonados e sopas para moradores de ruas.





Personalidade
Madre Tereza de Calcutá
O maior sonho da sua vida: O maior sonho da minha vida já foi realizado: o nascimento dos meus netos. 
Palavra mais bonita da língua portuguesa: Solidariedade e Amor. 
Palavra mais feia: Ingratidão e preconceito
Seu maior defeito: Não pensar antes de falar e confiar demais, mas estou aprendendo. 
Sua maior virtude: Alegria, solidariedade e humildade. 
O que mais admira em um ser humano: Solidariedade, lealdade, humildade e gratidão
O que não suporta em um ser humano: Falsidade, deslealdade, arrogância e ingratidão
Se o mundo fosse acabar amanhã, o que faria hoje? Iria reunir minha família e orar muito, pedindo a Deus misericórdia para todos
A última vez que chorou: Eu me emociono muito, sou uma chorona, choro com facilidade.
                                         
ANA LÚCIA CALDAS DE SOUZA, 
DE DENTRO PARA FORA


     O concurso Miss PE 1980 foi o último promovido pelos Diários e Emissoras Associados. Por conta disso, Ana Lúcia ganhou o manto e a coroa que foram usados por todas as suas antecessoras, preciosidades que ela guarda com muito carinho. As peças foram entregues em uma cerimônia linda e emocionante, pois ali acabava uma tradição do Diário de Pernambuco com as misses. No ano seguinte, em 1981, quando teve início na história do Miss Brasil o que se convencionou chamar de “Era SS”, o Silvio Santos chamou Ana Lúcia e propôs  para que não acontecesse o Miss PE, pois daria bastante trabalho, e lhe pediu para que representasse novamente Pernambuco na etapa nacional. Ela não aceitou, “o certame era único em tudo, receber o título de Miss Pernambuco sem concurso seria como uma princesa ser coroada sem baile”, confessa.

        Finalizando nossa entrevista, ao lhe perguntar quem era Ana Lúcia Caldas de Souza, a eterna Miss Pernambuco 1980 não hesitou em responder:


      Sou uma pessoa de dentro pra fora. Minha beleza está na minha essência e no meu caráter. Acredito em sonhos, não em utopia, mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui para viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente. Sou isso hoje, amanhã, já me reinventei. Reinvento-me sempre que a vida pede um pouco mais de mim. Sou complexa, sou mistura, sou mulher com cara de menina. E vice-versa. Me perco me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar. Não me doo pela metade, não sou tua meia amiga nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não suporto meio termos. Sou boba, mas não sou burra. Ingênua, mas não santa. Sou pessoa de riso fácil. E de choro também! Sou muito agradecida a Deus, por tudo que ele me deu. Amo a vida e meus netos são os melhores presentes que já recebi. Com eles, volto a ser criança. Sou uma avó babona assumida!

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