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domingo, 24 de fevereiro de 2008

SESSÃO NOSTALGIA - Josenira de Albuquerque Silva, Miss São José da Laje 1965

Por Daslan Melo Lima

          Permitam-me falar hoje de uma mulher linda que foi Miss. Suas fotos não saíram nas grandes revistas da época, O Cuzeiro, Manchete e Fatos & Fotos. Sua fama não ultrapassou as fronteiras do Estado onde nasceu, mas marcou toda uma geração da cidade onde ela e eu nascemos : São José da Laje, Alagoas. E tem mais: ela foi minha professora. Seu nome: Josenira de Albuquerque Silva, Miss São José da Laje 1965.


          Ano de 1964, Ginásio São José. Quando a nova professora entrou na sala para dar aula, um silêncio imenso tomou conta do ambiente. Ela era linda, simpática , elegante e extrovertida. No início, era complicado prestar atenção ao que ensinava, pois sua beleza tirava a atenção de todos. Naquele ano, ela coordenou um belo espetáculo para o desfile escolar do dia 7 de Setembro. Meninas do Grupo Escolar Carlos Lyra se apresentaram nas ruas vestindo trajes típicos dos Estados brasileiros. Antes do desfile, Josenira posou para a foto acima, ao lado das garotas. Ela é a jovem sorridente que está na frente de uma vidraça quebrada.



Professores do Ginásio São José. Da esquerda para a direita:Maninho, Antônio Aquilino, Marcos Pino, Josenira de Albuquerque Silva, Amaury Vasconcelos de Andrade e Francisco de Assis Pereira.
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Maria Conceição de Alencastro, Mary Grace Oiticica Bandeira, Josenira de Albuquerque Silva (na foto de baixo, primeira à esquerda) e Maria José Gomes na passarela do Jaraguá Tênis Clube, Maceió, AL, 12/06/1965. (Acervo de Barros Expedictus).
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O mesmo recorte da Gazeta de Alagoas, em melhor resolução, destacando as misses São José da Laje e Rio Largo. (Acervo de Barros Expedictus).

       Estamos agora em 1965. No dia 12 de junho, no Jaraguá Tênis Clube, em Maceió, quatro jovens lindas disputaram o título de Miss Alagoas. Entre elas, estava Nirinha, como era carinhosamente chamada. As outras aspirantes ao título máximo da beleza alagoana eram Mary Grace Oiticica Bandeira (Miss Iate Clube Pajuçara, primeira colocada ), Maria Conceição de Alencastro (Miss Jaraguá Tênis Clube, segundo lugar ) e Maria José Gomes ( Miss Rio Largo). Nirinha deu um show de simpatia e comunicação, foi aplaudidíssima na entrevista e voltou para São José da Laje com o terceiro lugar.

         

         Vou deixar um pouco a minha professora de lado para falar de Mary Grace Oiticica Bandeira, Miss Alagoas 1965, foto à esquerda. Causou surpresa a sua não inclusão entre as oito finalistas do Miss Brasil 1965. Para a grega Kiriaki Tsopei, Miss Universo 1964, presente no Maracanãzinho, a moça mais bela era Miss Alagoas, depois Maria Raquel Helena de Andrade (Miss Guanabara, eleita Miss Brasil) e adiante Marilena de Oliveira Lima, Miss Mato Grosso, a preferida do público, que acabou em quarto lugar e foi o motivo da maior vaia da história do Maracanãzinho. Meses depois, quatro louras chegaram a se apresentar no programa "Você faz o Show", do Fernando Castelão, na TV Jornal do Commercio, Recife : Alda Maria Simonetti Maia, Miss Pernambuco 1965; Maria Raquel Helena de Andrade, Miss Gunabara e Miss Brasil 1965; Solange Dutra Novelli, Rainha do IV Centenário do Rio de Janeiro, e Mary Grace Oiticica Bandeira, Miss Alagoas 1965.Vocês adivinharam qual delas colheu os maiores aplausos ? A loura das Alagoas, Mary Grace. Mas isso será assunto para uma outra Sessão Nostalgia.

       

            Em 1965, o sonho de toda garota bonita era desfilar na passarela em forma de ferradura do Maracanãzinho, para um público estimado em 25 mil pessoas; ser coroada Miss Brasil, dar autógrafos e sair nas capas das revistas O Cruzeiro, Manchete e Fatos & Fotos. Elas não ambicionavam fazer do título um trampolim para uma carreira de modelo ou atriz. No máximo, durante o reinado, posavam para os comercias das empresas patrocinadoras do concurso e depois retomavam sua vida pacata de antes. Sem dúvida , para as jovens de origem mais modesta, havia o sonho de ascensão social através de um casamento com um rapaz rico, afinal, era 1965 e estávamos na metade dos românticos anos 60. E quase todas as garotas sabiam de cor a letra da música Canção das Misses, de Lourival Faissal, gravada por Ellen de Lima.


Os estados brasileiros se apresentam
nesta festa de alegria e esplendor.

Jovens misses seus estados representam

seus costumes, seus encantos, seu valor.


Em desfile, nossa terra, nossa gente,
pela glória do auriverde em céu de anil.
Sempre unidos, leste, oeste, norte , sul,
na beleza das mulheres do Brasil.





          Aposentada, feliz e realizada, a hoje Josenira Degroot  (o Degroot por conta do seu casamento com um belga, falecido) mora em Maceió e continua irradiando carisma e simpatia. Sua presença era ansiosamente aguardada no dia 05 de janeiro, em São José da Laje, onde ela receberia o cobiçado troféu "Guerreiro Lajense". Um desencontro de informações, no entanto, adiou a homenagem, pois Nirinha tinha viajado dias antes à Bélgica.


          Há 43 anos, a minha autoestima e a de todos os meus conterrâneos foi lá para o alto por conta da notoriedade de Josenira de Albuquerque Silva, minha professora Miss. E como um título de Miss é para toda a vida, nossa autoestima continua, quarenta e três anos depois.

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domingo, 17 de fevereiro de 2008

SESSÃO NOSTALGIA - VERA LÚCIA SABA, MISS BRASIL MUNDO 1962

Daslan Melo Lima





          O ano era 1962. O estado da Guanabara, antigo Rio de Janeiro-Distrito Federal, tinha sido criado em 1960 e ela foi a terceira Miss a representá-lo no concurso Miss Brasil. As outras foram Gina Macpherson, Miss Brasil 1960, e Alda Maria Coutinho, terceira colocada no Miss Brasil 1961. Morena, simpática, descendente de libaneses, Vera Lúcia Saba conquistou  o terceiro lugar no Miss Brasil, perdendo para Maria Olívia Rebouças Cavalcanti, Miss Bahia (primeiro lugar) e Julieta Strausz, Miss São Paulo (segundo lugar). Hoje, chamaríamos Vera Lúcia Saba de Miss Brasil Mundo, por ter representado o Brasil no concurso Miss Mundo, em Londres. Na época, no entanto, as segundas e terceiras colocadas recebiam as denominações de Miss Brasil nº. 2 e Miss Brasil nº. 3, respectivamente.

          Vera Lúcia Saba viajou a Londres levando a esperança de milhões de brasileiros que ansiavam ver uma Miss Brasil vencer um concurso de beleza internacional. A baiana Maria Olívia Rebouças Cavalcanti tinha conquistado um honroso quinto lugar no Miss Universo, Julieta Strausz não tinha obtido classificação no Miss Beleza Internacional e agora todo o interesse da mídia brasileira voltava-se para Vera Lúcia Saba. Quem sabe se ela não seria coroada Miss Mundo 1962?

          Vera Lúcia Saba não se classificou em Londres e o título de Miss Mundo 1962 ficou com a holandesa Catherine Lodders, que depois se casaria com Chubby Checker, o “Rei” do Twist. Após o concurso, Vera foi a Damasco, acompanhada do pai, atendendo a um convite do Departamento de Turismo do Líbano. E foi lá que conheceu e se apaixonou pelo cabeleireiro libanês Georges Michel Khour, proprietário de um rico salão de beleza. Vera pediu a aprovação do pai para casar e recebeu um não. O pai foi contra aquele “impulso repentino do coração da Miss Brasil”, como assim definia os jornalistas. Seu pai alegava que Vera tinha um compromisso com o Brasil e teria de cumpri-lo antes de casar. Vera alegava que seu compromisso tinha terminado com sua participação no concurso de Miss Mundo. Mesmo amargando a tristeza de não ter conseguido a aprovação do pai, Vera fugiu de Beirute, onde se encontrava, para casar secretamente em Damasco, onde ficara o noivo, numa Igreja Maronita do subúrbio de Hazmiah.


          No ano seguinte, em junho de 1963, grávida, morando com o esposo que tinha fixado residência no Brasil, Vera foi ao Maracanãzinho assistir ao concurso Miss Guanabara. Dado às circunstâncias, estava impedida de subir à passarela para passar a faixa para Vera Lúcia Maia, sua sucessora, contentando-se em posar ao lado da nova rainha no estúdio da revista Manchete. No dia 02 de maio de 1964, seus fãs ficaram felizes ao vê-la na referida revista (imagem acima, em foto de Aldyr Tavares), com a filhinha Kátia Virgínia. Kátia nasceu em 15/11/1963, com mais de quatro quilos e mais de cinqüenta centímetros. A menina foi batizada quando completou um ano de idade, em 15/11/1964, no mesmo dia do aniversário da mãe, e teve como madrinha Julieta Strausz.

          Em 1962, eu era criança na alagoana São José da Laje, sem televisão e sem internet. Era um sonho esperar as revistas O Cruzeiro e Manchete com as noticias que pareciam chegar de um planeta glamouroso, movimentado e distante, muito distante. Eu não me dava conta que era testemunha de uma década que mudou a face do planeta. A atitude rebelde e romântica da Miss Guanabara 1962  é uma das minhas legendas dos mágicos anos 60.
  
      Por outro lado, sua foto ao lado da filha Kátia Virgínia é a mais bela imagem que guardo de Vera Lúcia Saba, Miss Clube Monte Líbano, Miss Estado da Guanabara, terceira colocada no Miss Brasil e representante da beleza feminina brasileira no Miss Mundo 1962.

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domingo, 10 de fevereiro de 2008

SESSÃO NOSTALGIA - MISS PERNAMBUCO 1987

Margarida Brasileiro
Miss Pernambuco 1987
          
          A imprensa pouco falou no concurso Miss Pernambuco 1987. Muita gente se surpreendeu quando João Alberto, na sua coluna do Diário de Pernambuco de 14 de março de 1987, comentou que a TV ia levar ao ar o concurso e que a nova Miss PE já tinha sido eleita. A nota dizia assim:


A jovem Margarida Brasileiro é a nova Miss Pernambuco 87, escolhida no programa “Carmen Peixoto Especial”, que irá ao ar neste sábado, a partir das 12:15 horas.
O jurado que escolheu a beleza máxima pernambucana, que foi presidido por Alberto Lopes, diretor da TV Tropical, contou também com a participação do figurinista Paulo Carvalho, da pintora Sylvia Pontual, do empresário Assis Farinha, do pintor Josael de Oliveira, da primeira dama de Caruaru, Carminha Oliveira e da universitária Raquel Andrade.
Margarida, agora, se prepara para o Miss Brasil, que se realizará no dia quatro de abril, no centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo.


          Margarida Brasileiro, 18 anos, manequim e modelo fotográfico, tinha sido eleita Rainha do Baile Municipal no ano anterior. Meg, como era chamada na intimidade, pertencia ao quadro de modelos e manequins da Ele & Ela Modas, tradicional loja de vestuário do Recife. Morava no bairro de Piedade e adorava uma praia. Margarida Brasileiro não se classificou entre as semifinalistas do Miss Brasil e chorou copiosamente por causa disso. Enquanto ela chorava, todo o Brasil , através das imagens do SBT, assitia o seu pranto , uma vez que ela foi bastante focalizada quando chorava. O seu vestido de gala foi uma criação do saudoso Marcílio Campos e ganhou o troféu de o mais belo vestido do concurso. Diante das câmaras, o apresentador Silvio Santos disse que no exterior Meg seria apontada como a Sônia Braga brasileira, devido à semelhança com aquela famosa atriz do cinema e da televisão.

          A segunda colocada no Miss PE 1987 foi Jaíra Rodrigues, Miss Caruaru, 22 anos, estudante de História da Faculdade de Filosofia de Caruaru. Em 1983, Jaíra tinha sido eleita “ A Mais Bela Estudante de Caruaru “ e três anos depois foi escolhida Miss Itaú Caruaru, Miss Itaú Pernambuco e ficou entre as sete finalistas do Miss Itaú Brasil, realizado no Ilha Porchat Club, em São Paulo.
          A terceira colocada no Miss PE 1987 foi Tereza Catarina Santos Coelho, 20 anos, representante do jornal The New Look. Tereza Catarina desfilava para uma das mais conhecidas lojas de moda da Galeria Vila Real, no bairro de Boa Viagem, a Jane Boutique, da lojista Jane Negromonte , e foi indicada pela jornalista Socorro Carrilho, redatora do referido jornal.

          Testemunhei as lágrimas de Meg Brasileiro no ano seguinte, no Clube Internacional do Recife, quando ela se despedia do seu título para passar faixa , coroa e manto para a belíssima negra Ana Maria Guimarães, Miss Pernambuco 1988. Em seu discurso de despedida, Meg afirmou que as pessoas tinham se esquecido dela no ano em que foi Miss. Voltei a rever Meg no ano seguinte, quando ela esteve em Timbaúba para um desfile de modas da Tok Especial, realizado na AABB, ocasião onde ganhei dela um beijo e um autógrafo. 

          Gostaria que ela tomasse conhecimento desta Sessão Nostalgia e derramasse lágrimas de alegria por saber que, 21 anos depois, seu nome não foi esquecido.

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Crédito da foto : Revista MODA VIVA,Ano 3,nº 05,1987.