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domingo, 20 de janeiro de 2008

SESSÃO NOSTALGIA - MISS PERNAMBUCO 1986


               Clube Português do Recife, 18 de abril de 1986, 21 horas, está começando o concurso Miss Pernambuco 1986.Apresentadores: Lea Pabst Craveiro, Carmen Tovar, Aldemar Paiva e Marcondes do Amaral.Tema da festa: Copa do Mundo.Responsável pelo cenário: John Wan Rooyen.Coreografia: Reinaldo Zimmerman.

               A festa acontece em meio a um grande desfile de modas, promovido pela Ele & Ela Modas, que é a empresa organizadora do Miss PE 86, na pessoa de Assis Farinha.As candidatas foram orientadas pela manequim Irismar.A TV Tropical vai transmitir o espetáculo e Luís Fernando Bandeira de Melo e Alberto Lopes, seus gestores, estão muito satisfeitos com a repercussão. Na comissão julgadora, entre figuras expressivas de Pernambuco, dois convidados especiais: Humberto Saad e Terezinha Sodré. O famoso jogador de futebol Carlos Alberto Torres, capitão da seleção tri-campeã do mundo, sobe ao palco e chuta uma bola disputada pela platéia.

Vinte e sete jovens e o sonho de ser coroada a mais bela pernambucana de 1986: 
Simone Moraes (Academia Ling-Vimael)
Edriane dos Santos (Arcoverde)
Suzana Araújo Feitosa (AABB)
Tereza Cristina (Barreiros)
Luzenilda Rodrigues Cândido (Cachoeirinha)
Flávia Magalhães (Caruaru)
Marise Dias da Silva (Central)
Patrícia Pinto ( Chanel)
Maria do Carmo Ventura (Claude Bergere)
Acácia Azevedo (Salgueiro)
Flávia Guimarães (Internacional)
Maria do Carmo Pereira (Português)
Maria Helena Albuquerque (Fesp-Nazaré da Mata)
Tereza Cristina Costa ( Mocidade Boa Vista)
Maria Aldenice Alves Duarte (Paulo Miranda)
Edna Feitosa Clemente (Santa Cruz do Capibaribe)
Isabela Brito (Igarassu)
Leila Medeiros (Jornal da Praia)
Ana Paula Barreto (Jumbo)
Rosana Barbosa Lima (Olinda)
Maria Cristina Pinheiro (Petrolina)
Josiane Cavalcanti (Ribeirão)
Walquiria Carvalho (Sesc)
Valdilene Teles ( Sirinhaém)
Marta Castro Santos ( Sociedade de Formação de Medicina)
Edilma Ferreira da Silva( Wanderley Cabeleireiro)
Marcela Câncio (Santa Cruz).

               As misses não desfilaram com faixas e sim com rodelas de papelão com o número correspondente a cada candidata. O manequim Irismar usou a bengalinha com as tradiicionais batidas, para controlar o andamento das misses, no melhor estilo nostalgia, relembrando a figura de Maria Augusta, da Socila.

               Uma nota destoante e que foi notícia na coluna de Alex, no Jornal do Commercio, Recife, de 22/04/1986:
No momento de fazer as perguntas o locutor colocou as fichas no bolso e a cada momento dizia para a candidata : “Meta a mão no meu bolso e tire a ficha”. Com Sílvio Santos acontece a mesma coisa, mas é cafona. Afinal etiqueta é coisa que ainda existe e um cavaleiro não deve dizer para uma garota: “meta a mão no meu bolso.”

               Acácia Azevedo, Miss Salgueiro, tornou-se depois Miss Rio Grande do Norte. Maria Aldenice Alves Duarte, Miss Paulo Miranda, com o nome de Maria Duarte, fez grande sucesso como modelo nacional e internacional. Casou com um alemão e morreu no ano passado vítima de câncer no seio. Deixou dois filhos. Suas cinzas foram trazidas para Pernambuco e jogadas ao mar, conforme tinha recomendado aos familiares. Josiane Farias Cavalcanti, Miss Ribeirão, um dos mais belos rostos da história do Miss PE, tinha sido candidata em 1982, quando ficou em segundo lugar. Ao voltar em 1986, ainda muito bonita, por pouco não foi eleita e acabou conseguindo um honroso terceiro lugar. O título de Miss Simpatia ficou com Tereza Cristina Costa, Miss Mocidade Boa Vista.

O Top 5 ficou assim:
Primeiro lugar: Flávia Maria Ramos Guimarães, morena, alta, tranqüila, uma das preferidas do público e dos experts;
Segundo lugar: Maria Cristina Pinheiro, Miss Petrolina;
Terceiro lugar: Josiane Farias Cavalcanti, Miss Ribeirão;
Quarto lugar : Maria do Carmo Batista Ferreira, Miss Clube Português do Recife;
Quinto lugar : Flávia Guimarães, Miss Caruaru.

               Simone Augusto, Miss Pernambuco do ano anterior e que dois anos depois seria eleita Miss Brasil Mundo, passou a coroa, manto e cetro para sua sucessora usando um lindo modelo preto do saudoso estilista Marcílio Campos. < Flávia Maria Ramos Guimarães ficou entre as 12 semifinalistas do Miss Brasil 1986, ano em que a gaúcha Deise Nunes conseguiu o feito histórico de ter sido a primeira negra a ser eleita Miss Brasil.

               Há 22 anos, tal como acontecia nos anos 50 e 60, milhares de jovens no mundo inteiro sonhavam com um título de Miss.Vinte e dois anos depois, tal como em 1986, o sonho continua. Assim seja!

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domingo, 13 de janeiro de 2008

SESSÃO NOSTALGIA - Maria Dorotéia Antunes Neto, Miss Minas Gerais 1957

Daslan Melo Lima




        Hotel Quitandinha, Rio de Janeiro, 22 de junho de 1957. Uma linda mineira de Juiz de Fora desfila na passarela do concurso Miss Brasil. Ao lado de Sandra Hervé, Miss Rio Grande do Sul, e de Lia Guimarães Pires de Castro, Miss Ceará, ela é apontada como uma das favoritas ao cobiçado título e é a mais aplaudida de todas as candidatas. A comissão julgadora, no entanto , assim definiu : quinto lugar, Karin Japp, Miss Paraná; quarto lugar, Lia Guimarães Pires de Castro, Miss Ceará ; e terceiro lugar, Sandra Hervé, Miss Rio Grande do Sul. Para o primeiro lugar, o júri ficou indeciso entre Maria Dorotéia Antunes Neto, Miss Minas Gerais, e Terezinha Gonçalves Morango, Miss Amazonas. Carlos Machado, integrante da comissão julgadora, pegou duas cadeiras e colocou uma ao lado da outra. Mandou que Maria Dorotéia e Terezinha Morango subissem e juntassem bem as pernas, do calcanhar às coxas. Maria Dorotéia tinha um pequeno arqueamento nas pernas e não deu outra, ficou como segunda colocada e perdeu o título de Miss Brasil 1957 para Terezinha Morango.
          Duas vidas, dois destinos. Terezinha Morango tinha sido Miss Cinelândia em 1956 e não tornou-se estrela de cinema. Foi a segunda colocada no concurso Miss Universo 1957, onde perdeu para a peruana Gladys Zender e casou-se no dia 27 de maio de 1959 com o milionário desquitado Alberto Pittigliani



         Maria Dorotéia Antunes Neto , que adorava escrever, pintar e cantar, foi a estrela do filme “Rebelião em Vila Rica”, dos irmãos Santos Pereira. Houve um desentendimento entre ela e os diretores do filme, tendo Maria Dorotéia se negado a fazer gravação dos diálogos e quase abandonado as filmagens. Ela não gostava de tocar nesse assunto e em entrevista à extinta revista Alterosa, de 15/08/1959, de onde copiei a foto acima, declarou: 
       Não me falem em cinema. Nunca mais farei qualquer filme e prefiro não conversar no assunto. Pode me atender neste favor? Sabe de uma coisa? Se, por acaso, houvesse em minha vida outra oportunidade de ser, novamente, Miss, eu não aceitaria. Sabe lá o que é ser Miss? É uma coisa que toda moça quer ser, enquanto não o é, e, provavelmente, a totalidade gostaria de não ser, quando já o é.
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          Maria Dorotéia Antunes Neto, onde você estiver, em qualquer lugar de Minas Gerais ou desse imenso país-continente, os aplausos daquela noite, quase 51 anos depois, ainda devem ecoar em sua existência. Só por isso, minha bela Maria Dorotéia, será que não valeu a pena ser Miss?

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UM POUCO MAIS SOBRE 
MARIA DOROTÉIA ANTUNES NETO


            A mineira Maria Dorotéia Antunes Neto nasceu no dia 14 de outubro de 1940, em Muriaé. Estudou no Ginásio Mariano Procópio e na Escola Técnica Machado Sobrinho, em Juiz de Fora, onde foi eleita Miss da cidade e em seguida Miss Minas Gerais e segundo lugar no Miss Brasil.
       O concurso Miss Minas Gerais 1957 foi realizado no dia 19/05/1957, no Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte. Cinco candidatas disputaram o cobiçado título: Maria Dorotéia Antunes Neto, Miss Juiz de Fora, primeiro lugar; Ana Delry Drumond, Miss Visconde do Rio Branco, segundo lugar; Maria Wilma Morais, Miss Belo Horizonte; Vera Moretti, Miss Poços de Caldas e Elizabeth Rosa, Miss São Lourenço.  
         Detalhe: Maria Wilma Morais, Miss Belo Horizonte, foi eleita no mesmo dia e local. Após sua coroação, retornou à passarela para disputar o título estadual. Nove candidatas concorreram ao Miss Belo Horizonte 1957: Maria Wilma Morais, Miss Minas Tênis Clube, primeiro lugar; Dália Maria de Carvalho, Miss Automóvel Clube, segunda colocada; Maria Neide de Morais, Miss AABB;  Luiza de Castro Montavani, Miss Barroca; Arilse Campos Pires, Miss C.S. Vila Rica; Léa Ferrer, Miss DCE; Marise Barbosa, Miss E.S. Sírio; Hellé Nice Loyolla Corrêa, Miss Fume; e Mara França Campos, Miss Iate G.C.

Maria Dorotéia Antunes Neto, a suave Marília de Dirceu de "Rebelião em Vila Rica", numa foto a cores de Leonardo Machado. ***** Capa da revista Alterosa, ano XXI, 15 de agosto de 1959. Acervo de Daslan Melo Lima ***** Abaixo, reportagem de três páginas publicada na mesma edição.


      A moça da capa, categórica: Não vale a pena Miss. Há misses e misses. Maria Dorotéia Antunes Neto foi uma delas, a de Minas Gerais 1957 e a segunda beleza do Brasil no mesmo ano. E seu rosto bonito apareceu em todas as revistas do País, e sua plástica perfeita encheu os olhos de milhões de brasileiros. Mas não apelou nunca para o sexy, não foi miss tipo vamp, dessas que se dedicam a aventuras fáceis e a promoções rendosas, pois é tipo de mulher brasileira, recatada e simples, pois é temperamento mineiro de moça sem problemas, dona de casa perfeita, apesar de, paradoxalmente, viver mais para as coisas do espírito. 
      Conhecemo-la, ela nos contou coisas e prontamente se prontificou a uma entrevista para ALTEROSA.
      É um encanto de mulher! Tem uns olhos fundos, castanhos descambando para o preto e fala manso, mais de sua vontade de ser apenas Maria Dorotéia, dona de um nome como escritora, do que ter sido Miss Minas Gerais e das glórias que isso lhe trouxe. 
      Este é o tipo que faz Maria Dorotéia voltar a ser assunto: está ultimando um romance, ainda sem título definitivo, em que narra uma história tão simples como ela própria, na qual a personagem de centro, uma moça da classe média, perde os pais, indo morar com uma tia. A trama se desenrola a partir daí, estudando os desajustes e os transtornos emocionais que essa súbita mudança ocasiona na vida da moça. Depois há o amor, e um happy-end.
       Com esse livro espera conseguir uma outra repercussão para o seu nome, uma ressonância que ela própria julga muito maior motivo de satisfação, pois pensa ser o espírito a coisa mais importante da vida. 
          Aliás, sobre a vida, disse-nos que é o melhor presente que Deus poderia ter nos dado. Sente-se perfeitamente feliz dentro dela, apesar de não se considerar plenamente realizada em nenhum de seus vários vários caminhos, e acredita piamente no amor que define como "um friozinho incômodo que a gente sente no coração". Por outro lado, acha que esse sentimento é indispensável é praticamente impossível uma felicidade completa nele. 
     - Quando o homem não é cabeçudo, a mulher o é ! - afirma categórica. - E conclui: - Em todo caso pode-se chegar à quase felicidade, bastando para isto compreensão mútua e um mesmo nível de educação social e intelectual.
        Quanto aos homens, define-os assim: "São uns seres formidáveis que vivem querendo definir a mulher, sem o conseguir!
       Fora isto, a beleza juiz-forense, de vinte anos apenas, acha que a música é assim como um paliativo para os tédios da vida, e dele faz sempre uso. A propósito, bem como as sinhazinhas mineiras do século passado, é uma excelente pianista e faz do violão o que quer, acompanhando-se enquanto canta, com uma voz quente e acariciante, melodias modernas.
       - E há também a pintura - acrescenta - que é, das artes, a mais bela. Eu sinto assim como que uma angústia  feliz, ao ver um quadro bonito. E eu pinto, também.
          E nos dá provas disso, mostrando-nos  alguns de seus quadros, em que, realmente, revela ter jeito para a coisa.
         Por fim, tocamos em cinema, já que ela estrelou o filme "Rebelião em Vila Rica", dos irmãos Santos Pereira, película esta que recebeu certo beneplácito da crítica especializada e apoio integral do Ministro Clóvis Salgado, cuja esposa dublou Maria Dorotéia nos números de canto. 
              


        
         Sabíamos , por outro lado, que houvera um desentendimento entre ela e os diretores da película, tendo ela se negado a fazer a gravação dos diálogos e quase abandonado as filmagens. Quisemos saber a verdade dos fatos e ela nos respondeu:
      - Não me falem em cinema. Nunca mais farei qualquer filme e prefiro não conversar no assunto. Pode me atender neste favor? 
      Podíamos, e os leitores que nos perdoem, por não trazermos a verdade dos fatos.
        Depois de um breve silêncio, mudando habilmente de assunto, nos afirmou, então, que Juiz de Fora é uma cidade maravilhosa e que se sente demasiadamente contente em morar na "Manchester". E, com um jeito feliz, arrematou: - Sabe de uma coisa? Se, por acaso, houvesse em minha vida outra oportunidade de ser, novamente, Miss, eu não aceitaria. Sabe lá o que é ser Miss?
      Nós não sabíamos, e ela explicou:
  - É uma coisa que toda moça quer ser, enquanto não é, e, provavelmente, a totalidade gostaria de não ser, quando já o é. 
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(Revista Alterosa, 15 de agosto de 1959. Reportagem de André F. de Carvalho. Fotos de Calazans.)
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         Um ano antes de ter sio eleita Miss Juiz de Fora, Maria Dorotéia foi a vencedora do concurso Miss Elegante Bangu de Juiz de Fora, Rainha do Café de Juiz de Fora e de Minas Gerais e segunda colocada na edição nacional do Rainha do Café 1956. Ao casar no início da década de 1960, passou a residir em Belo Horizonte e depois radicou-se em Brasília.

O charme atual da eterna Miss Minas Gerais 1957. ***** "Amo música clássica e popular muito selecionada, curtir amigos, literatura e viajar. Se pudesse abraçaria amigos antigos e novos num só amplexo." ***** Fonte: Facebook/Doroteia Antunes de Carvalho.

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