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sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

SESSÃO NOSTALGIA - Maria Elizabeth Ridzi, vice-Miss Guanabara 1966, e os romances de A.J. Cronin


Daslan Melo Lima

      Ana Cristina Ridzi, Miss Marã, tinha 19 anos de idade. Maria Elizabeth Ridzi, Miss Bancremer-Banco de Crédito Mercantil, sua irmã gêmea, tinha 19 anos e 10 minutos de idade. Eram fisicamente idênticas, mas Ana Cristina obteve 97 pontos da comissão julgadora e foi eleita Miss Guanabara 1966, enquanto Maria Elizabeth, com 73 pontos, ficou feliz em ser a vice da irmã. Ana Cristina Ridzi tornou-se Miss Brasil e até hoje seu nome é lembrado com muito carinho, um carinho extensivo àquela que todos confundiam com ela, sua irmã Maria Elizabeth Ridzi.

MARIA ELIZABETH RIDZI


Maria Elizabeth Ridzi, Miss Bancremer-Banco de Crédito Mercantil, vice-Miss Guanabara 1966. (Foto: Revista Manchete, 25/06/1966)

No terraço do Hotel Serrador, enquanto o fotógrafo aciona sua máquina, Maria Elizabeth faz confidências sobre suas predileções: gosta de cinema, seu ator preferido é Sean Connery e admira Johnny Mathis. Seu perfume é Dioríssimo e suas principais leituras Ian Fleming e A.J.Cronin: o livro de que mais gostou foi Noites de Vigília. Acha Cardin extravagante e seu costureiro é Hugo Rocha, “além de mamãe, que é uma fábula”. Coleciona chaveiros e gosta de rosas amarelas. É maluca por feijoada (com pimenta) e, entre as brasileiras mais bonitas que conhece, cita Adalgisa Colombo. Quer casar e gostaria de ter quatro filhos. Se possível, gêmeos. Acha fabulosas as conquistas espaciais e gostaria de dar um passeio na Lua. Seu tipo favorito é o homem alto, moreno, de olhos azuis, igualzinho a um rapaz chamado Sérgio Roberto, de quem gosta muito e com quem pretende se casar, “se papai deixar”.

Quantas vezes foi confundida com a irmã? Dezenas, centenas de vezes. Quando estudavam juntas, na escola pública de Vilar dos Teles ou no Ginásio Santa Maria de São João do Meriti, as professoras e as freiras frequentemente trocavam as notas de comportamento das duas, que eram diferentes. Ana Cristina sempre foi mais extrovertida, mais explosiva, e Maria Elizabeth, mais meiga e mais quieta. No Banco de Crédito Mercantil, onde ambas trabalham, certo cliente ameaçou fechar a conta porque não foi cumprimentado na rua por uma delas: exatamente, ao contrário do que ele pensava, a que não o conhecia. Ao final do concurso, ao sair do Maracanãzinho, Maria Elizabeth foi obrigada a dar centenas de autógrafos antes que os colecionadores entendessem que Ana Cristina ainda estava nos camarins. Na segunda-feira seguinte, Miss Brasil estava exausta, mas tinha o compromisso de comparecer a uma solenidade em sua homenagem. Maria Elizabeth, com um sorriso, mandou-a descansar e foi. Os promotores da festa não sabiam, até hoje, que foi ela quem recebeu as homenagens pela irmã. Ficam sabendo agora. (André Kallás, revista Fatos & Fotos, 09/07/1966)

Entre elas existia apenas uma pequena diferença descoberta pela revista Fatos & Fotos: uma pinta cinzenta sob o lábio inferior, lado direito, de Elizabeth, que ninguém notava. À esquerda, Maria Elizabeth com o cetro e a faixa de Miss Brasil 1996, conquistados pela irmã Ana Cristina. (Foto: Thomas Scheier, Fatos & Fotos, 09/07/1966)


Maria Elizabeth Ridzi, Miss Bancremer-Banco de Crédito Mercantil, vice-Miss Guanabara, e sua irmã gêmea Ana Cristina Ridzi, Miss Marã, Miss Guanabara e Miss Brasil 1966. (Foto: Revista Manchete, 25/06/1966)

NOITES DE VIGÍLIA E OUTROS LIVROS DE CRONIN

      Quando li a reportagem sobre Maria Elizabeth Ridzi na revista Fatos & Fotos, fiquei curioso par conhecer Noites de Vigília, o livro de A.J.Cronin que ela mais tinha gostado. Quando comecei a trabalhar, reservei uma parte do meu primeiro salário e corri para os "sebos" do Recife atrás de um exemplar do referido romance. Comprei uma edição de 1953, da Livraria José Olympio Editora, com tradução de Gulnara Lobato de Morais Pereira.



      O enredo fala de duas irmãs enfermeiras, Anne Lee e Lucy. Anne Lee é responsável, altruísta. Lucy é irresponsável e se redime ao contrair uma infecção hospitalar. Li o livro várias vezes e em todas me emocionei com a cena da morte de Lucy.

Anne, cante aquele hino que cantávamos quando éramos meninas. Você se lembra? “O dia que nos deste, Senhor, está no fim.” Era o hino que ela cantara em seu delírio. Anne reteve as lágrimas que a encegueciam. Oh, Deus, suplicava ela, permiti que eu ainda não me deixe vencer pela emoção! Daí-me forças para fazer esta última vontade de Lucy. Passou o braço em torno dos ombros de Lucy e apertando-a junto a si, começou a cantar em voz baixa e suave:

É findo, Senhor, o dia que nos deste.
A uma ordem Tua descem sobre nós as trevas;
A Ti subiram os nossos hinos matinais
E teus louvores santificarão nosso repouso.

Terminara o último verso. Lucy suspirou. - Obrigada, Anne. Passou-se um momento. Os olhos de Lucy, muito abertos, pareciam fitos em algo muito distante. - Foi uma noite muito escura, disse ela. (Sua face muito fria apóiava-se no rosto de Anne.) Mas agora está clareando. Anne, querida, deve estar amanhecendo. Com estas palavras seu corpo desfaleceu, sua cabeça pendeu para um lado e sob uma grande paz raiou para ela a eterna manhã.


A.J.Cronin (1896-1981). (Foto: knowledgerush.com)

      O livro Noites de Vigília foi meu primeiro contato com a obra maravilhosa do humanista, escritor e médico escocês Archibald Joseph Cronin (1896-1981). Tenho todos os seus livros, comprados em "sebos" do Recife: A Cidadela, A Dama dos Cravos, Almas em Conflito, Anos de Ternura, Anos de Tormenta, As Chaves do Reino, Encontro de Amor, O Castelo do Homem sem Alma, Os Deseus Riem, Sob a Luz das Estrelas, Uma Estranha Mulher...




LOUVAÇÃO A MARIA ELIZABETH RIDZI

......Nesta minha última Sessão Nostalgia de 2009, louvo a ti, Maria Elizabeth Ridzi, vice-Miss Guanabara 1966, irmã gêmea de Ana Cristina Ridzi, Miss Guanabara e Miss Brasil 1966.
......Nesta minha última Sessão Nostalgia de 2009, louvo a ti, Maria Elizabeth Ridzi, por aquela feliz matéria da revista Fatos & Fotos, onde nasceu em mim a curiosidade para mergulhar na obra maravilhosa e humana de A.J. Cronin, cujos livros volto a ler de vez em quando, para aprender, para sonhar, para chorar e para recordar um tempo mágico que se foi, para sempre se foi.

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Relação das outras crônicas de PASSARELA CULTURAL focalizando as gêmeas Ana e Elizabeth Ridzi:

21/06/2008, SESSÃO NOSTALGIA - ANA CRISTINA E MARIA ELIZABETH RIDZI, AS MISSES GÊMEAS DE 1966,   
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27/08/2011, SESSÃO NOSTALGIA – ANA CRISTINA E MARIA ELIZABETH RIDZI, ONDE O VENTO ENCONTRAVA AS ROSAS, http://passarelacultural.blogspot.com.br/2011/08/sessao-nostalgia_27.html
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12/05/2012, SESSÃO NOSTALGIA - MISSES E MÃES NA TARDE QUE MORRE,   http://passarelacultural.blogspot.com.br/2012/05/sessao-nostalgia_12.html

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

SESSÃO NOSTALGIA - ROSSANA GALLI, MISS ITÁLIA 1956, LEMBRANÇAS QUE ACORRENTAM

Daslan Melo Lima

          Roma amanheceu cheia de cartazes naquele dia claro de julho de 1956, quando a bela Rossana Galli, Miss Itália, embarcou no aeroporto com destino aos Estados Unidos para disputar o título de Miss Universo. Os dizeres dos cartazes diziam :
"Vai, romanina, e mostra-te aos americanos!"
"Vai, romanina, e mostra-te bem!"

          Os italianos apostavam em uma boa classificação de Rossana Galli no Miss Universo. Até então, apenas quatro representantes da Itália tinham se destacado nos concursos internacionais de beleza. Nos anos 20, em Galveston, Texas, Maria Gallo e Lívia Marracci tinham obtido o décimo e o terceiro lugares, no Miss Universo de 1927 e 1928, respectivamente. Em 1953, Rita Stazzi foi semifinalista, a mesma posição alcançada por Maria Teresa Palian, no ano seguinte, no Miss Universo, realizado em Long Beach.

          Rossana Galli não decepcionou a confiança que os italianos depositaram em sua beleza. Foi considerada a quarta jovem mais fotogência e a quinta colocada no Miss Universo 1956.

ROSSANA GALLI, A QUINTA MULHER MAIS BELA DO UNIVERSO


As cinco finalistas do Miss Universo 1956. Da esquerda para a direita:
Miss Inglaterra, Iris Alice Kathleen Waller, quarto lugar;
Miss Alemanha, Marina Orschel, segundo lugar;
Miss Estados Unidos, Carol Laverne Morris, primeiro lugar;
Miss Suécia, Ingrid Goude, terceiro lugar;
Miss Itália, Rossana Galli, quinto lugar.
(Foto: www.pageantopolis.com)


SHOW DE SEX-APPEAL EM NOME DA ITÁLIA

Rossana Galli (19 anos), que representou a Itália no concurso de Miss Universo, deu um show de "sex-appeal" na piscina do Hotel Lafayette, em Long Beach. Aconteceu na semana seguinte à eleição de Carol Morris. Algumas candidatas já haviam regressado. Rossana - era uma manhã de sol e calor - surgiu na piscina com um maiô vermelho e colante. Em volta da piscina havia umas quantas misses que deviam posar para os fótografos de Long Beach. Estavam todas vestidas com maiôs encorpados. Pois Rossana, surpreendentemente, apareceu com sua peça sumaríssima e díafana, deu um mergulho e despontou na borda - era um vulcãozinho gotejando "sex-appeal". Imediatamente, os fotógrafos (uns até sem máquina) correram para a moça, que acabava de se lançar como a nova sensação neo-realista italiana, cumprindo, dessa maneira, à risca, o que lhe recomendavam os cartazes de rua quando ela embarcou em Roma com destino a Long Beach: "Vai romanina, e mostra-te aos americanos."


Quando Rossana Galli deixou a Itália com destino a Long Beach, seus vizinhos lhe exibiram cartazes que diziam: "Vai, romana, e mostra-te bem."


O sensacional aparecimento de maiô colante na piscina de Long Beach, foi o selo do plano de Rossana. La Galli não foi aos Estados Unidos pensando só no título. O plano era fazer um lançamento publicitário.


A piscina está tranquila. La Galli chegou, deu um mergulho, despontou na borda com um sorriso provocante: estava feito o seu lançamento.

La Galli, como a chamam os italianos, é filha de Roma. É modelo profissional, tendo trabalhado no mesmo ofício e na época, no interior da Itália, com a hoje famosa Elsa Martinelli. Seu desembaraço, seu ar agressivo hão de levá-la muito cedo à mais larga popularidade. Sua mãe, que a acompanhou a Long Beach, já dizia durante o concurso: "Minha filha só precisa de asas. A Rossana, só lhe faltam as asas; uma vez tendo-as, ela irá longe."

Enquanto desfilava em Long Beach, o nome de Rossana já merecia comentários da imprensa italiana; a revista Incom publicou, recentemente, uma ampla reportagem a cores com ela. Rossana, "rabo de cavalo" (seus cabelos vão dar o que falar) já é um assunto na Itália e em Long beach, onde MANCHETE acompanhou-lhe os passos, atentamente. Que se cuidem a Gina e a Sofia porque a moça tem tudo para se lançar vitoriosamente no cinema, que é o seu sonho. O busto, o corpo, o sorriso e o nome (La Galli) são uma garantia de êxito para esta romana.

("Show de sex-appeal em nome da Itália" , reportagem de Darwin Brandão e fotos de Armando Rozário. Revista MANCHETE, 11/08/1956)


O CARISMA DE ROSSANA GALLI


O carisma de Rossana Galli levou-as às páginas dos mais importantes jornais e revistas do mundo. Acima, em foto de Hélio P. Lopes, na capa da extinta publicação brasileira Revista do Globo, Ano XXVII, 06/10/1956, Acervo DML.


LEMBRANÇAS QUE ACORRENTAM

Rossana Galli não conseguiu ser atriz de cinema como Gina Lollobrigida e Sofia Loren, mas tornou-se uma das mais famosas e queridas atrizes de fotonovelas do mundo. Guardo com carinho "Lembranças que Acorrentam", fotonovela publicada na revista ILUSÃO, Editora Abril, outubro de 1968, onde Rossana Galli, com seu rosto lindo e expressivo, interpretou o dramático papel de Diana, uma milionária neurótica.



Rossana Galli e Dario Michaelis na fotonovela "Lembranças que Acorrentam" . (Revista Ilusão, outubro de 1968).

          Fui criança e adolescente nos mágicos anos 60 e minhas mais caras lembranças são daquela década.
Lembranças que me levam a um mundo romântico, mais lento e menos competitivo.
Lembranças que me fazem rir e chorar.
Lembranças que acorrentam.

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sábado, 12 de dezembro de 2009

SESSÃO NOSTALGIA - CONCURSO MISS PERNAMBUCO 1983, A TARDE DAS DUAS MÔNICAS

Daslan Melo Lima


PRÓLOGO

       Estávamos em 1983 e há dois anos que o concurso Miss Brasil era promovido pelo SBT, Sistema Brasileiro de Televisão, a rede de comunicação do Sílvio Santos. Foi estranho, mas o Miss Pernambuco daquele ano, no lugar de ser realizado em um clube social à noite, foi realizado à tarde em um teatro.

FICHA TÉCNICA

Data e horário: 21/05/1983, 15 horas
Local: Auditório principal, atual Teatro Beberibe, no Centro de Convenções de Pernambuco
Coordenação Geral: Jorge Gomes de Sá
Apresentação: Albuquerque Pereira e Carmem Peixoto
Coreografia: Orlando Monforte
Decoração do cenário: José de Melo
Show Musical: Lúcio Alves e Zazar Gomes
Comissão Julgadora: Assis Farinha, Augusto Boudoux, Carla Santana, Cristina Victor, Fernando Machado, Glória Pereira, Glória Petribu, Jane Magalhães (Primeira dama de Pernambuco, presidente do júri), João Alberto, Phillips Carruthers , Perseu de Lemos , Léa Pabst Craveiro , Moysés Wolffeson, Paulo Roberto Monteiro, René Jardim , Sílvia Couceiro Cavalcanti, Tancredo Albuquerque e Zenaide Barbosa.


Mônica Cardoso de Lima, Miss Igarassu, Miss Pernambuco 1983. (Foto: Fernando Gusmão, Diario de Pernambuco, 22/05/1983)

AS FINALISTAS


1º Lugar: Miss Igarassu, Mônica Cardoso de Lima
2º Lugar: Miss Clube Internacional do Recife, Mônica Fernandes Queiroz Oliveira
3º Lugar: Miss Bonito, Cláudia Villar
4º Lugar: Miss Arcoverde, Fabiana Teixeira
5º Lugar: Miss Itamaracá, Karla Vieira

AS SEMIFINALISTAS

Miss Água Preta, Betânia Calado
Miss Cabo de Santo Agostinho, Aldilene Lopes
Miss Caruaru, Silvana Alves
Miss Receptivos Promove, Luciene Costa
Miss Termas Biarritz, Miriam da Fonte

DEMAIS CONCORRENTES

Miss Academia Diógenes Moraes, Maria Aldenice Alves Duarte
Miss Buíque, Ana Maria Amaral
Miss Clube dos Castores, Maria Raquel Lima
Miss Clube Nassau, Marinalva Tenório
Miss Clube Náutico Capibaribe, Rejane Cavalcanti
Miss Escada, Maria José Barros
Miss Goiana, Edilene Peixe, eleita Miss Simpatia
Miss Olinda Praia Clube, Sílvia Moura
Miss Palmares, Sara Moreira de Carvalho
Miss Pesqueira, Wilma Bezerra
Miss Ribeirão, Roselis de Souza
Miss União Colégio e Curso, Nathia Gomes


Mônica Fernandes Queiroz Oliveira, Miss Clube Internacional do Recife, vice-Miss Pernambuco 1983. (Foto: Diario de Pernambuco)

COMENTÁRIOS NA IMPRENSA


Realiza-se hoje, nesta cidade, um evento de caráter aparentemente apenas social, quando, mais de duas dezenas de jovens, disputam o privilégio de ostentar o título de Miss Pernambuco 1983, que lhes dará o direito de representar o nosso Estado no Concurso Miss Brasil, no Sul do País.

Sem desmerecer toda a história do evento, é de justiça realçar os novos métodos e rumos que a promoção de alcance mundial vem adquirindo, mercê dos novos tempos, onde a mulher, além de ocupar os seus espaços no contexto da sociedade, pode já dar provas de maturidade e desenvolvimento, mostrando a todos, inclusive àqueles que não acreditavam que somos todos homens e mulheres, capazes de aliar muitas virtudes bastando que, para isso, acreditemos em nós mesmos e aceitemos os desafios que a vida nos oferece.
- Jorge Gomes de Sá, Jornal do Commercio, Recife, 21/05/1983


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Pernambuco vai conhecer, hoje, sua representante no Concurso Miss Brasil-83. Uma promoção muito bem organizada pelo companheiro Jorge Gomes de Sá, que reúne nada menos de 22 candidatas, representando clubes recifenses e cidades do interior. Neste ano, um esquema completamente diferente, seguindo as normas da escolha a nível nacional, feita por Sílvio Santos.

A escolha será no auditório principal do centro de Convenções de Pernambuco, em meio a um show, que terá Lúcio Alves, Zazar Gomes e outros nomes da música pernambucana. Apresentação será de Carmem Peixoto e Albuquerque Pereira que volta a desempenhar essas funções que tão bem fazia no tempo em que o concurso era promovido pela saudosa TV Tupi).

Tudo acontece a partir das 15 horas, sendo permitida a presença do público. O programa, no entanto, não irá ao ar diretamente pela Bandeirantes. Será gravado para exibição nesta noite, logo após o programa Flavio Cavalcanti.
O desfile terá coreografia de Orlando Monfort e as candidatas desfilarão em vestidos de gala e em maiô, sendo a comissão julgadora formada por figuras de expressão na nossa sociedade.
-  João Alberto, Diario de Pernambuco, 21/05/1983

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Mônica Cardoso de Lima, Miss Pernambuco 1983. (Foto: Fernando Gusmão – Diario de Pernambuco, 22/05/1983)

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Jorge Gomes de Sá merece todos os aplausos pelo sucesso do concurso Miss Pernambuco-83, que ele coordenou e que acabou superlotando o auditório do centro de Convenções, num clima de muita alegria, com as torcidas das várias candidatas. Foram 22, representando nossos principais clubes e cidades do Interior.

Mais uma vez, como aliás é rotina em concurso de Miss, um número enorme de boatos, todos desmentidos no final. Uma candidata que tinham me garantido já ser a vencedora, nem ficou entre as finalistas; outra que seria boicotada acabou nas primeiras colocações. E coisas do gênero, que acabam por dar um molho especial à promoção.

A festa teve características inteiramente diferentes, a começar da sua realização num auditório, com gravação para posterior exibição na TV. Não faltou nem mesmo um número de dança, baseado no “New York, New York”, pelas próprias candidatas. 

As candidatas se apresentaram inicialmente em vestidos longos, assinados pelos mais conhecidos figurinistas pernambucanos. Depois, de maiô. Num telão ao lado do palco deram uma pequena entrevista, para o teste de desembaraço. Tudo comandado com a segurança de sempre por esta excepcional dupla de apresentadores: Albuquerque Pereira e Carmem Peixoto.

Mônica Lima, de Igarassu, acabou conquistando o título máximo da beleza pernambucana, numa disputa sensacional. Ela obteve 289 pontos, contra 272 pontos de Mônica Fernandes, do Internacional. Uma diferença de apenas 17 pontos, ou seja, menos de um ponto por cada jurado. Em terceiro, Cláudia Vilar, de Bonito, com 201 pontos, em quarto, Fabiana Teixeira, de Arcoverde, com 200 pontos e em quinto, Karla Vieira, de Itamaracá, que tinha o rosto mais bonito, com 187 pontos. As duas primeiras classificadas foram maquiladas pelos dedos mágicos do nosso Múcio Catão. 
-  João Alberto, Diário de Pernambuco, 24/05/1983

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Mônica Fernandes Queiroz Oliveira, vice-Miss Pernambuco 1983. (Foto: Diario de Pernambuco)

DETALHES

      Sílvia Maria Azevedo, Miss Broadway, famosa casa noturna da alta sociedade pernambucana, era apontada como uma das mais fortes concorrentes. Sua foto foi publicada na secção “Domingo é dia de gente bonita”, na coluna de João Alberto, no Diario de Pernambuco, de 15/05/1983. Na tarde do dia 21, Sílvia não estava entre as candidatas e o comentário surgido era de que tinha sido afastada da competição por ser casada e mãe de dois filhos.
       Maria Aldenice Alves Duarte, Miss Academia Diógenes Tavares, falecida há dois anos, vítima de câncer, chegou a atuar como modelo nas passarelas internacionais.

    Sara Moreira de Carvalho, Miss Palmares, bancária, funcionária do Bradesco, foi encontrada morta ao lado do corpo de um colega de trabalho, na manhã de 28/07/1983, nas proximidades do Km 4, da Rodovia PE-96, em Água Preta. Seus corpos despidos estavam crivados de balas.


EPÍLOGO

      Eu estava lá, no Centro de Convenções de Pernambuco, naquela tarde de março de 1983. Em determinado momento, quem chegou para sentar-se na fila de cadeiras onde eu estava foi Virgínia Helena Gomes da Silva, mais bela do que nunca, terceira colocada no Miss Pernambuco 1981, Miss Paraíba e quarta colocada no Miss Brasil 1981.Entre tantas jovens bonitas que concorreram ao Miss Pernambuco 1983, torci para que uma delas ficasse em uma boa colocação: Aldilene Lopes, uma morena alta que representou a cidade do Cabo, hoje com a denominação de Cabo de Santo Agostinho. Aldilene Lopes ficou entre as semifinalistas.
      Ao ser anunciado as cinco finalistas, pensei que a vencedora seria a morena Mônica Fernandes Queiroz Oliveira, Miss Clube Internacional do Recife, dona de um conjunto muito harmonioso. Venceu Mônica Cardoso Lima, Miss Igarassu, loura, olhos verdes, 19 anos, 1,71 de altura, 59 quilos, universitária de Letras. Ela recebeu a faixa de sua antecessora Simone Valença Duque, terceira colocada no Miss Brasil 1982. Eu fui a primeira pessoa a me aproximar de Mônica Cardoso Lima para pedir um autógrafo, ou seja, o primeiro autógrafo da Miss Pernambuco 1983 foi para mim.
      Mônica Cardoso Lima não conseguiu classificação no Miss Brasil 1983 e o título foi para as mãos da mineira Marisa Fully Coelho (1962-1998). Mônica Fernandes Queiroz de Oliveira, vice-Miss Pernambuco, teve o privilégio de ter ser sido, ao lado da cearense Pautila Dantas de Andrade, uma das duas jovens nordestinas selecionadas para disputar o Miss Mundo Brasil 1983, realizado em 23/10/1983, durante o programa Sílvio Santos. A vencedora foi Cátia da Silveira Pedrosa, do Rio de Janeiro, terceira colocada no Miss Mundo, realizado em Londres.


Mônica Cardoso de Lima, em 1989, seis anos após ter conquistado o título de Miss Pernambuco 1983. (Foto: Jornal do Commercio-Recife)

        Depois daquela tarde de maio de 1983, nunca mais vi nenhuma daquelas jovens que disputaram o título de a mais bela pernambucana, a não ser Mônica Cardoso de Lima, seis anos depois, em excelente forma, bela e charmosa, fazendo uma participação especial na passarela do concurso Miss Pernambuco 1989.
      Depois daquela tarde de maio de 1983, partiram para uma nova missão em outra dimensão alguns dos nomes citados nesta matéria: as misses Maria Aldenice Alves Duarte, Sara Moreira de Carvalho e Marisa Fully Coelho; o coordenador Jorge Gomes de Sá; o fotógrafo Fernando Gusmão; os cantores Lucio Alves e Zazar Gomes e a grande dama Léa Pabst Craveiro.
      Depois daquela tarde de maio de 1983, as esperanças não morreram e milhares de jovens do mundo inteiro ainda sonham com um título mágico de beleza, um título de Miss.

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sábado, 5 de dezembro de 2009

SESSÃO NOSTALGIA - Marisa Fully Coelho, Miss Brasil 1983

Daslan Melo Lima

               Centro do Recife, Praça da Independência, uma tarde de junho de 1983. Ao passar na frente de uma banca de revistas próxima ao prédio do Diário de Pernambuco, detive-me para ler o jornal Folha da Tarde, de São Paulo, exposto no lado de fora e aberto na reportagem que mostrava fotos e declarações da nova Miss Brasil. Vinte e seis anos depois, dentro do meu objetivo de resgatar e preservar a memória das grandes misses do passado, quero compartilhar aquela matéria com os leitores de PASSARELA CULTURAL.
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''Ser miss era uma coisa que estava dentro de mim. Os amigos de meu pai achavam que eu e minhas irmãs éramos lindas, quando crianças. Então, sempre desfilávamos para eles de brincadeira.” Assim começou a carreira de Marisa Fully Coelho, 21 anos, mineira de Manhumirim, eleita Miss Brasil 1983, e que representará o país no concurso de Miss Universo nos Estados Unidos.



Ela ganhou o primeiro concurso de beleza aos 15 anos, quando foi eleita Glamour Girl de Manhumirim. Daí para frente, venceu muitos outros, como de Rainha do Minério de Itabira, Miss Férias de Varginha, Rainha da Imprensa de Teófilo Otoni, até ser escolhida sem concurso, porque era a pessoa certa para representar sua cidade no Miss Minas Gerais. Daí para o Miss Brasil foi um pulo.

“Quero ser uma pessoa muito importante, não quero viver no anonimato. Gosto da fama e Miss Brasil é um começo para isso. Abriu a porta para o sucesso”, disse ela.
“Quero ficar bem financeiramente para dar um apartamento a minha mãe, e comprar uma chácara que já foi de nossa família e perdemos”.



O pai, industrial e dono de restaurante, estava muito bem de vida. Porém, acabou perdendo tudo antes de morrer, há três anos. A família – ela a mãe e duas irmãs mais velhas – ficou pobre. mas não totalmente. Ela foi trabalhar, não em sua profissão, professora primária, porque não gosta de dar aulas, mas num banco em sua cidade. Depois, foi para o Rio trabalhar no departamento de ações da Petrobrás. Passou também a fazer desfiles de moda e, ultimamente, era contratada de uma loja de roupas infantis, onde se vestia de Papai Noel no Natal e coelhinha na Páscoa, “uma coisa muito linda, fazer as crianças felizes”. Nos últimos anos, dividiu a vida entre Manhumirim e a cidade maravilhosa.

Um metro e setenta e três de altura, medidas 87-60-87 cm, 58 quilos, Marisa disse acreditar que tem condições para ganhar o Miss Universo. Beleza ela disse considerar um privilégio de Deus. E se sente muito mais bonita por dentro do que por fora.



O feminismo, ela simplesmente abomina. “Não acho que o homem causa tanto mal assim às mulheres. O homem nasce homem e a mulher mulher, pai é pai e mãe é mãe. Não adianta querer ser igual, há um diferença. Até hoje a mulher não viveu? Não existem mulheres felizes? Para que, então, os movimentos feministas? A mulher tem que acompanhar o homem, não querer ser igual a ele. E as oportunidades para homens e mulheres na sociedade não têm que ser iguais”, comentou Marisa.

Que o brasileiro é machista, ela sabe e acha ótimo, “porque na sociedade e na família precisa haver um comando e se ele na fosse machista, isso não existiria.” Mas ela não aconselha todas as mulheres a serem submissas. “Só deve ser quem gosta. Eu sou, porque gosto.”, revelou Marisa, para quem isso é sinal de inteligência, “assim é que se dominam os homens.”

Em termos de dinheiro, não é nada mau ser Miss Brasil. Marisa disse ter ganho um prêmio líquido de Cr$ 5 milhões e Sílvio Santos concedeu-lhe ainda mais Cr$ 10 milhões em roupas, jóias, eletrodomésticos e uma moto. Durante um ano, até entregar o seu reinado para outra miss, será contratada exclusiva do SBT, tendo de participar de desfiles, shows e programas da emissora.

Se vencer o concurso de Miss Universo, a moça ganhará 10 mil dólares (Cr$ 5,3 milhões), mais um salário mensal de Cr$ 15 mil dólares (Cr$ 7,9 milhões), da Empreendimentos Miss Universo, empresa sediada nos Estados Unidos, que promove os concursos anualmente. Além disso, receberá carros, iate, jóias e peles, conforme aponta Marlene Brito, coordenadora do concurso Miss Brasil.

(Fotos e texto: Folha da Tarde, São Paulo, segunda-feira, 20/06/1983)
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               Marisa Fully Coelho tentou duas vezes ser Miss Minas Gerais. A primeira em 1979, quando sucedeu a irmã Patrícia no trono de Miss Manhumirim. No concurso estadual, tal como aconteceu com sua irmã no ano anterior, Marisa não conseguiu classificação. Da segunda vez, em 1983, foi diferente e Marisa foi eleita Miss Minas Gerais e em seguida Miss Brasil.


Marisa Fully Coelho - Foto: revista Manchete

               Antes de seguir para Saint Louis, Missouri, Estados Unidos, local da realização do Miss Universo, Marisa disputou em Lima, Peru, o título de Miss Sudamérica (Miss América do Sul) onde foi a segunda colocada, perdendo para a venezuelana Paola Laura Ruggeri Ghigo. Nos Estados Unidos, sua beleza, simpatia e carisma foram notadas, mas não figurou entre as 12 semifinalistas. A Miss Universo 1983 foi Lorraine Elizabeth Downes, Miss Nova Zelândia, uma jovem pobre de 19 anos de idade, filha de um encanador aposentado e de uma dona-de-casa.

               Marisa Fully Coelho foi a terceira Miss Brasil do que se convencionou chamar de “era Sílvio Santos”, uma fase atípica do Miss Brasil, iniciada em 1981, quando o concurso deixou de ser promovido pelos Diários e Emissoras Associados, e que perdurou até o ano de 1989, quando o famoso apresentador desistiu de realizar o Miss Brasil.

               Marisa Fully Coelho, após o concurso, atuou como atriz na telenovela “Vidas Roubadas”, do SBT. Foi casada com o empresário Pedro Sabino, filho do escritor Fernando Sabino (1923-2004), pai de sua filha Paula, e com o compositor Carlos Colla, pai de sua filha Laura.

               Na manhã do domingo, 22/11/1998, Marisa dirigia seu veículo na estrada que liga Manhumirim a Manhuaçu, quando se envolveu num violento acidente provocado por um caminhão. Marisa chegou a ser transferida para um hospital de Belo Horizonte, mas não resistiu e morreu na manhã da segunda-feira, 23/11/1998. No carro que dirigia estavam um casal de amigos e suas duas filhas que conseguiram escapar. O corpo de Marisa foi velado no Colégio Santa Terezinha e sepultado no cemitério de Manhumirim na terça-feira, 24/11/1998.

               No dia 08/06/2007, perto da Estação Rodoviária, com a presença de familiares da Miss Brasil 1983, a Prefeitura Municipal de Manhumirim inaugurou a Praça Marisa Fully Coelho, homenagem mais que merecida à sua ilustre filha. 

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               Todas as vezes que passo no centro do Recife, na Praça da Independência, próxima ao prédio onde funcionava o Diario de Pernambuco, lembro-me daquela tarde de junho de 1983, quando as fotos de Marisa Fully Coelho, estampadas no jornal Folha da Tarde, chamavam a atenção de todos os que passavam na frente de uma banca de revistas.


Marisa Fully Coelho - Foto: revista Manchete

               Deus convocou Marisa Fully Coelho para uma outra missão na passarela de outra dimensão. A comissão julgadora e a platéia mudaram.Marisa Fully Coelho está no caminho da verdadeira Luz. Uma faixa diferente, um manto especial, uma coroa singular e um cetro iluminado estão revestidos de eternidade para adornar a Miss Brasil 1983.

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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

SESSÃO NOSTALGIA / ESPECIAL - Miss Brasil Latina 2010

Daslan Melo Lima

          O concurso Miss Brasil Latina 2010 foi realizado no dia 24 de novembro de 2009. Local: Buffet Les Anis, Boa Viagem, Recife, Pernambuco. Coordenação: Fernando Bandeira Diniz. Apresentação: Fernando Bandeira Diniz e Cristina Cadaval. Apoio Cultural: Bazar do Cabeleireiro, Cheiro & Arte-Produtos Artesanais, Embelleze-Paixão pela vida, Les Anis, Maison Cristal, Modelar-Estética e Beleza, Portal de Gravatá-Hotel Fazenda, Racco e Recife Praia Hotel.

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AS CANDIDATAS


Finalistas
1º Lugar: Miss Bahia Latina, Vanessa Gabriella Marcelino Rocha
2º Lugar: Miss Rio Grande do Norte Latina, Isabela Marinho
3º Lugar: Miss Mato Grosso do Sul Latina, Ingrid Kemp

Miss Distrito Federal Latina, Luísa de Almeida Lopes

Miss Paraná Latina, Dayana Gentilini

Semifinalistas
Miss Alagoas Latina, Renata Ferraresi Costa
Miss Goiás Latina, Luciana Marinho
Miss Pará Latina, Paula Brandão
Miss Paraíba Latina, Camilla Gadelha
Miss Pernambuco Latina, Laís Rodrigues Fiori
Miss Piauí Latina, Vanessa de Vasconcelos
Miss Rio Grande do Sul Latina, Virginia Vettorazzi

Demais concorrentes
Miss Maranhão Latina, Layra Vieira
Miss Mato Grosso Latina, Ítala Paris de Souza
Miss Minas Gerais Latina, Bárbara Oliveira
Miss Rio de Janeiro Latina, Manuela Almeida Camboim
Miss Rondônia Latina, Ana Carla Melo da Cruz
Miss Roraima Latina, Edilânia Albuquerque
Miss São Paulo Latina, Gabriela dos Santos Nogueira
Miss Tocantins Latina, Rafaela Simão

Títulos Especiais

Miss Biquíni: Dayana Gentilini (Paraná)
Miss Elegância: Isabela Marinho (Rio Grande do Norte)
Miss Internet: Luísa Lopes (Distrito Federal)
Miss Personalidade: Virgínia Vetorazzi (Rio Grande do Sul)
Miss Simpatia: Rafaela Simãao (Tocantins)
Melhor Traje Típico: Renata Ferraresi (Alagoas)

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O NÍVEL DO CONCURSO


               O nível das concorrentes estava muito bom. Estive próximo de cada uma, conversei com várias delas e visitei os bastidores. Entre tantos rostos lindos, fiquei impressionado com a beleza das misses do Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Pará, sem falar, obviamente, na grande vencedora da noite Vanessa Rocha, da Bahia . Entre tantos vestidos bonitos, tão bem exibidos pelas garotas, vale a pena um registro para a elegância das representantes do Rio Grande do Sul, Alagoas e Paraná.
       A média de idade das candidatas era de 20 anos. A mais velha era a advogada paraibana Isabella Marinho, 25 anos, semifinalista do Beleza Brasil (Miss Terra Brasil) 2004 e Miss Paraíba 2004. O título de vice está em boas mãos.
        A piauiense Vanessa de Vasconcelos, negra de muita classe e beleza, causou excelente impressão. Ao meu lado, o missólogo Paulo Darce fez uma observação muito oportuna: “A garota do Piauí lembra muito Luiza Maranhão, famosa atriz negra brasileira dos anos 60.”
























































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A COMISSÃO JULGADORA


          A comissão julgadora foi presidida pelo colunista social João Alberto, do Diário de Pernambuco, e contou com a presença de várias pessoas, entre elas: Tatiana Marques (cerimonialista), Juliana Santos e Sheila Brol (empresárias), Kiko Selva (chef), Ricardo de Castro (estilista), Fernando Machado (jornalista), Amanda Marques (Beleza Pernambuco 2005), Suzan Regina (Beleza Pernambuco 2009)













          Lizbeth Trujillo Cortes, mexicana, na foto acima ao lado da Miss Brasil Latina 2010, foi a presença internacional da comissão julgadora. Ela foi coordenadora do concurso Miss México de 1977 e 1978 e acompanhou nesses anos o desenrolar do Miss Universo.
            Em 1977, o Miss Universo foi realizado na República Dominicana. A Miss México foi Felicia Mercado Aguado e a Miss Universo foi Janelle Penny Commissiong, de Trinidad Tobago. Em 1978, o Miss Universo foi realizado em Acapulco, México, e a eleita foi Margaret Gardiner, da África do Sul, enquanto Alba Margarita Cervera Lavat, Miss México, classificou-se entre as semifinalistas. Janelle e Margareth tornaram-se amigas de Lizbeth Trujillo Cortes.

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DETALHES


             Não houve vendas de ingressos na noite da festa. Os convites foram adquiridos e comercializados previamente. Natália Araújo, Beleza Pernambuco 2004 e vice-Beleza Brasil 2004 (concurso que hoje tem a denominação de Miss Brasil-Terra), atualmente radicada no Paraná, coordenadora do Miss Brasil Latina naquele estado, estava muito bem de preto. Na platéia, um ícone das passarelas pernambucanas dos anos 70 recordava seu tempo de miss e manequim: Julia Katia Araujo de Melo Lopes, semifinalista do Miss Pernambuco 1976.
               As torcidas se manifestavam com muita classe. Os grupos maiores que torciam para as Misses Paraná e Pernambuco não hesitavam em manifestar seu entusiasmo por outras concorrentes, em função do alto nível das garotas.
          Precisei desdobrar-me, a fim de anotar detalhes e clicar fotos para PASSARELA CULTURAL. Estive nos bastidores no momento em que a mãe da Miss Bahia Latina mudava o penteado dela para que retornasse de visual diferente quando fossem anunciadas as finalistas. Quando Vanessa Rocha entrou na passarela com o novo penteado, ninguém teve mais nenhuma dúvida que ela seria a grande vencedora da noite. Maria Helena Dias, visagista e maquiadora, a mãe, e Alfredo Assis Neto, o coordenador, pularam de alegria ao ser anunciado o resultado.
               Na seleção de imagens abaixo, de cima para baixo, da esquerda para a direta: Paulo Darce e Julia Katia; Amanda Marques; Julia Katia e Cristina Cadaval; Natalia Araújo; Alfredo Teixeira e Isabela Marinho; Os pais de Miss Roraima Latina; Alfredo Assis Neto e familiares da Miss Brasil Latina; Tatiana Marques e João Alberto; A vitoriosa da noite e familiares; A vencedora ladeada por seu coordenador e sua mãe; Alfredo Assis Neto e Maria Helena Dias; A mãe da baiana penteando a filha; Sílvio (assessor do concurso), ladeado pela primeira e terceira colocadas e Beto (da coordenação do Miss Pernambuco-Mundo) ao lado de Vanessa Rocha.
















































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          Alguém poderá dizer que existem muitos concursos atualmente, além do Miss Brasil-Universo, o mais tradicional de todos: Miss Mundo-Brasil, Miss Brasil-Terra, Miss Brasil-Globo, Miss Brasil-Tourism Queen, Miss Brasil-Top Model, etc. Sim, são vários, cada um com o seu valor e sua visão de encarar as coisas, mas há espaço para outros do nível do Miss Brasil Latina. Vanessa Gabriella Marcelino Rocha poderá em 2010 trazer para o Brasil mais um título de beleza internacional, o Miss América Latina del Mundo, a ser realizado na República Dominicana.
          Em um país de dimensões continentais como o o Brasil, onde há inúmeros "brasis", cada um com suas singularidades e peculiaridades, o Miss Brasil Latina não é simplesmente mais um concurso de beleza. É uma celebração à diversidade cultural muito bem coordenada por Fernando Bandeira Diniz.
        Ao ser anunciado o resultado, todas as concorrentes se abraçaram, sem nenhum traço aparente de descontentamento.
Pedro Neto, coordenador do Miss Brasil Latina nos Estados da Paraíba e Rio Grande do Norte, disse-me: "Isabela Marinho era uma das mais fortes candidatas e acabou no segundo lugar. No entanto, estamos felizes, porque o Fernando Bandeira faz um trabalho sério e transparente."
        É uma pena que os grandes veículos de comunicação deste imenso país-continente não tenham dado ao Miss Brasil Latina a visibilidade merecida. Quem não compareceu ao Buffet Les Anis na noite recifense de 24 de novembro de 2009 não sabe o que perdeu.

Isabela Marinho, Williana Siqueira (Miss Brasil Latina 2009 e terceira colocada no Miss América Latina del Mundo 2009), Vanessa Rocha e Ingrid Kemp.

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