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SEJA BEM-VINDO ! SEJA BEM-VINDA! VOCÊ ESTÁ NO BLOG PASSARELA CULTURAL, cujas postagens, na maioria das vezes, são postadas aos sábados e domingos. Nossa trajetória começou em 02/07/2004, com o nome de Timbaconexão, como coluna sociocultural do extinto site de entretenimento Timbafest. Em 12/10/2007, Timbaconexão migrou para blog com o nome de PASSARELA CULTURAL, quando teve início a contagem de visitas. ***** Editor: DASLAN MELO LIMA - Timbaúba, Pernambuco, Brasil. ***** Contatos : (81) 9-9612.0904 (Tim / WhatsApp). E-mail: daslanlima@gmail.com

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Lama n'água. Como dói, Minas Gerais



As cenas da tragédia de Brumadinho inundam nossos olhos de lágrimas. Em lugar de fogo, o inferno também pode surpreender através do rompimento de uma barragem. 


Gente, bichos e plantas foram vítimas de um mar de lama. Nada mais voltará ao normal, mesmo que a sujeira se dilua em água cristalina. 
Lama n'alma. Como dói, Minas Gerais. 


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- Daslan Melo Lima


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domingo, 27 de janeiro de 2019

Pitimbu, litoral da Paraíba, um verão para recordar



PIPAS AO VENTO 

        Apresso-me em fotografar o show proporcionado pelas pipas e pelo vento. Minha vontade é comprar todas ao vendedor e sair semeando beleza pela praia. 
       "Há mercado de trabalho para quem lida com pipas?" Pergunto em silêncio ao mar. Ele responde o que eu gostaria de escutar: "Sim, enquanto houver o vento e alguém cultivando a criança que um dia foi, em atitude ou pensamento." 
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POESIA, RAINHA AZUL DO MAR 

       "Azul é o céu! / Azul é o mar! / Azul é a rainha que nós vamos coroar!" Assim gritava a torcida do cordão azul nos pastoris da minha infância alagoana em São José da Laje. O cordão azul quase sempre vencia e eu sonhava com o dia de conhecer o mar, o que só aconteceu aos quinze anos de idade. 
      "Azul é o céu! / Azul é o mar! / Azul é a rainha que nós vamos coroar!" O vento trás vozes de um tempo que se foi. O coral aumenta. O menino que um dia eu fui pega uma coroa invisível e corre para o mar, a fim de coroar a Poesia, Rainha Azul do Mar. 
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ALENTO 
      O coqueiro nunca quis se afastar do mar. Agarrou-se à terra para o céu alcançar. Ficaram as marcas do vento. E esta canção de alento. 
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POR AMOR 
      Tão próximo do mar para amar o mar, para no mar amar, para amar um mar. 
      Tão próximo do mar para do vento escutar que jamais seremos amados com a mesma intensidade do mar. 
       Tão próximo do mar para amar um mar, para no mar amar, para amar o mar. .
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ETERNIDADE 
      Enquanto os pescadores aguardam em suas embarcações a hora de ir ao alto mar, faço uma pausa para a foto e busco viver com o vento a poesia do momento. Lembro-me de alguns versos de Rimbaud e declamo em silêncio: "Ela foi encontrada! Quem? A eternidade. É o mar misturado ao sol." 
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PRINCESA DO MAR 
      Quando ela, acompanhada do amado, chegou, o vento suspirou e o mar avançou. Uma noite para recordar. Eu, Elizabeth Muniz Falcão e Joaquim Francisco. Ela tem no currículo os títulos de Miss Macaparana, Top 10 no Miss Pernambuco 2012; Top 15 no Miss Terra Brasil 2013; Musa da Mata Norte e Vice-Musa do Galo da Madrugada 2014. Merece mais: ser aclamada Princesa do Mar, diante dos aplausos do vento e do avanço do mar. 
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Crônicas de Daslan Melo Lima
Pitimbu, litoral paraibano, janeiro de 2019
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SESSÃO NOSTALGIA – Zélia Pinheiro, Miss Rio Grande do Norte 1960, um ícone dos potiguares


Daslan Melo Lima

         Naquele 11 de junho de 1960, no Maracanãzinho, Rio de Janeiro, diante de um público estimado em vinte e oito mil pessoas, vinte e três candidatas disputaram o título de Miss Brasil 1960. Entre elas estava Zélia Pinheiro, Miss Rio Grande do Norte, uma jovem de vinte e dois anos de idade incompletos, fã do ator de cinema Rock Hudson, que sonhava conhecer a Itália.  

O Cruzeiro, Ano XXXII, Nº 37, 25/06/1960
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Os 80 anos de Zélia Pinheiro


Zélia Pinheiro celebrou 80 anos de idade em novembro de 2018. - A festa de aniversário de Zélia Pinheiro foi mágica, encantada e como ela mesma diz, foi um conto de fadas. Zélia é um patrimônio do Rio Grande do Norte. Não só porque foi Miss mas, também, porque é uma pessoa que espalha amor, bondade, caridade, misericórdia, beleza, charme.


É do bem e quando foi Miss RN em 1960, foi igual a Marta Rocha: Não foi Miss Brasil por diferença nas medidas em algumas polegadas. 


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Esse momento marcante foi lembrado, com muito brilho, quando a Miss RN 2018, Monique Sandrelly, coroou a aniversariante por ser, mesmo com o passar do tempo, uma bela mulher.

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É feliz pra vida, sempre respondeu ao universo com muita sabedoria. Mostra ser, a cada dia, uma pessoa mais e mais especial, confiável, leal e ela realmente faz a diferença.
A produção foi Casa de Ideias, com Nick fazendo lindo, Tereza Vale no Bolo e Amorasa na decoração. Fotos Luli Gluck.
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          No próximo dia 05 de fevereiro, no Teatro Riachuelo, em Natal, Zélia Pinheiro voltará a viver novas emoções. Durante a realização do concurso Miss Rio Grande do Norte 2019, sob a coordenação geral de George Azevedo, homenagens serão prestadas a todas as misses que representaram o estado no Miss Brasil.
         Provavelmente, uma lágrima cairá dos olhos verdes daquela moça que há quase seis décadas tornou-se um ícone dos potiguares.

          
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terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Reflections Of My Life

    


               No final dos anos 60, Reflections Of My Life encantou o mundo. A música foi composta por Dean Ford, nome artístico de Thomas McAleese, vocalista da banda escocesa Marmalade, e seu colega Junior Campbell

A mudança do sol para o luar
Reflexões da minha vida, oh, como elas enchem meus olhos
As saudações de pessoas com problemas
Reflexões da minha vida, oh, como elas enchem minha mente

Todas as minhas tristezas, tristes amanhãs
Levam-me de volta para minha casa
Todos os meus choros (todos os meus choros)
Sinto que estou morrendo, morrendo
Levam-me de volta para minha casa (oh, eu vou para casa)

Eu estou mudando, arranjando, eu estou mudando
Eu estou mudando, ah, tudo a minha volta
O mundo é um lugar mau, um lugar mau
Um terrível lugar para se viver, oh, mas eu não quero morrer

      Dean Ford (o primeiro na foto, em pé, da esquerda para a direita) fez a Grande Viagem. Ele partiu no apagar das luzes de 2018, aos 72 anos de idade, devido a complicações do Mal de Parkinson. 
       O mundo é um lugar totalmente mau? Não, todavia a Terra é um planeta conturbado, palco de provas e expiações, mas ninguém deseja morrer.
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 – Daslan Melo Lima, em Timbaúba, Pernambuco, enquanto chove lá fora, ouvindo https://www.youtube.com/watch?v=xTeI65yrhGw

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DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - Tulio Feliciano e o samba


>>>>> Filho do poeta João Feliciano e de Alga Marina, Tulio nasceu em Timbaúba em 28/02/1947, e tornou-se um dos profissionais mais requisitados pelos sambistas.


          Nascido em Timbaúba, passou a infância no Recife da década de 1950, e, no início dos anos 1970, circulou pela Europa. Na família de Tulio, todo mundo tinha que estudar música. Fazia parte da formação intelectual, como aprender português ou alguma língua estrangeira.  
         Em pleno verão carioca de 1978, arranjou um bico de fotógrafo, uma das tantas atividades que fazia para se manter. Após uma bem-sucedida temporada com Dominguinhos no Projeto Seis e Meia, Nara Leão resolveu estender a parceria, lançando um novo espetáculo. Logo, Tulio estava dirigindo o MPB 4 e o Quarteto em Cy no espetáculo Cobra de Vidro, mais um campeão de bilheteria. Artistas como Elizeth Cardoso, Marlene, Cauby Peixoto e Emílio Santiago foram ajudando a encorpar seu currículo. Mas o grande salto para transformá-lo em referência do samba veio com um show em homenagem a Silas de Oliveira, autor de “Os cinco bailes da história do Rio.” No palco, juntou Dona Ivone Lara e o recém-estourado Fundo de Quintal para contar "Os cinco bailes da história de Silas", o que o levou a figurar em todas as listas de melhores do ano.
          Mas, apesar de estar sempre cercado de nomes estrelados, Tulio nunca se deixou enfeitiçar pelo glamour. “Trabalhar com arte é muito bom, mas cansa, causa estresse.” Há cerca de dois anos, sofreu uma depressão profunda e foi aconselhado pelos médicos a tirar um período sabático. “Eu não estava gostando de nada do que fazia, não sentia entusiasmo”, revela. Foi quando seus irmãos sugeriram que voltasse para o Recife.
          Livre da depressão, Tulio segue sua vida dividido entre o Recife e o Rio de Janeiro. “Aqui, o dia dura muito, consigo fazer um monte de coisas. No Rio, eu acordo e já é de noite”, brinca. Claro que a ligação estreita com o samba, vez por outra, acaba provocando cobranças dos conterrâneos. “Não precisam nem se preocupar. O frevo, para mim, é uma coisa celestial. Está acima de tudo. Vassourinhas, Fogão, Madeira que cupim não rói, tudo isso faz parte do meu repertório sentimental”, avisa.
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Por Cleodon Coelho, jornalista e produtor da TV Globo. Matéria condensada da revista CONTINENTE, outubro/2017. Foto: Léo Caldas. Agradecimentos: Ana Carolina França, sobrinha de Tulio Feliciano.
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Destaque da página de História da revista TIMBAÚBA EM FOCO, dezembro/2018.
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SESSÃO NOSTALGIA - Vânia Beatriz Diniz Gotlib, Miss Minas Gerais 1959, uma tarde de sol para recordar

Daslan Melo Lima


             Naquela tarde ensolarada de março de 1960, a Granja das Margaridas,  nos arredores de Barbacena, a duas horas de Belo Horizonte, foi o cenário perfeito para José Nicolau fotografar Vânia Beatriz Diniz Gotlib, Miss Minas Gerais, quinta colocada no Miss Brasil 1959. As imagens foram publicadas na revista A Cigarra, edição de abril de 1960. 

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Vânia Beatriz Gotlib, natural de Pirapora, Minas Gerais, quinta colocada e Miss Simpatia do Miss Brasil 1959.
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Vânia Beatriz Gotlib (na extrema direita) e suas amigas Maria da Glória e Maria Lúcia.
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Vânia Beatriz Gotlib (à esquerda) e suas amigas sob as árvores frondosas da mansão que pertenceu a Virgílio Alvim de Melo Franco (1897-1948), político e jornalista. 
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Na Granja das Margaridas estava sendo construído o Country Club da Mantiqueira, próximo à BR-040, na época conhecida por BR-3. 
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         Por onde anda você, Vânia Beatriz Gotlib? A saudade de um tempo que se foi responde: em algum lugar deste imenso país tropical e também nas recordações de um poeta sonhador.

As finalistas do Miss Brasil 1959 - Da esquerda para a direita: Terezinha Rodrigues, Miss São Paulo, quarto lugar; Dione Brito de Oliveira, Miss Pernambuco, segundo; Vera Regina Ribeiro, Miss Distrito Federal, eleita Miss Brasil; Maria Euthymia Manso Dias, Miss Bahia, terceira colocada; e Vânia Beatriz Diniz Gotlib, Miss Minas Gerais, quinto lugar. ***** Imagem: revista Manchete.

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domingo, 6 de janeiro de 2019

"A alma de um jogador jamais sai de campo"

        


                Na Ilha do Retiro, no Recife, faço uma pausa para uma foto na frente da escultura de Ademir Menezes (1922-1996), artilheiro da Copa do Mundo de 1950. Ele nasceu na capital pernambucana e iniciou sua carreira no Sport Club do Recife. Jogou depois no Vasco da Gama e no Fluminense, mas fez questão de retornar ao Sport em 1957, a fim de encerrar sua carreira no clube do seu (e do meu) coração. 

Ademir Marques de Menezes, apelidado de "Queixada", na capa da revista Manchete Esportiva, nº 10, 21/01/1956.

          Certa vez, ao comentar no rádio um clássico entre Vasco e Flamengo, realizado no Maracanã, Ademir afirmou que era imparcial em seus comentários, mas que sua alma estava dentro de campo, com o uniforme do Vasco, “pois a alma de um jogador jamais sai de campo”. 
           Na Ilha do Retiro, tenho a impressão que, a qualquer momento, a alma de Ademir Menezes jogará a bola para mim.
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- Daslan Melo Lima

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DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - Jacques Ferreira Lima Filho (1956-2018), um nome que a história vai guardar


>>>>> O drama vivido pelo ex-vereador e família é lembrado nesta página por sua cunhada Gisa Gomes Ferreira Lima 


       Pessoa simples, de um coração sem tamanho, generoso, humilde, um homem de caráter, honesto, amigo e querido por todos. Desconheço quem não gostava dele, até mesmo os seus adversários políticos eram seus amigos. Era o tio mais querido pelos sobrinhos, aquele que entendia a todos com seu jeitinho simples e amigo. Ele era casado com minha irmã e eu com o irmão dele. Os filhos deles são nossos filhos e os nossos são dele. Moramos em uma mesma casa, uma casa cheia de amor, de alegria, de amigos, de zoada, de resenhas... Até que isso tudo mudou no dia 6 de agosto, quando recebemos a noticia mais triste de nossas vidas: o resultado do exame que Jacquinho estava com um tumor no pâncreas.
          Desde aquele dia que o nosso terraço, que era só alegria, passou a ser só de tristeza, medo, dúvidas e sofrimento. Foram 25 dias de angústia até chegar o dia da cirurgia, 31 de agosto. As orações e promessas foram muitas. Noites sem dormir, medo, aflição, mas tínhamos muita fé e esperança que ele ficaria curado.
         Começou então a luta. Viagens ao Recife, quimioterapia, soro, sonda para poder se alimentar, lavagem gástricas, entre outros, mas ele sempre muito paciente, calmo como sempre foi, sem reclamar de nada. Os dias iam se passando e não víamos melhora alguma, as irmãs todos os dias iam lá em casa trazendo alguma coisa para o animar e lhe agradar, traziam lanchinhos e comida,  mas ele não comia praticamente nada.
Cada dia mais fraco e perdendo peso foi então que a médica passou a sonda para ele se alimentar melhor. Tudo isso deixava todos muito tristes e apreensivos. Carol e Eduardo todos os dias ao acordar ligavam para mim para saber do tio-pai. 
Em outubro, Jacquinho começou a ficar com a pele amarelada e sentir dores, mas assim mesmo não reclamava de nada, sempre muito educado, como dizia Aline. Todos os dias Edite ia na nossa casa para fazer massagens em Jacquinho. A neta Fernanda e o filho Odilon também faziam. Era uma dedicação total de todos. Joca, sempre muito preocupado, querendo animá-lo, o chamava para dar uma volta de carro, mas ele já muito fraco se negava a ir. Carol já não aguentava ver o tio-pai e padrinho daquele jeito. Ligava para mim sempre chorando. Eduardo sempre pronto a ajudar, ficava com ele nas horas que Céres precisava sair. Ajudava no banho, trazia chá de tudo que era lugar, sempre muito preocupado. Tarcísio era o que mais sentia medo do que podia acontecer, seu semblante era de total preocupação. Lon, vendo o pai daquele jeito passou a ficar mais em casa, fazia muitas massagens nele, fazia sua barba com muito cuidado e carinho. Felipe também estava ali com a mãe toda hora e com ele.
  Os dias foram se passando e o sofrimento e o medo aumentando, a partir dai,  eu  só pedia a Deus que se fosse para continuar assim seria melhor que o levasse. Seria egoísmo nosso querer Jacquinho vivo daquela forma. Tentamos de tudo. Quando no dia 26 de novembro, o médico mandou ele voltar para casa,  entendemos que não tinha mais o que ser feito, só nos restava dar amor, carinho conforto e esperar o dia de Deus. Ele não merecia sofrer, pois era uma pessoa de fácil aceitação em tudo. Com certeza aceitou bem sua passagem e agora está aliviado. Conseguimos ficar quatro meses juntos com ele o tempo todo, o mantivermos em casa longe de um leito frio de um hospital. Ficamos todos unidos. Não faltaram visitas. Aqueles que não foram entendemos que não tinham coragem e queriam ter a lembrança dele vivo, alegre e brincalhão.
Agora eu falo para todos que ele com certeza está nos braços do Pai, junto com seus avós, pais e amigos e tenho certeza que um dia vamos todos nos encontrarmos. Agora só restam as lembranças e eternas saudades. 
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Texto publicado na página de Comportamento da revista TIMBAÚBA EM FOCO, edição 92, dezembro/2018. Exemplares poderão ser encontrados na Banca de Julio Alfredo, centro da cidade. 




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Lembrança da Missa de Sétimo Dia celebrada na Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores. Timbaúba, PE, 05/12/2018.
 
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SIGA FELIZ N0 SEU CAMINHO  

Faz dois anos que ouvi um conselho de um homem político, filho de tradicional família timbaubense, Jacques Ferreira Lima Filho: "Não queira entrar na política-partidária. É uma missão espinhosa. Continue sendo a pessoa que é. Siga feliz no seu caminho." 
Sua imagem, alegre e serena, colocando bebida em meu copo durante uma festa, é a lembrança que guardarei do homem bom e sábio que partiu para a Grande Viagem antes do Natal chegar. 
Jacques, siga feliz no seu caminho, eis tudo o que lhe desejo. 
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- Daslan Melo Lima

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DE OLHO NO PASSADO - Manchete, nº 563, Ano 10, 02 de fevereiro de 1963

Rhonda Fleming, estrela de Hollywood, veio ao Rio para rodar, ao lado de Rossano Brazzi, o filme "Pão de Açúcar".
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A imprensa francesa ficou alvoroçada quando Sacha Distel declarou que a desconhecida Maísa era uma cantora extraordinária. 
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A Editora do Autor, em comemoração ao seu segundo aniversário, apresentava estes cinco lançamentos. 
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O cearense Francisco Aragão de Melo, zelador de um edifício de apartamentos em Botafogo, Rio de Janeiro, evitou uma tragedia ao impedir que uma grande pilha de madeira compensada caísse sobre um grupo de treze crianças.  

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SESSÃO NOSTALGIA - O alegre roteiro de Ângela Vasconcelos, Miss Brasil 1964

Daslan Melo Lima


         A chegada de Ângela Vasconcelos, Miss Paraná, em Curitiba, apos ter sido eleita Miss Brasil 1964, foi um acontecimento marcante. Em quatro páginas, a revista Manchete (nº 640, Ano 12, 25/07/1964) contou como foi, através de reportagem de José Rodolpho Câmara e Clóvis Scarpino, com fotos de Nelson Santos.   


Jamais se ouviu no mundo um coro tão afinado e monumental: milhares de pessoas postadas ao longo de um percurso de dezesseis quilômetros (do aeroporto à cidade de Curitiba), repetiam: "O bi é nosso!" O bi é nosso!" Foi com esta otimista previsão que a população da capital paranaense aclamou, dias atrás, sua miss vitoriosa. Recebida por seus colegas de escola, que lhe entregaram imenso buquê de flores, Ângela cumpriu a primeira parte do seu roteiro num carro conversível. Mas, ao chegar ao centro de Curitiba, subiu num carro do Corpo de Bombeiros, onde agradeceu aos aplausos de compacta multidão. Após três horas de ruidoso desfile, Miss Brasil conseguiu chegar à sede do Circulo Militar, clube que a elegera Miss Paraná. 
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Detalhe: "O bi é nosso!" O bi é nosso!" Ieda Maria Vargas, Miss Rio Grande do Sul, Miss Brasil do ano anterior, tinha conquistado o título de Miss Universo 1963. Os paranaenses sonhavam com a possibilidade de Ângela Vasconcelos repetir em Miami Beach o mesmo sucesso da gaúcha.  
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Na janela do Círculo Militar, Miss Brasil assinou autógrafos sobre a capa do último número de Manchete.

Quando Ângela partiu do Rio, declarou que ia ao Paraná para repousar, "antes de enfrentar a maratona de Miami". Mas, em Curitiba, Miss Brasil não teve um minuto de descanso. No dia da sua chegada, após o desfile da vitória, recebeu cumprimentos dos admiradores no Círculo Militar e ficou com a mão doendo de tanto assinar autógrafos. Em seguida, concedeu entrevista na televisão. Sábado à tarde, atendeu aos amigos  que compareceram à sua casa e, à noite, Ângela foi homenageada com um baile de gala, no Círculo. O governador Nei Braga vai oferecer-lhe esta semana um banquete e um presente (guardado em segredo).  
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À chegada, no aeroporto, Miss Brasil estava com um elegante chapéu. Mas, logo, a multidão começou a reclamar a coroa, com a qual ela desfilou pelas ruas da cidade. Ângela pretendia descansar em casa, mas a imprensa curitibana  ainda não a deixou em paz. 

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         Ângela Teresa Pereira Reis Neto Vasconcelos representou muito bem o Brasil no concurso Miss Universo 1964, realizado em 1º/08/1964, no Miami Beach Auditorium, Miami Beach, Flórida, Estados Unidos. Entre sessenta candidatas, Ângela obteve classificação entre as semifinalistas (Top 15). 
       Culta, educadíssima e elegante, fez um reinado inesquecível, embora depois tenha confessado que não tinha valido a pena ser Miss Brasil. Entre as alegações: ter de dar entrevistas e participar de eventos, quando o que queria era ficar em casa e ler um bom livro.   

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