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sábado, 22 de março de 2014

SESSÃO NOSTALGIA - BELLINI, ADALGISA COLOMBO E ANA MARIA, LEMBRANÇAS DE 1958

Daslan Melo Lima




     Ao lado, capa da revista O Cruzeiro, de 12/07/1958, com Bellini (1930-2014), campeão mundial de futebol,   e Adalgisa Colombo (1940-2013), Miss Distrito Federal, Miss Brasil e vice-Miss Universo 1958. Esta edição destaca a vitória da seleção brasileira, campeã mundial de futebol, e um encontro que os diretores da revista promoveram entre os  campeões do mundo e as misses Distrito Federal e Bahia, Ana Maria Carvalho.  
        Gosto muito de folhear revistas antigas. Nelas encontro momentos de glória e de drama vividos por celebridades que marcaram época no Brasil e no mundo. A leitura faz com que eu enxergue certos acontecimentos sob outra perspectiva. O meu momento de hoje, de paz ou de inquietação, amanhã será passado, e me conscientizo que tenho de administrar com sabedoria o momento presente. 


      Na tarde deste quarto sábado de março de 2014, a terceira do outono, mergulho no exemplar desta revista para reencontrar Hideraldo Luís Bellini , no auge de sua carreira, como capitão da Seleção Brasileira de Futebol, vivendo as emoções da conquista do primeiro título mundial. Paulista de Itapira, onde nasceu em 07/06/1930, Bellini morreu na última quinta-feira, 20, devido a problemas de saúde decorrentes de Alzhmeir.



      Sempre admirei aquela foto de Bellini levantando a Taça Jules Rimet, tanto que ela faz parte do banner que ilustra o cabeçalho de PASSARELA CULTURAL, ao lado de outras imagens símbolos que me são caras: 
Torre Eiffel (glamour, moda); 
Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, no filme Casablanca  (cinema, artes, romance); 
A baiana Maria Olívia Rebouças Cavalcanti, Miss Brasil e quinta colocada no Miss Universo 1962, minha miss inesquecível (charme, beleza); 
Bellini com a taça Jules Rimet (futebol, esportes, foco, determinação); Tocadores de pífanos (regionalismo, nordeste brasileiro); 
Igreja Matriz de São José, de São José  da Laje, AL, minha terra natal (sentimentalismo, poesia) .

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     Na sequência, nostálgicas imagens reproduzidas da referida  O Cruzeiro. Detalhe: a revista cita o nome de Bellini com um "l" apenas.    

João Ramos do Nascimento, o Dondinho (1917 –1996), pai de Pelé, e Adalgisa Colombo  aguardando a chegada dos campeões do mundo à redação de O Cruzeiro.

A legenda da página dupla dizia o seguinte: Ele sorriu do elevador, o porte elegante no amassado uniforme de viagem. Não parecia um jogador de futebol. Tinha até jeito de galã de cinema. Na mão, o “Oscar” de sua última criação: um filme a cores, todo rodado na Suécia, com um elenco de onze “astros”. Adalgisa Colombo se aproximou dele e lhe deu demorado beijo: o beijo que o Brasil reservara ao grande capitão. Miss Brasil lhe disse, depois, o que sessenta milhões de brasileiros gostariam de dizer-lhe: que o País inteiro se sentia grande dentro da grandeza de seus filhos vitoriosos. Hilderaldo Belini sorriu como garoto feliz diante da vitrina de brinquedos. E respondeu com os votos de todo o País: os herois de Estocolmo esperam que ela traga de Long Beach novo tútulo mundial para o Brasil. Tudo isso aconteceu na redação da revista O Cruzeiro, onde a beleza da mulher se encontrou com o talento do futebol brasileiro.
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Exemplares de O Cruzeiro sendo autografados pelo zagueiro campeão. 

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Abraço de Ana Maria Carvalho, Miss Bahia 1958. Detalhe: A baiana é hoje a senhora Ana Maria Sá, esposa de Ângelo Calmon de Sá,  ex-dono do Banco Econômico e  ministro da Indústria e Comércio durante o governo do presidente Ernesto Geisel (1907-1996).

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Bellini, Ana Maria e Adalgisa Colombo.

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      Um trecho da revista misturava romantismo e poesia. Vale a pena conferir.
O grande capitão Hideraldo Belini  virou guarda-noturno da taça. Com uma ternura que tem muito do primeiro amor.
Desde que recebeu a Taça do Mundo, o capitão Hideraldo Bellini quase se transformou em guarda-noturno. Não a deixa um só instante. Nem para dormir. Assim foi durante a viagem. Assim foi na redação de O Cruzeiro. Nem os abraços de Adalgisa Colombo, nem as carícias de tantas misses bonitas que o rodeavam, fizeram sombra à mais bonita  (para o grande capitão) das rainhas: a rainha mundial de futebol, esculpida em ouro. Entre um abraço e um autógrafo, Hideraldo  Belini voltava os olhos para a Taça Jules Rimet com a ternura de enamorado, com a meiguice do primeiro amor. 
Como simbolo da seleção vencedora, que ainda materializa os ideais olímpicos, Hideraldo Belini vê  na taça uma entidade superior, que se trata com desvelo e quase veneração.  Não é o culto pagão de um símbolo. É mais que isso. É o respeito aos valores humanos que ela representa. 
Disse Luiz de Camões que o pastor Jacó serviu sete anos por amor de Raquel. Pois a nossa seleção serviu quatro vezes sete. Belini tem razão no seu imenso amor. Um imenso e glorioso amor. Até 1962, ninguém tem direito de estragar-lhe  a lua de mel. O grande capitão parece ter na face um aviso de amigo: “não perturbem”.

Da esquerda para a direita,  Pelé chora no ombro do goleiro Gilmar  (1930-2013)   e é consolado por Didi (1928-2001); o grande capitão e a cobiçada taça; a alegria no vestiário, com Djalma Santos (1929-2013)  carregando Pelé no colo e o massagista Mário Américo (1912-1990) dando vivas ao Brasil.
     
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Bellini em 1997, ao lado da célebre fotografia. Imagem: Ormuzd Alves/Folhapress
            Conforme li nos jornais, depois do falecimento de Bellini, uma cirurgia de cerca de três horas foi realizada no Hospital das Clínicas para retirar o cérebro do ex-jogador para estudos. A  viúva, Giselda Bellini, disse que tomou a decisão para tentar ajudar a medicina a esclarecer o  Alzheimer, doença comum a ex-jogadores e que também complicou o estado de saúde do capitão da seleção brasileira.  O objetivo é ajudar a esclarecer se o problema neurólogico foi causado por possíveis danos das cabeçadas na bola durante a carreira como jogador. "O doutor Ricardo Nitrini perguntou se a família doaria o cérebro para que fosse feito um estudo, porque muitos atletas de vários esportes apresentam esse problema ou algo similar", disse a viúva. "É claro que se é para ajudar as pessoas a evitar essa doença no futuro, concordamos totalmente com a iniciativa", afirmou Giselda.
          O corpo de Bellini foi velado no salão nobre do estádio do Morumbi, em São Paulo, SP,  e depois seguiu para a Câmara Municipal de Itapira, a 170 km da capital, onde foi enterrado às 11 horas deste sábado.
       No dia 13/08/2011, focalizei nesta secção o encontro de Bellini, na redação de O Cruzeiro, com as misses Distrito Fedeal e Bahia 1958,  http://passarelacultural.blogspot.com.br/2011/08/sessao-nostalgia-seccao-em-construcao.html . Nos últimos dias, a matéria esteve entre as cinco postagens de PASSARELA CULTURAL mais acessadas, conforme ranking do GOOGLE.

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          Ao sair do Túnel do Tempo, fecho a revista O Cruzeiro com a sensação de que, através da leitura de suas reportagens,  vivi com intensidade aquele 1958, quando o mundo era outro mundo, mais lento, mais romântico, mais poético e menos competitivo; quando no Brasil, Copa do Mundo e Misses empatavam  na preferência do público; quando a extinta  revista O Cruzeiro circulava  com tiragens semanais em torno de 500.000 exemplares.          
             Fecho  a revista O Cruzeiro certo de que, a qualquer instante,  as histórias de glórias e dramas de um tempo que se foi poderão me ajudar a ver os acontecimentos atuais sob outra perspectiva, ajudando-me a administrar com sabedoria as circunstâncias passageiras do momento. 


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