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segunda-feira, 6 de agosto de 2018

SESSÃO NOSTALGIA - Maria Olívia Rebouças, Miss Brasil 1962: "Não busquei o sonho; o sonho veio me buscar"

Daslan Melo Lima


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          Minha paixão pelos concursos de misses começou com ela: Maria Olívia Rebouças Cavalcanti, Miss Bahia e Miss Brasil 1962. Recentemente, encontrei na Internet uma matéria sobre Maria Olívia, abaixo reproduzida. Trata-se de uma entrevista postada na revista Kappa Magazine, Ano 1, Edição 14, Nº 14, de 28/02/2011, editada pela Abelhaneda Editora e Serviços de Comunicação Ltda, de Araraquara, São Paulo. 

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PERSONAGEM DA KAPPA
Maria Olívia Cavalcanti Pereira de Cordis

Por Patrícia Piacentini
Fotos Henrique Santos



            Pouca gente sabe, mas a Miss Brasil 1962 mora desde o final da década de 60 em Araraquara. Maria Olívia Cavalcanti Pereira de Cordis, 66 anos, é bastante discreta, por isso, não revela sua história para as pessoas, gosta de ser anônima, preservando o período de glamour apenas em sua rica memória. Apesar do nome de solteira ser Maria Olívia Rebouças Cavalcanti, a Miss Brasil ficou conhecida como Maria Olívia Rebouças. Com um porte de modelo que mantém até hoje, ela conta com carinho como foi que a menina tímida da cidade de Itabuna, sul da Bahia, transformou-se em Miss.
          Segundo ela, tudo aconteceu muito de repente, depois que foi estudar em Salvador. "O professor falou para eu representar a escola em um concurso de estudantes. Era tímida, não sabia andar na passarela, mas ganhei", conta. Na época, Evandro da Costa Lima, que cuidava de fantasias de carnaval, já previa o futuro de Maria Olívia; um dia, apostava ele, ela seria a Miss Brasil.
          Em seguida, Maria Olívia ganhou o Miss Bahia e o concurso Miss Brasil tornou-se uma realidade: "Tinha medo de ir  para o Rio de Janeiro, mas eu assumi que ia entrar e encarei o mundo", conta ela.


          
          "Estava no hotel Copacabana Palace sendo produzida por cabeleireiros, com grandes costureiros por perto. Fazia frio e estava de maiô. Era noite e o Maracanãzinho  fervia", relembra com detalhes. 
          E continua: "Entrei e escutei um aplauso aqui, outro ali, era grandioso", diz, mostrando a capa da revista Cruzeiro da época, que exibe sua foto recebendo a coroa de Miss. Ela também mostrou a faixa de Miss Brasil, além de diversas fotos suas de fotógrafos renomados.
  CARREIRA INTERNACIONAL - Na época, Maria Olívia estava sempre acompanhada por Ruth Pacheco de Oliveira, que era como uma empresária e sabia todos os protocolos que a modelo deveria seguir. Logo em seguida, ela foi para Miami (EUA) representar o Brasil no Miss Universo, concurso em que ficou em 4º lugar, entre 80 moças do mundo inteiro. "Ganhei o prêmio de melhor fantasia", orgulha-se.
          A Miss teve a oportunidade de continuar a carreira nos Estados Unidos, mas seu pai a trouxe de volta. "Quando voltei, tive que acompanhar a vencedora do Miss Universo por todo o Brasil. Era tudo muito sério, tinha glamour, não era vulgar", enfatiza. "Vivia no avião, cada dia em um lugar", completa. Ela também  trabalhou na França, porque tinha um contrato  com a Willys-Renault e participava dos salões de automóvel. "Trabalhei ao lado do  Pelé", revela.
     "Fiquei nessa trajetória durante quatro anos e passei por situações agradáveis e desagradáveis. É muita gente oferecendo dinheiro, tive que me educar. Com o tempo, consegui preservar o meu espaço", destaca.
        CASAMENTO - Ouvindo a história da Miss Brasil, fica difícil entender por que ela veio para Araraquara, ainda mais por ter a família na Bahia. Quem a trouxe para a cidade foi seu marido, que tinha uma fazenda aqui. "Nos conhecemos no Rio de Janeiro. Namoramos seis meses e casamos na Bahia. Casei com quem eu queria", afirma ela. E casamento de Miss chama muita atenção. "Tinha umas mil e poucas pessoas. Meu vestido era deslumbrante", completa.
          Veio para cá, ficou na fazenda e hoje mora na mesma casa para qual se mudou em 1968. Criou sua família em Araraquara: quatro filhos e quatro netos. No começo, conta que estranhou, mas foi participando de grupos e conhecendo as pessoas. "Hoje gosto imensamente de Araraquara".
         Maria Olivia diz que, às vezes, as pessoas desconfiam que já a conhecem e ela se diverte com as situações. E muito hábitos do tempo de Miss ela mantem até hoje, como estar sempre com maquiagem  e cabelo arrumado.
    "Conheci o mundo sendo correta e as coisas para mim devem ser organizadas", destaca ela, que se questiona se hoje os concursos são tão sérios como na sua época. "Eu tive sorte e fui ousada. Não busquei o sonho; o sonho veio me buscar", finaliza.
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Detalhe: Maria Olivia é viúva do advogado e fazendeiro Olavo Almeida Pereira de Cordis. Ao contrario do que diz a reportagem, ela foi a quinta e não a quarta colocada no Miss Universo 1962. Chamava-se Evandro de Castro Lima (1920-1985), o figurinista e carnavalesco baiano que apostava no futuro de Maria Olívia como Miss Brasil. ***** Grato ao Edi Corrêa Leite, ex-coordenador do concurso Miss Sorocaba, que me deu a dica para localizar a matéria da Kappa Magazine na Internet. 
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          "Não busquei o sonho; o sonho veio me buscar", disse Maria Olívia Rebouças Cavalcanti. Não busquei a paixão pelas misses; a paixão veio ao meu encontro  em São José da Laje, a cidadezinha alagoana onde nasci, quando vi minha Tia Soledade absorvida com a leitura da revista O Cruzeiro e quis saber sobre o que lia. 
       O assunto principal era a moça da capa, Maria Olívia Rebouças Cavalcanti, Miss Brasil, posando na escadaria da Igreja do Santíssimo Sacramento do Passo e no Cais dos Saveiros, em Salvador, Bahia.


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Maria Olívia Rebouças Cavalcanti, minha Miss Brasil inesquecível


7 comentários:

Anônimo disse...


Daslan, acredito que se você conseguisse o contato da sua miss-musa inspiradora Maria Olívia Rebouças extrairia mais detalhes e curiosidades vivenciadas por ela no período do seu reinado como a quinta mulher mais bonita do universo.
Mas valeu a reprodução da matéria, pois percebe-se que a Miss Brasil de 1962 teve uma educação esmerada e personalidade ilibadas evitando que o dinheiro que lhes ofereciam não conseguisse destruir os valores morais herdados da família.

Muciolo Ferreira

DASLAN MELO LIMA disse...

Olá, Muciolo, grato por sempre interagir com a Sessão Nostalgia.
Sonho entrevistar um dia minha Miss Brasil inesquecível.
Faz anos que fiz contato com o seu primogênito, o Olavo Cordis Filho. Ele me disse que tinha mostrado à mãe minha primeira Sessão Nostalgia dedicada a ela.
Por saber que Maria Olívia é uma pessoa reservada, não me senti à vontade para solicitar número de telefone e e-mail da eterna Miss Brasil 1962.

Um abraço.
Daslan Melo Lima

Anônimo disse...

Eis uma verdadeira Miss do tempo de ouro do concurso Miss Brasil.
Recusou dinheiro e conheceu o mundo sendo honesta.
Uma dama digna que não citou nomes para se promover - e jamais citaria.
Maria Olívia Rebouças é um dos nomes que enriquece a história do concurso Miss Brasil.
Um verdadeiro ícone de uma época onde não havia "fábricas de ícones".
Emocionante!
Juliano Feitosa
(Itabuna-Bahia)

Anônimo disse...

Daslan,

Conheci Maria Olivia Rebouças na cidade de Mirassol em 1996.
Pessoa muito boa, simpática, agradável, atenciosa, gentil e muito amável.
Tiramos uma foto juntos!
Não dá para esquecer de uma pessoa tão educada, gentil e atenciosa como é Maria Olivia Rebouças, a Miss Brasil que marcou o ano de 1962!
Que você consiga manter contato com a sua ídola e que um dia você a entreviste pessoalmente!
Parabenizo pela bonita homenagem à querida Maria Olivia Rebouças.
Edi Corrêa Leite - Sorocaba/SP

J. Botafogo disse...

Olá, Daslan
A minha estória com Maria Olívia, é nada mais, nada menos, bizarra.
Em 1962, eu estudava interno nos Maristas, todos os internos dormiam num só dormitório,
sendo nós num total de 75 alunos; estava chegando o Miss Brasil, e, eu, ansioso para ouvir, via Rádio Tupy, não sabia como fazer para assisti-lo. Veio-me a lembrança de um radinho Sharp, capa de couro, para as pessoas levarem ao campo de futebol, eu tinha um, mas, vivia na casa dos meus familiares, no colégio era proibido esse tipo de objeto. Nisso veio a traquinagem: fui em casa, busquei o rádio e entrei no colégio clandestinamente com o aparelho. À noite, na hora do evento, os internos, todos recolhidos às suas camas, eu ouvi, todo o certame debaixo dos lençóis. Foi uma noite gloriosa por ter burlado a diretoria do Colégio e pela vitória de Maria Olívia, a qual torci por ela bravamente.
Maria Olívia, é uma das misses mais bonitas da era de ouro, infelizmente, tímida, desfilou em Miami com um penteado que não lhe destacou a beleza.
Certa vez ouvi uma entrevista de Maria Augusta da SOCILA, dizendo nunca ter visto uma pele igual a da MB 62.

DASLAN MELO LIMA disse...

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Comentário de George Leal de Montes Claros, Minas Gerais, via e-mail
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Maria Olívia Rebouças é um nome que orgulha uma nação.
Imagino esta Sessão Nostalgia transformada em especial para a televisão:
1 - O editor do blog lendo a revista O Cruzeiro na cidadezinha onde nasceu...
2 - O leitor J. Botafogo escutando a transmissão do concurso Miss Brasil pelo rádio de pilha, embaixo dos cobertores de um colégio interno...
Gente, isto é fantástico!
Pura magia dos anos sessenta!

Anônimo disse...

Essa história merecia se transformar em um filme parabéns a todos que conduziu este evento até hj e como é bom ler uma história que te presa nas palavras