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domingo, 6 de setembro de 2020

SESSÃO NOSTALGIA - Os Olhos das Meninas


Daslan Melo Lima


A revista Manchete de 11 de dezembro de 1965, Ano 13, número 712, circulou em todo o Brasil com uma matéria de três páginas focalizando alguns dos olhos mais belos do país. 
Havia três rainhas da beleza na relação: 
Geórgia Quental, Miss Rio Grande do Norte, top 8 (sétimo lugar) no Miss Brasil 1962; 
Ângela Vasconcelos, Miss Paraná, Miss Brasil, Top 15 (semifinalista) no Miss Universo 1964;
Solange Dutra Novelli, Rainha do IV Centenário do Rio de Janeiro (1965). 

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Sejam "cortados à feição de amêndoa", como os preferia Alberto de Oliveira; ou "oblíquos", "olhos de ressaca", como os tinha a Capitu de Machado; ou "claros de cristal", que eram os da lourinha, rainha do carnaval de 1933, cantada por Lamartine Babo - não pode haver, no conjunto feminino, detalhe espiritualmente mais belo do que os olhos... quando os olhos são belos, é claro. Como pontificava aquele grave inglês, juiz num concurso para a escolha dos "mais belos olhos da Europa", "um par de belos olhos compensa muitas vezes (ou quase sempre) a desarmonia do resto". E com tal frase, da mais sólida sabedoria, justificou o voto com que agraciou - entre dezenas de candidatas de físico perfeito - os luminosos olhos de uma jovem mignon e de medidas fora dos padrões clássicos.


Aqui estão alguns dos mais belos olhos do Brasil
Em matéria de olhos - é o que se proclama mundo afora - a mulher brasileira não perde para outra qualquer. Ou melhor, pode competir, armada dos seus, com os mais belos olhos em qualquer parte da terra. Resultado maravilhoso da mistura de raças que é o Brasil, vários, de toda espécie e cores, são os olhos das nossas mulheres: rasgados ou arredondados, "à feição de amêndoas, como os das orientais, ou simplesmente brasileiros - dos negros, profundos, quase sempre "oblíquos", como foram os da Capitu do romance e como são os da Capitu de hoje. "Olhos de ressaca" do mar da praia de Santa Luzia, no Rio machadiano de ontem; "olhos de ressaca" do mar do Castelinho, no Rio de hoje. 


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REGINA SIMONSEN

Sonhadores e glaucos, os olhos de Regina Simonsen fitam na distância alguma coisa que, parece, só ela vê. "Olhos verdes, instrumento de trabalho do poeta", como quer Vinicius de Moraes. 
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GEÓRGIA QUENTAL
De um azul puxando para o cinzento, azul-metálico, os olhos de Geórgia Quental transmitem alegria, brejeirice, mas também malícia.
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ÂNGELA VASCONCELOS
E os de Ângela Vasconcelos retratam sua alma deslumbrada.
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 TÔNIA CARRERO
(1922-2018)
Luminosamente abertos no rosto de linhas inconfundíveis. os olhos  de Tônia Carrero talvez sejam o detalhe mais característico de sua personalidade, toda ela tão cheia de belos detalhes.
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MAÍSA
(1936-1977)
Enormes, rasgados, de um translúcido verde-garrafa. assim são os olhos de Maísa, a grande cantora cuja voz morna deixou saudades. 
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Detalhe:  A expressão "deixou saudades" refere-se ao fato de Maísa, na época, viver fora do Brasil.
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SOLANGE DUTRA NOVELLI
Claros e luminosos, os olhos de Solange Dutra Novelli têm a pureza lavada de um amanhecer.
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NININHA MAGALHÃES LINS
Negros e profundos, guardados por longos cílios, os olhos da Sra. Nininha Magalhães Lins têm o tom do céu (sem lua) do Brasil. 
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MARIA POMPEU 
"Óblíquos e dissimulados" são os olhos de Maria Pompeu. 

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LENA CRESPI 
Estranhamente azuis os de Lena Crespi.

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E é com uma poesia que fala de olhos que desejo concluir a primeira Sessão Nostalgia de setembro de 2020.

CINCO COISAS

Pablo Neruda

(1904-1973)

Quero apenas cinco coisas...
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.
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2 comentários:

Anônimo disse...

Linda matéria. Parabéns!

Quintino Medeiros

Unknown disse...

ESTAVA SEM SABER ONDE TINHA ESSA MATÉRIA. OBRIGADA !