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sábado, 24 de julho de 2010

SESSÃO NOSTALGIA - Zayra Pimentel, Miss Pernambuco 1957

Daslan Melo Lima




     Recife, Pernambuco, década de 1950. A simples e aconchegante casa do casal Jair e Neuza ,  localizada na Vila dos Remédios, no bairro de Afogados,  vivia sempre cheia de artistas do rádio. O Sr. Jair Moreira Pimentel, Sargento da Polícia Militar, tocava clarinete, era músico de grande talento e também poeta.  O Sr. Jair e D. Neuza tinham quatro filhos, todos com nomes iniciados pela letra “Z”: Zanoni, Zoroastro, Zenaide e Zayra.  A garota Zayra  chamava a atenção de todos pela inteligência, beleza, pelos olhos castanhos claros, carisma, personalidade e dotes artísticos. Eventualmente, atuava em pequenas apresentações do Grupo Teatral de Amadores do Atlético, pertencente ao Atlético Clube de Amadores, na Estrada dos Remédios, uma das principais artérias do bairro de Afogados, na frente da Vila dos Remédios.  Em 1957, representando o Clube Náutico Capibaribe, Zayra Pimentel foi eleita Miss Pernambuco, iniciando uma trajetória que faria dela uma das Misses mais famosas do Estado.

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O CONCURSO MISS PERNAMBUCO 1957

     O concurso Miss Pernambuo 1957 foi realizado no dia 11 de maio, no Clube Português do Recife, com a participação de oito candidatas: Miss Aero Clube de Pernambuco, Maria Josefina Malta Mauricéia;  Miss Atlântico Olindense,  Berenice Souza Barros;  Miss  Cabanga Iate Clube,  Roselis Nicéas;  Miss Círculo Militar do Recife,  Sônia Maria Campos;   Miss  Clube Internacional do Recife,  Marluce Laranjeira;  Miss Clube Náutico Capibaribe,  Zayra Moreira Pimentel;  Miss Clube Português do Recife,  Violeta Botelho;  e Miss Sport Club do Recife,  Flávia da Veiga Pessoa.  Entre as pessoas que fizeram parte da comissão julgadora estavam duas das personalidades pernambucanas mais importantes de todos os tempos: o poeta Mauro Mota (1911-1984) e o médico, jornalista e autor teatral Waldemar de Oliveira (1900-1977).

 
Momento em que o poeta Mauro Mota entregava a Zayra Pimentel um brinde da Indústria de Bebidas Cinzano S.A. , uma das empresas promotoras do concurso . À esquerda, Sônia Maria Campos. À direita, Violeta Botelho. (Foto original pertencente ao acervo de Daslan Melo Lima)
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     Já era madrugada do dia 12 de maio quando foi anunciado o resultado: Violeta Botelho, Miss Clube Português do Recife, terceiro lugar; Sônia Maria Campos, Miss Circulo Militar do Recife, segundo; e Zayra Pimentel, Miss Clube Náutico Capibaribe, 19 anos completados no dia 15 de janeiro, 1m67cm de altura, primeiro lugar, muito aplaudida num modelo na linha clássica, simples, na cor coral, criado por Dodô Santos Dias.  
      Duas curiosidades sobre o Miss PE 1957. Primeira: Sônia Maria Campos voltou a disputar o Miss Pernambuco no ano seguinte, na condição de Miss Santa Cruz Futebol Clube, e conquistou o primeiro lugar. Favorita no  Miss Brasil,  perdeu o título  para Adalgisa Colombo, Miss Distrito Federal.  Em Londres, no primeiro Miss Mundo do qual o Brasil participou, Sônia classificou-se em sétimo lugar.  Segunda curiosidade: Violeta Botelho provocou a primeira grande celeuma da história do concurso Miss Pernambuco. Muito católica, Violeta Botelho ficou em conflito ao se inscrever no Miss PE, pois sabia que teria a obrigação de desfilar de maiô. Hesitou, pediu conselhos ao seu confessor e foi em frente, mas na grande noite recusou terminantemente a desfilar de maiô.  Mesmo assim, deram-lhe o terceiro lugar.

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ZAYRA. 
UMA RAINHA NO RIO

 
     Acima, dezesseis das dezenove concorrentes ao título de Miss Brasil 1957.  Zayra é a quinta, na fila da frente, da esquerda para a direita.  ***** Em pé, da esquerda para a direita: Sandra Hervé (Miss Rio Grande do Sul, terceira colocada); Lúcia de Carvalho (Miss São Paulo);  Chloris Maria Guimarães Fontenelle (Miss Piauí); Maria Helena Morais e Silva (Miss Sergipe); Terezinha Gonçalves Morango (Miss Amazonas, eleita Miss Brasil); Tereza Catarina Morais e Castro (Miss Pará), Maria do Socorro Gurgel (Miss Rio Grande do Norte) ; Marta Leão Pincowska (Miss Goiás ); e Maria Dorotéia Antunes ( Miss Minas Gerais, segundo lugar). ***** Sentadas, da esquerda para a direita: Lia Guimarães Pires de Castro (Miss Ceará, quarto lugar); Rosa Lúcia Pacheco (Miss Alagoas); Karin Japp (Miss Paraná, quinto lugar); Lygia Maria Bonfim (Miss Espírito Santo); Zayra  Moreira Pimentel (Miss Pernambuco); Cylis Píres da Rocha (Miss Rio de Janeiro) e Maria Zélia de Almeida Cardoso (Miss Paraíba).  ***** (Foto: Revista Manchete, 29/06/1957). 

     Zayra  Pimentel representou muito bem  Pernambuco no Miss Brasil 1957, embora não tenha conseguido uma vaga entre as finalistas. A vencedora foi Teresinha Morango, Miss Amazonas, que trouxe o vice-Miss Universo para o Brasil pela segunda vez, depois da baiana Martha Rocha, em 1954.  Em 1961, mais bela e experiente,  Zayra ostentou a faixa de Rainha do Carnaval do Recife e  fixou residência  no Rio de Janeiro , onde  foi convidada para representar a AABB-Associação Atlética Banco do Brasil no Miss Guanabara.   Apesar de ter sido uma forte candidata ao título, não ficou entre as finalistas.  

De maiô Catalina, Zayra  Pimentel, Miss AABB,  candidata ao título de Miss Guanabara  1961. (Foto: Revista O Cruzeiro, 24/06/1961).
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ZAYRA, 
A MISS QUE CONQUISTOU UM REI

     Zayra Pimentel conquistou o coração de um rei da canção romântica, Francisco José, cujo nome completo era Francisco José Galopim  de Carvalho  (1924-1988), o maior cantor português de todos os tempos.  Do casamento com o cantor nasceu sua única filha Adília.   

 
Francisco José, imortalizado pela bela voz e pela interpretação de “Olhos Castanhos”, composição dele e de Alves Coelho, o maior sucesso da sua carreira.

Teus olhos castanhos/De encantos tamanhos / São pecados meus./ São estrelas fulgentes,/Brilhantes, luzentes,/ Caídas dos céus./ Teus olhos risonhos / São mundos, são sonhos,/ São a minha cruz / Teus olhos castanhos/De encantos tamanhos / São raios de luz. ///// Olhos azuis são ciúme /E nada valem para mim./Olhos negros são queixume / De uma tristeza sem fim./ Olhos verdes são traição,/ ão cruéis como punhais,/Olhos bons com coração/Os teus,castanhos leais.
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ZAYRA PIMENTEL
PERFIL DE CONSUMIDOR

     No dia 29/07/1991, em  entrevista  no melhor estilo “ping-pong” à coluna Perfil do Consumidor, do jornalista Fernando Machado, publicada no Jornal do Commercio, do Recife, Zayra Pimentel confessou, entre outras coisas,  que o dia mais feliz como Miss Pernambuco foi o da noite do concurso: “Acabara  de ser eleita, o povão gritando o meu nome, todos de pé, pétalas de rosas sobre mim, etc. Lá de cima da passarela avistei meu ex-namorado e a mãe dele, que me detestava só porque eu era pobre. Os dois estavam me aplaudindo  também de pé. A-d-o-r-e-i”. 
Uma Miss Brasil: Marta Rocha
Uma Miss Pernambuco: Nelbe Souza.  
A Miss que a influenciou: Não foi uma Miss, foi o Alex. Eu era uma pedra bruta e ele me lapidou
Uma Miss Pernambuco que merecia ser Miss Brasil: Várias
Uma jovem que merecia ser Miss Pernambuco: Jô Malta Mauricéia, disputou comigo o Miss Pernambuco, representando o Aeroclube
Um homem bonito: Antônio Luiz  Darley do TER. Você precisa conhecer, é todo lindo! 
Uma mulher bonita:  Maitê Proença
Um homem elegante: Waldo Pinto, dono do restaurante Terral
Uma mulher elegante: Sílvia Amélia, Baronesa de Waldner, ex-Marcondes Ferraz. 
Perfume: Paris, de Yves Saint Laurent
Xampu: Quaratina, de Payot
Maquiagem: Germaine Montel  
Cabeleireiro: Há vários bons profissionais no ramo: Sílvio Nogueira, Almir da Paixão, Ernani, Lurdinha, em Piedade, e  Dezinha, em Olinda
Símbolo sexual: Antôno Fagundes.


 
Zayra Pimentel em foto-propaganda para a televisão, nos anos 1970. (Imagem reproduzida do livro-revista “Canta se Queres Cantar”, de Carlos Eduardo Carvalho dos Santos). 

Costureiro: As roupas mais bonitas e bem feitas que já usei foram de Marcílio Campos e Vitor Moreira
Sapato: Chanel, delicadeza em pés femininos. Para o conforto dos pés, nada como o tênis
Bolsa: Tipo apache para o dia ou executivas e pequenas para a noite
Revista: Veja
Gostaria de ser capa de que revista: Manchete
Maquilador: Almir da Paixão e meu saudoso amigo Múcio Catão, sem igual! 
Motivo de orgulho: Minha filha. Estuda, trabalha e não tem vícios.  Nos dias de hoje não é um motivo de orgulho? 
Motivo de decepção: Não lembro. Só costumo relembrar as coisas boas que vivi que é pra revivê-las. As ruins, sepulto-as! 
Sua maior decepção como Miss: A mesma acima
Fobia: barulho, casas pequenas com aparelhagem de som para um estádio. É de enlouquecer.
Livro de Cabeceira: O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Alan Kardec. 
Quem gostaria que escrevesse a sua biografia: Quem gostasse de mim com meus defeitos, ou seja, meus verdadeiros amigos Fernando Machado e Muciolo  Ferreira
Lingerie: Com muita renda e lacinhos
Santo protetor: São Pedro e Santa Bárbara
Restaurante que gosta de ir: Hipopotamus, no Rio; Florentinos, em Brasília e o Terral, em Olinda
Bebida: Água de Coco e refrigerante dietético
Sobremesa preferida: Todas
Comida preferida: Lagosta ao Thermidor e Carpaccio
Fruta: Manga e sapoti
País que gostaria de conhecer: Estados Unidos
País que gosta de voltar: Portugal, onde já morei muito tempo
Melhor passarela que já pisou: As ruas do Recife

 
Zayra Pimentel em 1987. (Foto: Henrique, Copacabana - “Canta se Queres Cantar", de Carlos Eduardo Carvalho dos Santos).
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Um compositor: Meu pai, Jair Pimentel. Compôs pra mim e a minha filha gravou.  
Quem gostaria que compusesse uma música para você: José Augusto, com versos de Isolda
Cantor: Francisco José, o maior cantor português que já apareceu no Brasil e pai da minha filha
Cantora: Fafá de Belém,  minha amiga
Hino musical: No momento, “Evidências”, com José Augusto
Música que gosta de cantar: “A Deusa da Minha Rua”
Um frevo pernambucano: “Três da Tarde”, de Lídio Macacão
Um compositor de frevo: Clídio Nigro, José Menezes, Carnera, Capiba e muitos outros que gostaria de citar, mas o espaço é pouco
Uma rua do Recife: Rua da Aurora, que já foi modelo para centenas de fotógrafos e pintores
Recife chique: No passado, o “Bal Masque”, do Internacional. Impossível esquecer
Recife brega: Praia aos domingos
Um fotógrafo: Henrique e Antonio Rudge, da Manchete
Filme inesquecível: “A Grande Valsa”, na primeira versão, em preto e branco. Um ator de cinema: Anthony Perkins
Uma atriz de cinema: Bette Davis
Um homem inteligente: Charles Chaplin
Uma mulher inteligente: Indira Gandhi
Artista plástico: Francisco Brennand
Quem gostaria que pintasse seu retrato: João Câmara
Quem levaria para uma ilha deserta: Só nos dois é quem sabemos
Quem deixaria por lá: Os intrigantes e os invejosos
Pasta de dente: Colgate com flúor
Ponto turístico de Pernambuco: Olinda
Um político: Teotônio Vilela – insubstituível
Uma personalidade: Guilherme Palmeira
Um mito: Pelé
Time de futebol: Brasil, Brasil e Brasil
Um jogador que está faltando na seleção: Garrincha
Um poeta: Fernando Pessoa
Com quem gostaria de se esbarrar no Shopping Center: Esbarrar não, gostaria de abraçar Miguel Arraes
Qual o personagem da história pernambucana que admira: Joaquim Nabuco
Um momento de saudade: “Fique deitadinha aí, que eu vou preparar um café ecológico para você.” 
Pensamento: “Mais vale errar por ter tentado, do que deixar de acertar por ter medo de errar!”
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POR ONDE ANDA ZAYRA PIMENTEL

      Zayra Pimentel fez televisão, apresentando ao lado de Fernando Castelão (1924-2005), na TV Jornal do Commercio, Recife, Canal 2, o programa “Você Faz o Show”.  Na foto acima, diante da câmara, o cantor Expedito  Baracho. Atrás, da esquerda para a direita,  o apresentador Fernando Castelão; a cantora Marilene Silva; Zayra Pimentel; Violeta Botelho e Zé de Castelão. (Foto: “Canta se Queres Cantar”, de Carlos Eduardo Carvalho dos Santos)
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     Zayra  Pimentel  fez parte do elenco do filme “O Último Cangaceiro”, de 1971, dirigido por Carlos Mergulhão.  Também atuou em “Café na Cama”, de 1973, um dos melhores filmes de Alberto Pieralisi (1911-2001), baseado no livro homônimo de Marco Rey (1925-1999).  Poderia ter prosseguido na carreira artística, como atriz ou cantora, mas formou-se em Direito e ingressou no Serviço Público Federal. Aposentada, mora no Rio de Janeiro, onde está mais perto da sua filha Adília e da neta Dominic.     

O senador alagoano Teotônio Brandão Vilela (1917-1983) foi padrinho de formatura de Zayra Pimentel, no curso de Direito. (Foto: "Canta se Queres Cantar"-CECS).
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 Adília e Dominic, mãe e filha, as herdeiras do casal real Francisco José, rei da canção romântica portuguesa, e Zayra Pimentel, rainha da beleza pernambucana. (Foto: Cortezia)

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       Zayra Pimentel, uma Miss que o tempo contribuiu para tornar ainda mais bela.  (Foto: Cortezia) 
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     A marcante personalidade de Zayra Pimentel vai ao encontro de uns versos de “Amar!”, belo e profundo soneto da poetisa portuguesa Florbela Espanca (1894-1930) que a Miss Pernambuco 1957 adora: "E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada / Que seja a minha noite uma alvorada, /  Que me saiba perder... pra me encontrar... Vale a pena conferir o texto completo:  
Eu quero amar, amar perdidamente! / Amar só por amar: aqui... além... / Mais este e aquele, o outro e toda a gente... / Amar!  Amar!  E não amar ninguém! ///// Recordar?  Esquecer?  Indiferente!... / Prender ou desprender?  É mal?  É bem?/Quem disser que se pode amar alguém / Durante a vida inteira é porque mente! ///// Há uma primavera em cada vida: / É preciso cantá-la assim florida,/Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar! ///// E se um dia hei de ser pó, cinza e nada / Que seja a minha /noite uma alvorada,/Que me saiba perder... pra me encontrar...
      
     Zayra Pimentel tem orgulho do título de Miss Pernambuco 1957 e de suas raízes nordestinas. De vez em quanto visita Recife e Olinda, a fim de matar as saudades das mais caras referências da sua vida. O escritor Carlos Eduardo Carvalho dos Santos, um dos seus amigos, ainda se emociona ao recordar que foi vizinho de Zayra  Pimentel na Vila dos Remédios,  que fez dueto com ela na peça “A Dança das Palmeiras”, no Atlético Clube de Amadores, e  que adorava  acordar ao som de “Estrellita” , do  compositor mexicano  Manuel  Maria Ponce (1882-1948), tocada pelo  Sr. Jair,  falecido em novembro de 1987, pai de Zayra .


Jair Pimentel, pai de Zayra. (Foto: “Canta se Queres Cantar”, de Carlos Eduardo Carvalho dos Santos)
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Estrellita del lejano cielo, /que miras mi dolor,/que sabes mi sufrir. /Baja y dime /si me quiere un poco,/ porque yo no puedo sin su amor vivir. ///// ¡Tu eres estrella mi faro de amor! /Tu sabes que pronto he de /morir. /////Baja y dime /si me quiere un poco,/porque yo no puedo sin su amor vivir...
     Conheci pessoalmente Zayra Pimentel na noite do concurso Miss Pernambuco 1989, realizado em 11/03/1989, no mesmo Clube Português do Recife, onde há 22 anos ela tinha sido eleita Miss Pernambuco 1957. Consegui contornar minha timidez e aproximei-me dela. Pedi um autógrafo e ganhei um beijo. Mais do que isso, ganhei a lembrança de um momento mágico que guardarei por toda minha vida.

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11 comentários:

DASLAN MELO LIMA disse...

Comentário do jornalista Muciolo Ferreira, do Recife-PE, via e-mail
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A Sessão Nostalgia desta semana do Passarela Cultural pode ser definida como uma das mais belas e inteligentes já escritas pelo poeta/jornalista Daslan Melo Lima.
Com bastante sensibilidade, o texto refletiu com a maior fidelidade a simplicidade de Zayra Pimentel que é, sem sombras de dúvidas, a mais carismática e iteligente entre todas as Miss Pernambuco, desde que o concurso existe. Perto dela só outra jovem teve o mesmo espírito de uma guerreira durante seu reinado: Suzy Rego, Miss Pernambuco 1984.

Os fatos narrados sobre a trajetória de vida de Zayra poderiam inspirar folhetins de telenovelas ou filmes, dada a riqueza de curiosidades e fatos. Muitos deles desconhecidos do grande público e dos pesqusiadores dos concursos de beleza.

Vou citar o que ouvi da própria Zayra, durante uma das minhas viagens ao Rio de Janeiro, como seu hóspede no belo e amplo apartamento da Rua Santa Clara, em Copacabana. Eis o que ela me relatou sobre sua participação no Miss Guanabara de 1961, representando a AABB:

"Em 1961, já morando aqui no Rio, fui convidada a participar do Miss Guanabara pelos Diários Associados, sob a alegação de que estavam precisando de moças bonitas, porque as candidatas inscritas estavam aquém do padrão ideal de beleza da carioca. Representei uma das instituições mais poderosdas do país, o Banco do Brasil. Quando meu nome começou a ser divulgado nos jornais e revistas houve muios protestos dos outros clubes porque eu já havia participado do Miss Brasil. Nas entrevistas, todos me citavam como uma das prováveis vencedoras. Mas a manchete de um jornal no dia do concurso foi o suficiente para acirrar o bairrismo do carioca. A capa da publicação estampou a seguinte notícia: "Se Zaira vencer serão três pernambucanas no Miss Brasil", numa referência às pernambucanas Maria Lúcia Santa Cruz, Miss Pernambuco, e Carmen Rodrigues, que representou o Rio Grande do Norte.."

Daslan, se um dia você voltar a homenagear Zayra com outro comentário, inclua esse fato curioso sobre sua exclusão das finalistas ou até, quem sabe, sua vitória no Miss Guanabara de 1961, concurso vencido por Alda Coutinho, Miss Grajaú Tênis Clube.

Parabéns pelo texto e uma ótima semana.

Abraços,

Muciolo Ferreira
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DASLAN MELO LIMA disse...

O relógio marcava 23h na noite de ontem, segunda-feira, 26, quando o meu telefone celular tocou. Para minha surpresa e alegria, a pessoa era Zayra Pimentel, de Copacabana, Rio de Janeiro. Emocionada, ela telefonou para agradecer o tributo que lhe prestei através da Sessão Nostalgia.

Zayra conversou comigo durante quase duas horas. Falou sobre sua vida, alegrias, experiências, saudades do Recife, etc.

Seu telefonema inundou de calor e magia a minha noite fria de inverno.

Um abraço a todos.

Daslan Melo Lima
Timbaúa-PE, 27/07/2010

Anônimo disse...

Zaira.......Que delicia conhecer essa grande mulher, alegre, destemida, engraçada, forte e o que mais me encanta: como esse passado cheio de gloria não a deixou triste nem amarga no presente...ela realmente é uma estrela!
Bom te conhecer Zaza.
Bjs, Ivana

Anônimo disse...

Nasci em 55 morava numa casa de esquina na Vila dos Remédios,na esquina ao lado ficava a casa de "Seu" Jair Pimentel,lembro-me que uma tarde,( Zayra já havia vencido concurso de Miss Pernambuco 57 tinha e voltado(loura) do Rio de Janeiro )eu estava na calçada da casa de Seu Jair,quando Zaira passou olhou mim e outras crianças que alí se encontravam e deu um sorriso...eu posso dizer que vi uma Deusa aqui na Terra,nunca mais esqueci.

Ivana disse...

Daslan querido,

vi na tua coluna o comentário de um anonimo que tinha 2 anos quando se tornou meu admirador, hj está com 55 anos, agradeça por mim já que ele não se identificou....gostaria de conhece-lo.
Bjs,
Zayra Pientel

Mirian disse...

Belíssima a entrevista com a Miss Pernambuco a Srª Zayra Pimentel,muito me encantou.
E também o maravilhoso poema por ela citado de Florbela Espanca .
Parabens
Mirian

Rayssa disse...

MInha avó era prima dela, ela falava muito da histtória de Zayra Pimentel...

Anônimo disse...

Muito prazer,
Me chamo Davonê Pimentel de Lima, sou neto de José Moreira Pimentel Filho, sou primo da Zayra Moreira Pimentel. Na verdade eu nunca a conheci pessoalmente, mas vejo que é uma grande pessoa. Gostaria de lhe dar os parabéns pela sua matéria e pelo seu carinho externado pelos membros de minha família. Meu email: davonelima@gmail.com, davonelima@hotmail.com

Unknown disse...

Sou sobrinho de Zaíra Pimentel, fiquei encantado pelas histórias que não conhecia.Minha tia sempre foi uma mulher a frente de seu tempo.
Agradeço ao Daslan pela bonita homenagem.

Eraldo disse...



Parabéns Daslan !!

Gostei muito da seção nostalgia ...
e por falar nisso, estudei na Brasil-Estados Unidos
com Marilene Silva - que trabalhava com Fernando Castelão.
Você poderia me dizer algo sobre Marilene ?? Acho que ela
tinha ido há muito para o Rio ... você, com a palavra !

Obrigado pela atenção !!

Meu email recife.recife@hotmail.com

Anônimo disse...

Não acredito que Zaira veio aqui!!!!Voltei para rever minha Miss Brasil!Também lembro de seu tempo de cantora.
Volta,Zaira,e escreve mais!Vc parecia uma deusa,mesmo,naquele MB.O colega que escreveu guardou uma imagem para sempre.isso fica:quando criança tudo é tão grande...
Abraços,Jap