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sábado, 2 de abril de 2011

DE ALAGOAS PARA O MUNDO - A POESIA DE JOÃO PINHEIRO DE ANDRADE LYRA


A POESIA DE JOÃO PINHEIRO DE ANDRADE LYRA

Daslan Melo Lima

               No próximo dia 08 de abril, quando da celebração dos  132 anos de emancipação política de Timbaúba, será lançada uma revista especial  que contou com a minha colaboração e pesquisa. Uma página da publicação foi dedicada ao poeta João Pinheiro de Andrade Lyra. Na reportagem, fiz um resumo da biografia dele, ilustrada com uma foto e com a transcrição de seis haicais do livro "Essencias do Brasil em Jarros do Japão". 

 
               Pouco conhecido em Timbaúba-PE, sua terra natal, o poeta João Pinheiro de Andrade Lyra, filho do jornalista, poeta e industrial Carlos Lyra Filho e Líbia de Andrade Lyra, nasceu em 03/11/1912, onde viveu até os oito anos de idade. Neto do Coronel Carlos Lyra e sobrinho do jornalista Jader de Andrade, estudou em Garanhuns-PE e  iniciou o curso ginasial no “Ginnasio de São Bento” em São Paulo.  Os cursos médio e superior foram concluídos nos Estados Unidos e Europa, respectivamente. Voltando ao Brasil, João Pinheiro era então identificado como poeta, jornalista, escultor, xilógrafo, pintor, professor, poliglota, músico, engenheiro e matemático. Fixou residência no município de São José da Laje-AL, onde seu avô havia fundado a Usina Serra Grande. Contraiu matrimônio com Josefa Vieira Lyra com a qual teve sete filhos: Ivan Gregório, Eugênio Fabrício, Maria Líbia, Maria Angélica, Maria Elisabete, João Pinheiro de Andrade Lyra Filho e José Carlos Lyra. João Pinheiro tinha orgulho de suas raízes timbaubenses e sempre que podia visitava Timbaúba com a esposa, hospedando-se na casa do seu tio Hugo de Andrade, localizada na Rua Dr. Alcebíades, imóvel hoje pertencente ao industrial Luismar Melo.
               Em 1951, João Pinheiro lançou o livro ”Essências do Brasil em Jarros do Japão”, um livro de haicais, com ilustrações a bico de pena feitas pelo autor, impresso na Tipografia São José, em São José da Laje-AL. Os versos abaixo são tidos como alguns dos mais belos da sua obra. 

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Libertação - Borboletas são / Mil cores fugindo às dores / De um cárcere, o chão!
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Contraste - Luz...tanta no céu, / meu Deus! E, nos homens Teus, / quanto espesso véu!
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Ventania de InvernoSerras cachimbando... / Cabelos verdes são pelos... / De frio dançando...
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Antigo ElogioPena, és arma ousada / que, bem dirigida, tem / mais força que a espada!
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Fora de Qualquer DúvidaCerteza de amar-me... / somente de Mãe a gente / dirá sem alarme.
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À Saudade (Da seda do coração) - Saudade, és retrós / que liga a pessoa amiga, / que está longe, a nós!
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               Para João Pinheiro, todo cantar do coração, todo sentimento da alma, todo  fervor da inteligência era a poesia. Era o Belo a dominar, era a perfeição a preferir. E João Pinheiro cultuava a Perfeição com o amor puro de pai que fora, com o desvelo de esposo fiel ao seu único amor. Só não fora poeta em toda a extensão do termo, porque fora um homem organizado. João Pinheiro viveu encontrando-se sendo o que sempre foi, um poeta, em esteta, um sentimental, um homem simples. (Gazeta de Alagoas, 1955)
               João Pinheiro de Andrade Lyra faleceu em 05/10/1955, no Hospital Centenário do Recife. Seus restos mortais encontram-se hoje no mausoléu da família, em São José da Laje. Sobre o grande poeta timbaubense-lajense foi dito que “era uma inteligência rara, sempre a caminhar em busca do Belo, da Arte, do Sentimento. Era simples na aparência, grandioso na intimidade. Vestia-se como um simples, sem olhar para a indumentária. Selecionava os amigos procurando-os dentre os que não fossem maltrapilhos de espírito. Só o Cérebro era a sua Alma. Só a Arte era a sua razão. E só o coração dominava seus impulsos.”



Timbaúba-PE, 02/04/2011
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Um comentário:

Anônimo disse...

Muito interesante, não tem uma homenagem a essa familia do Carlos Lira em timbauba,porque ele era intelectual, não tem valor algum, se tivesse feito um clube para festa tavez, quem sabe.
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NY