Daslan Melo Lima
Eu me lembro daquela madrugada de um
tempo que se foi, para sempre se foi. A juventude e a imaturidade de mãos dadas
colocando em meus sonhos o mel de impossíveis amores. Na radiola, através de um
disco de vinil, Nelson Gonçalves cantava “Cadê sono pra dormir”, de Anício
Bichara e José Messias, uma deliciosa música romântica que dizia:
Já vai alta madrugada. / O sereno está caindo. / Eu espero minha amada
/ e a cidade está dormindo. / E o silêncio grita alto, seu amor não vai mais
vir. / Eu invento o pensamento, cadê sono pra dormir?
Não há lua nem estrelas, tudo é escuridão, / lá fora faz tristeza, aqui
dentro escuridão. / E o silêncio grita alto, seu amor não vai mais vir. / Eu
invento o pensamento, cadê sono pra dormir?
E o galo amiudou o seu tempo de cantar. / Madrugada vai embora, novo
dia vai raiar. / E o silencio grita alto, seu amor não vai mais vir. / Eu
invento o pensamento, cadê sono pra dormir?
Hoje, tanto
tempo depois, a idade da razão e a maturidade dão as mãos e levam minhas
emoções inacabadas para fantasiar o mel de impossíveis amores ouvindo aquele
mesmo disco de vinil. É quando “... o silencio grita alto, seu amor não vai
mais vir. / Eu invento o pensamento, cadê sono pra dormir? / Cadê sono pra
dormir?/Cadê sono pra dormir?”
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Timbaúba-PE, na 28ª madrugada de agosto de 2013,
ouvindo Nelson Gonçalves, http://www.youtube.com/watch?v=2ApFKMaLccM .
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