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sábado, 23 de agosto de 2008

O SONHO DE ASA BRANCA

Daslan Melo Lima

               O inverno de 2008 está indo embora e vai deixar comigo a imagem do enterro de José Calixto Pedrosa acompanhado da multidão, uma crônica, um poema e esse instante de reflexão.

O SONHO DE ASA BRANCA

Daslan Melo Lima

O cavalo Asa Branca não entende a multidão
Perplexa e aflita diante do que aconteceu:
José Calixto Pedrosa foi traído pelo coração,
Que na madrugada triste e fria emudeceu.

O povo tem inveja do tranqüilo Asa Branca
Que não mergulha nos mistérios da sorte.
Só uma fé inabalável em Deus abranda
O sofrimento diante do males e da morte.

Quando União dos Palmares esquecer a dor,
O vento ainda entoará um grande lamento.
Quando a última lágrima do tempo se for,
Asa Branca e o dono ficarão em pensamento.

Talvez o animal em silêncio grite e chore.
A terra e as estrelas não ousam questionar.
Asa Branca sonha que vai partir ágil e forte,
Para feliz, no céu, com Zé Pedrosa galopar.


               Agora, peço que leiam (releiam)  o texto abaixo, publicado aqui há duas semanas, a fim de entenderem melhor a origem de O SONHO DE ASA BRANCA.

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EVITANDO FALAR EM MORTE

               Ao nascer, todos nós estamos sujeitos a morrer a qualquer momento. Convivemos com a certeza da morte 24 horas por dia. Mas é impressionante como a maioria foge desse assunto.

             
               O engenheiro agrônomo José Carrilho Pedrosa, em foto acima do jornal Tribuna de Alagoas, 55 anos de idade, casado, dois filhos, estimado prefeito da cidade alagoana de União dos Palmares, vizinha da minha cidade natal São José da Laje, morreu na madrugada da terça-feira, 29 de julho, vítima de um infarto fulminante.

               O meu conterrâneo-contemporâneo Ladorvane Cabral tirou dezenas de fotos do velório e do sepultamento do Sr.José Carrilho Pedrosa. Uma delas despertou a minha atenção por um detalhe inusitado que você visualizará melhor se clicar em cima da imagem. Perto de uma árvore há um tranqüilo cavalo branco. Com certeza, alguém veio da zona rural e “estacionou” o animal ali.

               Diante da foto, tenho inveja da tranqüilidade do cavalo. Ele é o único ser vivo naquela multidão que não sabe o que é morte. Diante da foto, sofro com o meu povo e tento não pensar nos mistérios da vida. Muitas vezes, eu também evito falar em morte.

OBSERVAÇÃO - A crônica já estava on-line quando recebí, através do Orkut, esse recado do Ladorvane Cabral: O cavalo branco chama-se Asa Branca e pertencia ao Sr.José Carrilho Pedrosa, o Zé Pedrosa. O prefeito sempre acompanhava a procissão do mastro montado nesse animal. Fizeram questão que Asa Branca acompanhasse o enterro do Zé.

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               O inverno de 2008 está indo embora e vai deixar comigo a imagem de ASA BRANCA naquela multidão, uma crônica, um poema e esse instante de reflexão.

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