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sábado, 3 de setembro de 2011

SESSÃO NOSTALGIA – Muciolo Ferreira, as memórias de um ex-coordenador do concurso Miss Pernambuco

Daslan Melo Lima 
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   Muciolo Ferreira (Foto: DML/Passarela Cultural)

        Ele é pernambucano do Recife, nascido em um 17 de março. Jornalista do quadro permanente da Secretaria de Imprensa do Recife, atua também na  D&F Comunicação-Assessoria de Imprensa. Foi coordenador dos concursos Miss Pernambuco, de 1988 e 1989, ao lado de José de Souza Alencar (Alex) e Fernando Machado, e do Rainha do Baile Municipal do Recife, de 1984 a 2000, ao lado de Assis Farinha. Do alto de sua perspicácia e experiência de quem conheceu misses belíssimas e os antigos concursos, Muciolo Ferreira abriu seu coração para PASSARELA CULTURAL.
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MUCIOLO E SUA PAIXÃO PELAS MISSES

      Para Muciolo Ferreira, a paixão pelos concursos de misses começou em 1964, quando um irmão mais velho chegou em casa com a revista Fatos & Fotos, em cuja capa estavam Ângela Vasconcelos, Miss Paraná, eleita Miss Brasil 1964, e Ieda Maria Vargas, Miss Rio Grande do Sul, Miss Brasil e Miss Universo 1963. 

        O menino Muciolo cresceu, formou-se em jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco, conheceu misses maravilhosas e fez amizades com muitas delas, entre as quais Zayra Pimentel, sua grande amiga. Emocionado, ele afirma: “Eu adoraria ter assistido ao Miss Guanabara 1961, no Maracanãzinho, para vibrar com a desenvoltura, o carisma , os pivôs e as paradinhas de Zayra, a Miss AABB, que em 1957 tinha disputado o Miss Brasil, na condição de Miss Pernambuco. Zayra era uma das favoritas ao Miss GB 1961. Os gays idolatravam a pernambucana, que para descontentamento de todos não conseguiu um lugar entre as semifinalistas.”

De maiô Catalina, Zayra  Pimentel, Miss AABB,  candidata ao título de Miss Guanabara  1961. (Foto: Revista O Cruzeiro, 24/06/1961).
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MUCIOLO FERREIRA E SUAS MISSES INESQUECÍVEIS

Ana Maria Costa Caldas, Miss Pernambuco 1964, quarta colocada no Miss Brasil 1964.
Marta Rocha, Miss Bahia, Miss Brasil, vice-Miss Universo 1954
Ieda Maria Vargas, Miss Rio Grande do Sul-Miss Brasil-Miss Universo 1963
PASSARELA CULTURAL: Quem são as suas Miss Pernambuco, Miss Brasil e Miss Universo inesquecíveis?
Muciolo Ferreira: Miss Pernambuco, Ana Maria Costa Caldas (1964); Miss Brasil , Martha Rocha (1954) e  Miss Universo, Ieda Maria Vargas(1963)  
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PC: Qual a candidata mais injustiçada da história do Miss Pernambuco?
MF:
Albanize Maria Braga Coelho, Miss Sport Clube do Recife 1974. Ela tinha um rosto belíssimo, parecido com o da nossa última Miss Universo, Martha Vasconcellos. O 5º lugar foi a maior injustiça que fizeram com a candidata rubro-negra.
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PC : Qual a Miss Pernambuco mais injustiçada da história do Miss Brasil?
MF: Sem sombra de dúvidas, Ângela Agra Galvão, em 1978. O que fizeram com ela foi imperdoável. Teria sido uma candidata fortíssima para o Top 5 do Miss Universo. Ângela Agra era considerada uma espécie de Vera Fischer numa versão melhor. Merecia o primeiro lugar, mas jogaram ela para o quinto.


Ângela Agra Galvão, Miss Pernambuco 1978. Ao seu lado, o saudoso apresentador Paulo Max (1933-1996). Recorte do Jornal do Commercio-Recife autografado por  Ângela Agra. Acervo de Daslan Melo Lima.





Mary Grace Oiticica Bandeira, Miss Alagoas 1965 (Foto: revista Manchete)

PC: Qual a candidata mais injustiçada da história do Miss Brasil?
MF: Mary Grace Oiticica Bandeira, Miss Alagoas 1965, belíssima em todos os requisitos, mas que não ficou entre as semifinalistas. Fico a imaginar a decepção dos alagoanos naquele ano, decepção que foi compartilhada pelos matogrossenses,  devido ao quarto lugar dado a Marilena de Oliveira Lima,  Miss Mato Grosso. O certame de 1965 foi de muitos equívocos e injustiças. A faixa de Miss Brasil deveria ter sido colocada em Mary Grace ou em Marilena de Oliveira Lima. Outra injustiça que marcou época: o quarto lugar dado a Anísia Gaspariana da Fonseca, Miss Brasília 1967, quando merecia o primeiro.
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Eveline Schroeter, Miss Brasil 1980 (Foto: revista Manchete)

PC: Qual a Miss Brasil mais injustiçada da história do Miss Universo?
MF: Eveline Schroeter, em 1980. Acredito que ela não se classificou entre as 15 semifinalistas devido ao fechamento, à falência da TV Tupi. Não houve nenhum interesse do país naquele ano pelo Miss Universo. Poucos souberam que a TV Bandeirantes havia decidido de última hora transmitir a competição. Eveline era muito bonita. Tinha porte de rainha com os seus 1,80m de altura, rivalizando com Shawn Weatherly, Miss Estados Unidos, que acabou vencendo. Outra injustiçada, Natália Guimarães, em 2007. Perder para Ryo Mori, Miss Japão, foi uma  piada, algo que nos faz desacreditar na competição da era Donald Trump.
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Verônica de Castro Leicht, Rainha do Baile Municpal do Recife 1987/Rainha dos 450 anos do Recife (Foto: Diario de Pernambuco)
PC: Caso tivesse concorrido ao Miss Pernambuco, qual a Rainha do Baile Municipal do Recife que teria sido uma ótima representante do Leão do Norte no Miss Brasil?
MC: Verônica de Castro Leicht, Rainha do Baile Municipal do Recife 1987/Rainha dos 450 Anos do Recife.
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MUCÍOLO FERREIRA, ENCONTROS PARA RECORDAR

Ao lado de Lucia Tavares Petterle, Miss Guanabara, vice-Miss Brasil e Miss Mundo 1971
Ao lado de Joyce Aguiar, Miss São Paulo, terceiro lugar no Miss Brasil 2001 e Miss Mundo Brasil 2001 
Ladeado por Débora Daggy (Miss Pernambuco, quarta colocada no Miss Brasil 2001, vice-Miss Mundo Brasil 2001) e Ana Cláudia Pessoa Romão (Miss Pernambuco Mundo 1990, terceira colocada no Miss Mundo Brasil 1990 e semifinalista no Miss Brasil 1992)
Muciolo Ferreira, Martha Vasconcellos (Miss Bahia-Miss Brasil-Miss Universo 1968) e Fernando Machado. (Foto: DML/Passarela Cultural)
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MUCÍOLO E O DIFERENCIAL DOS CONCURSOS


         Indagado qual o maior diferencial dos concursos de misses de ontem em relação aos de hoje, Muciolo Ferreira não hesitou em afirmar  o que se segue.
               Nas décadas de 50 e 60 os concursos tinham glamour. O país parava em dia de final, como nos jogos da Copa do Mundo. Havia interesse. Os atuais concursos foram tão banalizados que nem dá para compará-los aos de antigamente. Além disso, eles  estão nas mãos de pessoas descomprometidas com a verdadeira razão de ser do concurso,  que seria, teoricamente, eleger a rainha da beleza universal.


Ana Maria Guimarães, acima, Miss Pernambuco 1988. Abaixo, Ana Cristina de Medeiros, Miss Pernambuco 1989. Ambas foram eleitas em concursos sob a coordenação de José de Souza Alencar (Alex), Fernando Machado e Muciolo Ferreira. (Fotos: Jornal do Commercio-Recife)

         
        Os interesses de quem detém as "franquias" estaduais e nacional são puramente financeiros.Transformaram o concurso de Miss Brasil num lucrativo balcão de negócios, pois as candidatas são obrigadas a pagar aos coordenadores estaduais muita grana para poderem participar da competição, o que não acontecia na época dos Diários Associados, nem nos tempos do SBT. Fui um dos coordenadores do Miss Pernambuco em 1988 e 1989 e a única exigência feita era que as candidatas, ou os seus responsáveis, se comprometessem pelo traje de gala, os sapatos e os acessórios. Até o maiô e os sapatos do traje de banho eram fornecidos pela coordenação, além de toda a produção do dia do concurso.
            As competições,  nacional e internacional,  começaram a perder o charme e o interesse do público a partir da eleição  das candidatas com melhores resultados das cirurgias plásticas. A beleza natural deu lugar a um rosto marcado por infiltrações de silicone, botox e marcas de bisturis. É um tal de mexer aqui, tirar daqui e põe ali que têm deixado as moças com cara de boneca. Os cirurgiões plásticos deveriam também ser premiados e com direito a receber faixa.  Todavia, o maior diferencial dos concursos de ontem para os de hoje é você sair nas ruas, nos shoppings e perguntar a alguma pessoa quem  foi Marta Rocha, Martha Vasconcellos ou Ieda Maria Vargas que a respsota virá na ponta da língua. Mas se alguém perguntar quem é a atual Miss Brasil ninguém saberá responder.
              A gente escuta e lê nos foruns especializados na Internet coisas absurdas envolvendo atitudes desabonadoras de algumas coordenações dos concursos. Sonho com um Miss Brasil coordenado por personalidades como Roberto Macêdo (jornalista, missólogo e arquiteto baiano) e Ana Cristina Ridzi (advogada,  Miss Guanabara e Miss Brasil 1966). Sonho com uma figura como Edir Corrêa Leite voltando às suas atividades de coordenador do Miss Sorocaba. Imagino um Miss Pernambuco coordenado por figuras como Fernando Machado (jornalista), Daslan Melo Lima (editor do blog PASSARELA CULTURAL) e Fernando Bandeira Diniz (coordenador do Miss Brasil Latina). 

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              Muciolo Ferreira ainda tem muita coisa para contar da sua paixão pelas misses. Os e-mails que ele envia para mim quase todas as semanas, tecendo comentários sobre as Sessões Nostalgia, e que são postados no espaço apropriado para comentários, têm enriquecido esta secção. Vários dos seus feedbacks são verdadeiras aulas de missologia. Prometo voltar a focalizar o Muciolo Ferreira e suas interessantes memórias em outra ocasião. 

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13 comentários:

DASLAN MELO LIMA disse...

E-mail enviado por Muciolo Ferreira
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Daslan,

gostaria de ter a alma de um poeta como Olavo Bilac, o lirismo de Chico Buarque de Hollanda ou a sabedoria de Gandhi para expressar com versos ou verbalizar com canções o meu agradecimento pela homenagem do Passarela Cultural.
Mas pedirei licença ao grande Carlos Pena Filho para parodiá-lo quando imortalizou a frase "São dos sonhos dos homens que uma cidade se inventa" indo mais longe: "são dos sonhos de um missólogo que se constroi e se elege uma miss de verdade".

Quero dedicar essa frase ao Daslan, ao Roberto Macêdo, Fernando Machado, Fernando Bandeira e a todas as outras pessoas de bem que acreditam ainda ser possível o Miss Brasil ter salvação.

Uma ótima semana a todos os leitores do Passarela Cultural.

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Muciolo Ferreira

Anônimo disse...

Poucas vezes li um depoimento tão lúcido como o deste ex-coordenador do Miss PE.
Para quem ama os concursos do passado, muita coisa hoje em dia soa, no mínimo, muito estranha.

C. Rocha de Floripa

Anônimo disse...

Daslan
Boa Noite!!!

Não perco uma Sessão Nostalgia.
A desta semana está MIL!!!

Parabéns pelo resgate das Misses do passado e pela entrevista fan-tás-ti-ca com Muciolo Ferreira.

Laurinda C.F.Simões - PORTO ALEGRE

DASLAN MELO LIMA disse...

Texto enviado por Carlos Augusto-Fortaleza, através de "formulário-PRÓ"
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Concordo com o que foi dito, inclusive alguns nomes citados de grandes injustiçadas: Mary Grace e Marilena de Oliveira Lima, no Miss Brasil, e Eveline Schroeter, no Miss Universo.

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Anônimo disse...

Adorei a matéria e fica cada vez mais evidente que Muciolo é fonte inesgotável de conhecimento em se tratando do assunto Miss.
Se me permite, gostaria de sugerir uma matéria sobre o Menino Muciolo, eis ai a oportunidade de muitas pessoas conhecerem o relato sobre um verdadeiro vencedor, uma pessoa que alcançou o seu espaço com ética, honestidade, respeito ao próximo e com certeza um verdadeiro e legitimo cidadão Pernanbucano.

Rogério Aragão - Buzios - RJ

DASLAN MELO LIMA disse...

Mensagem enviada por Tadeu Souza-New York-USA, via "formulárioPRÓ"
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Acompanho todas estas matérias extraordinarias da Sessão Nostalgia. É uma maneira de recordar o q existe de bom no meu Brazil, do qual estou longe ha 7 anos.
Gostei muito da entrevista com o jornalista pernambucano Muciolo, a quem parabenizo por ter citado o ícone Marta Rocha como sua Miss inesquecivel.
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Anônimo disse...

Ângela Agra poderia ter sido a Miss PE de 1978. Lembro-me dela no programa de TV "Almoço com as Estrelas" apresentado por Airton e Lolita Rodrigues.
Mostraram a pernambucana em vários closes, belíssima, de cabelos soltos, como nesta foto da Sessão Nostalgia.
Lembro-me que Lolita falou: "Menina, o que fizeram com o seu cabelo na noite do concurso?"
O penteado de Ângela no Miss Brasil não favoreceu sua beleza.
Seu quinto no lugar é um nó atravessado na garganta de todos os pernambucanos que dura até hoje, 33 anos depois!!!!!

Mª Anunciada C. Rodrigues

Anônimo disse...

Gostaria de entender melhor explicações como estas:
"Fulana ganhou porque era a mais preparada."
"Sicrana era linda, merecia o primeiro lugar, mas fulana estava mais preparada."

Junior de Campinas-SP

Anônimo disse...

O sabor de ler algo de alguém que viveu as emoções do concurso do passado é uma delícia! As misses eram endeusadas e belíssimas. A beleza era natural e sem recursos de cirurgias e botox.Dos concursos do passado me lembro das serpentinas e da emoção no momento da coroação. Vamos sonhar e torcer para que um dia o concurso volte com o mesmo romantismo do passado. Meu profundo agradecimento ao Muciolo Ferreira por mencionar o meu nome na entrevista. Edi Corrêa Leite/Sorocaba-SP

Carlos Reixach disse...

Parabéns peça entrevista com o Sr. Muciolo Ferreira. Percebe-se facilmente que ele é um conhecedor do assunto. Concordo também, plenamente, com o que ele diz sobre as cirurgias plásticas que muitas vêzes "ajudam" candidatas que não são naturalmente belas. Antigamente sim a beleza estava a toda prova.

Misses na Passarela disse...

Grande Mucíolo, um expert em assunto de beleza! Parabéns Daslan pela ótima "sessão nostalgia" com meu amigo Mucíolo Ferreira! Abraços

Unknown disse...

Muciolo, falou com maestria!
Parabéns, amigo!

Unknown disse...

Excelente texto.
Realmente os comentários foram perfeitos.
Me lembro de muitas das misses citadas na matéria.
Parabéns amigo. Vc arrasou.
Forte abraço,
Joseli Lacerda