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domingo, 10 de fevereiro de 2019

SESSÃO NOSTALGIA – As confissões de Fernando Bandeira Diniz, coordenador dos concursos Miss Pernambuco Latina e Miss Brasil Latina



Na quinta-feira, dia 07, em sua página do Facebook, Fernando Bandeira Diniz, coordenador dos concursos  Miss Pernambuco Latina e Miss Brasil Latina, postou um depoimento sobre sua paixão pelo mundo Miss. Ao ler o texto, vi que ali estava um material muito interessante para a SESSÃO NOSTALGIA. Imediatamente, fiz contato com ele pedindo autorização para transcrever seu texto, no que fui prontamente atendido e autorizado. Agradecido ao Fernando, aqui estão suas  confissões, ilustradas com imagens de algumas misses citadas na matéria.  - Daslan Melo Lima

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   Como se constrói um sonho numa realidade

Fernando Bandeira Diniz

Fernando Bandeira Diniz

         O ano era 1962 ou talvez 1963, não tenho muita certeza, mas eu tinha entre cinco ou seis anos de idade e morava num pequeno apartamento no bairro de Boa Viagem, no Recife, com minha mãe e minha irmã, pois meus pais já eram separados naquela época. No mesmo prédio, morava também a Miss Pernambuco 1958, Sônia Maria Campos, com a mãe dela, salvo engano, Dona Vitória. A Sônia era muito famosa porque havia ficado em segundo lugar  no Miss Brasil e tinha concorrido ao Miss Mundo. Ainda lembro de um troféu enorme que ficava na sala do apartamento dela. A minha irmã, Fernanda, acabou ficando muito amiga de Sônia e até foi madrinha do seu casamento.

Sônia Maria Campos, Miss Pernambuco, vice-Miss Miss Brasil, sétimo lugar no Miss Mundo 1958. ***** Imagens O Cruzeiro e Diario de Pernambuco.
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           Nesse tempo televisão era artigo raro e eu costumava ver desenhos e novelas "pendurado" na varanda de um vizinho. Lembro de sofrer bullying por isso. Os meninos da vizinhança costumavam formar grupinhos e quando eu passava eles gritavam em coro, repetidas vezes: TUA MÃE NÃO TEM TELEVISÃO! Claro que me sentia humilhado, mas sem traumas, rsrsrs.  A minha vingança de menino era quando a Sônia voltava do trabalho (ela trabalhava como recepcionista da Aerolíneas Argentinas, no aeroporto do Recife) pois muitas vezes ela abria os braços para me dar um abraço e chamava: FERNANDINHO! Era a verdadeira glória para mim, rsrsrs, minha vingança, já que todos os garotos idolatravam a Miss, mas ela só falava e abraçava a mim.

As irmãs gêmeas Maria Elizabeth Ridzi (vice-Miss Guanabara 1966) e Ana Cristina Ridzi (Miss Guanabara e Miss Brasil 1966). ***** Revista O Cruzeiro
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      Em 1966 (eu tinha 9 anos) lembro do alvoroço que foi as gêmeas cariocas Ana Cristina e Maria Elizabeth Ridzi no Miss Guanabara e posteriormente Ana Cristina no Miss Brasil. Acho que foi aí que me apaixonei pelos concursos de miss. Em 1967, morando no Rio, vi pela primeira vez o Miss Brasil ao vivo, no Maracanãzinho, aí me apaixonei.

Martha Vasconcellos, Miss Bahia, Miss Brasil e Miss Universo 1968. ***** Revista Fatos & Fotos.
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      Lembro de ter fugido de casa para ir ver a chegada de Martha Vasconcellos no aeroporto do Recife. Deus, era muita gente. Como eu era pequeno (11 anos) me infiltrei por baixo das pessoas e consegui vê-la bem de pertinho. Acho que foi a minha primeira decepção no mundo miss. Sim, ela era bonita, mas talvez pelo ângulo que eu a estava vendo, e pelo penteado que ela estava, os meus olhos só conseguiam focar no seu pescoço, que achei enorme, rsrsrs. Claro que não é essa a visão que tenho dela hoje, pois acho-a lindíssima.

Vera Fischer, Miss Santa Catarina, Miss Brasil, Top 15 no Miss Universo 1969. ***** Revista Manchete.
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      Então veio o ano de 1969. Vera Fischer é eleita Miss Brasil. Claro, também fui esperá-la no Aeroporto do Recife após o Miss Universo e foi quando tomei um susto enorme ao vê-la. Meu Deus! Como podia existir uma mulher tão bonita e perfeita? Eu fiquei apaixonado, encantado com tanta beleza. Não precisa dizer que a partir daí acompanhei ano a ano os concursos de miss e tive várias alegrias assistindo-os. Até cheguei a desenhar e brincar centenas de vezes com as minhas mais de três mil misses desenhadas em meus concursos imaginários "misses de papel ".

       Em 1974, quando estava com 17 anos e era presidente do Grupo Jovem da Igreja de Boa Viagem, acabei convencendo o querido Padre Osvaldo a lançar uma Miss Grupo Jovem de Boa Viagem ao Miss Pernambuco 1974. O "argumento" era dar mais visibilidade ao grupo e dessa forma chamar mais jovens para o grupo. E para escolher a Miss me juntei a alguns jovens do grupo e percorremos por vários dias toda a orla da praia à procura da "Miss Perfeita". Acho que passamos mais de um mês procurando até encontrarmos: uma carioca perdida nas praias pernambucanas, rsrsrs. Pronto! Através de Rita de Cássia Dutra Monteiro (nossa miss) adentrei de verdade no mundo das misses; ia para os jantares, coquetéis, etc. do Miss Pernambuco 1974. Acho que foi aí que o amor pelas misses virou fanatismo (como eu vejo hoje em muitos jovens missólogos). A minha Miss que eu considerava a mais bonita ficou em quinto lugar no Miss Pernambuco daquele ano. Claro, como todo fanático, fiz um escândalo atrás da mesa dos jurados do concurso, rsrsrs. Isso num Ginásio com quase 20 mil pessoas. Fui retirado pelos seguranças do concurso.
       Ainda coloquei representantes de Boa Viagem nos anos de 1975, 1976, 1979 e 1981 no Miss Pernambuco e "minhas misses" sempre finalistas. A partir de 1982, deixei os concursos e acompanhei só pela televisão. 

Natália Araújo, Beleza Pernambuco, vice-Beleza Brasil 2004.
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         Só voltei em 2004, quando abrindo a coluna do João Alberto, do Diário de Pernambuco, vi uma foto enorme de uma candidata ao Miss Pernambuco 2004. Mais uma vez fiquei encantado. Ela era Natália Araújo, representante do município de Paulista. Algo me dizia que ela não ia ganhar o concurso, o que acabou acontecendo. Fiquei indignado. Naquela época fiquei sabendo, através do querido amigo Daniel Zimmermann, de um concurso que estava crescendo mais que todos os demais, era o Beleza Brasilque escolhia as representantes do Brasil para vários concursos internacionais, dos quais o principal era o Miss Terra, nas Filipinas, que também estava em plena ascensão. 

Priscilla Meirelles, Beleza Amazonas, Beleza Brasil e Miss Terra 2004.
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      O Beleza Brasil era brilhantemente administrado pela querida Vanea Rabelo, sem dúvida, a melhor coordenadora de concursos que conheci até hoje. Acabei me tornando coordenador do concurso Beleza Brasil em Pernambuco. Por que? O objetivo era exclusivamente indicar a Natália Araújo como Beleza Pernambuco. Fiz o convite. Ela não aceitou. E agora? Eu já havia assumido o compromisso e o jeito foi organizar o primeiro concurso Beleza Pernambuco no Recife. Abri as inscrições gratuitas, pois se cobrasse alguma coisa nenhuma garota iria se inscrever e, claro, contei com a ajuda de algumas pessoas do meio, como o estilista Ricardo de Castro, que me indicou algumas candidatas. Também contei com a ajuda do jornalista e colunista João Alberto do Diário de Pernambuco e que divulgou o concurso em sua coluna. E claro, o apoio irrestrito de Luiz Welter de Souza. O interessante foi que, quando já estávamos com umas seis candidatas, a Natália Araújo acabou se inscrevendo no concurso, rsrsrs. O juri, composto de ex-misses e missólogos, escolheu exatamente ela como Beleza Pernambuco 2004. No Beleza Brasil 2004, ela conquistou o vice em Belo Horizonte, perdendo para a linda Priscilla Meirelles-Estrada, eleita Miss Terra 2004 nas Filipinas.

Williana Siqueira, Miss Brasil Latina, terceira colocada no Miss América Latina del Mundo 2009.
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       Ainda participei do Beleza Brasil até 2008 quando a Vanea passou o concurso para José Alonso e ele o transformou em Miss Terra Brasil. Eu acabei sendo presenteado pela Vanea com a franquia do Miss América Latina del Mundo, e em 2009 enviamos a nossa primeira candidata, a linda Williana Siqueira, que conquistou o terceiro lugar para o nosso Brasil.

Júlia Guerra, Miss Rio Grande do Sul Latina, Miss Brasil Latina, Miss América Latina del Mundo 2013.
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          De lá pra cá, dez anos de concurso, sempre colocando o nosso Brasil entre as finalistas, e com um título de Miss América Latina del Mundo 2013, a lindíssima Júlia Guerra. O engraçado é que muitos amigos me perguntam por qual motivo ainda faço o concurso, mesmo sem patrocínio, pagando carnê quase o ano inteiro para comprar a passagem da vencedora para o internacional, recebendo muitas vezes críticas e até muitas ingratidões? Acho que se você conseguiu ler esse texto enorme até o fim, com certeza sabe a resposta. Porque não existe nada que valha mais a pena do que a realização de um sonho. Abraço à todos!

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Um comentário:

Anônimo disse...


Parabéns ao Daslan por ter trazido aos leitores do Passarela Cultural uma história tão bonita e encantadora contada pelo Fernando Bandeira Diniz.

Lembro de sua primeira Miss em 1974, pois eu estava no Geraldão, na final do Miss Pernambuco. Não torci pela Rita de Cássia, mas, coincidentemente, a minha miss preferida empatou em quinto lugar com a dele. Claro que me refiro à Miss Sport Club do Recife, Albanise Maria Braga Coelho, na minha opinião a Miss que deveria ter ganho o Miss Pernambuco em 1974.

Albanise era minha vizinha do bairro de Casa Amarela, e de aula do Colégio Estadual Dom Vital. Eu cursava o último ano do Curso Científico e ela terminava o Ginasial. Era uma jovem belíssima. Até hoje não entendo o quinto lugar conferido a ela. São coisas da vida. Deixa pra lá

Um abraço ao Fernando Bandeira pela garra e competência em ainda continuar promovendo o Miss Pernambuco Latina e essa competição nacional. Por manter vivo o sonho de tantas jovens em se tornar na mais bela de todas, com direito a faixa, manto e coroa.

Muciolo Ferreira